Diferenciais do filtro separador centrífugo nas etapas de remoção de contaminantes
Por Cristiane Rubim
Edição Nº 136 - Setembro/Outubro 2025 - Ano 24
As diferenças entre os filtros separadores centrífugos e outros tipos de filtros se encontram na sua posição e função nas diferentes etapas de remoções de contaminantes. São próprios para atuar na etapa preliminar e remover grandes quantidades de líquidos
As diferenças entre os filtros separadores centrífugos e outros tipos de filtros se encontram na sua posição e função nas diferentes etapas de remoções de contaminantes. São próprios para atuar na etapa preliminar e remover grandes quantidades de líquidos e condensados. Enquanto outros tipos de filtros são necessários nos outros estágios posteriores de tratamento para remover partículas finas ou vapores no sistema, como os filtros coalescentes e os filtros de carvão ativado.
“Os separadores centrífugos são ideais na pré-filtragem porque protegem os equipamentos e promovem a eficiência dos estágios seguintes de filtragem. Sua vida útil é praticamente ilimitada e sua manutenção mínima. Não utilizam elementos filtrantes descartáveis e propiciam alta vazão com baixíssima queda de pressão” – destaca Mateus Banuth, gerente de engenharia, inovação e operações industriais da HB Ar Comprimido.
Perfil
O separador de sólidos, assim como o hidrociclone, não possui peças móveis, telas ou elementos filtrantes. Ambos atuam somente com partículas pesadas. “O separador conceitualmente não filtra e o hidrociclone também é um separador e não filtro” – menciona Eurico Camões, diretor comercial da Iavant. Combinando a aceleração da água e a ação da força centrífuga, o separador remove 98% das partículas sólidas de até 74 micra com densidade maior que o líquido. É muito utilizado nos processos de diversos setores do mercado por seu desempenho e eficiência.
Pré-filtragem
O separador centrífugo remove principalmente:
• Gotas de condensado de água ou óleo suspensas no ar comprimido;
• Partículas sólidas de maior tamanho misturadas ao condensado, como poeira.
“Por esse motivo, o filtro separador centrífugo é recomendado para remoção inicial de contaminantes em sistemas industriais e deve ser complementado por filtros coalescentes e de carvão ativado quando se busca a remoção de partículas menores, aerossóis e vapores de óleo” – enfatiza Banuth.
Princípio
Filtros separadores centrífugos podem ser comparados à máquina de lavar. “Desde que a máquina de lavar roupas chegou ao Brasil nos anos 50, muita coisa mudou: os materiais, os formatos do batedor e os tipos de ciclos, mas uma função permanece a mesma até hoje: separar a água da roupa por centrifugação” – ilustra Banuth. Segundo ele, esse mesmo princípio é usado em laboratórios e na indústria de alimentos e química. E também nos separadores de condensado da HB Ar Comprimido, que são centrífugos.
Encontram-se ainda em outras aplicações, como petróleo e gás, ar comprimido, caldeiras e sistemas pneumáticos, sistemas de refrigeração, mineração e siderurgia, irrigação e tratamento de água. “A procura ocorre em tratamento de água e torres de resfriamento. Tem baixa demanda com projetos pontuais e vazões muitos variadas de 25 m3/h a 280 m³/h. Algumas aplicações são combinadas com separadores” – diz Eurico Camões, da Iavant.
Função
Etapas de funcionamento do separador de condensado, conforme a HB Ar Comprimido:
• Admissão do ar comprimido no separador de condensado;
• O ar comprimido entra no elemento separador, criando um vórtex/turbilhão dentro da câmara;
• Por ser mais denso que o ar, o condensado é ar remessado para as paredes internas do separador, acumulando-se na parte inferior;
• O ar comprimido sai pelo centro do separador. Enquanto o condensado separado é eliminado por um dreno boia automático.
Essa solução é utilizada como a primeira etapa do tratamento do ar, garantindo que a maior parte do condensado seja removida antes de passar para filtros mais finos.
Etapas de funcionamento do separador de sólidos e líquidos, segundo a Iavant:
• Os líquidos e os sólidos entram de forma tangencial na primeira câmara do separador, acelerando de modo circular o fluxo;
• O líquido passa para o tubo de transferência onde a força centrífuga separa as partículas mais pesadas que se depositam na câmara inferior;
• O líquido sai do separador pelo tubo central superior e segue para o sistema;
• Os sólidos acumulados na câmara inferior são removidos periodicamente com a abertura manual da válvula de descarga ou por válvula automática temporizada.
Descarga
Descarga manual e automática, conforme a Iavant:
Manual – A descarga é manual com o sistema em funcionamento e o tempo para remover os sólidos é de 2 a 6 segundos. É recomendado programar a descarga dos sólidos em intervalos menores que o tempo previsto de acúmulo do volume máximo.
Automática – Válvula solenoide aciona a abertura da válvula de descarga, que requer comando de pressão para o seu fechamento e dispõe na parte superior de uma manopla para ajuste de sua vazão.
As tabelas e os gráficos a seguir mostram as dimensões e a capacidade dos modelos vertical e inclinado.
Hidrociclone
A Iavant dispõe do hidrociclone, utilizado quando a fonte de captação de água possui grandes quantidades de sólidos, como areia ou resíduos industriais. O hidrociclone separa com eficiência 98% das partículas sólidas de até 74 mícron com densidade maior que o líquido, combinando a aceleração da água e a ação da força centrífuga. Não utiliza elementos filtrantes nem possui partes móveis. O equipamento possui baixa perda de carga, área reduzida para instalação e atende vazões de 1 m3/h a 370 m3/h ou ainda qualquer vazão. Com montagem de baterias modulares, a instalação do hidrociclone aumenta o desempenho dos filtros pela redução de carga de sólidos, elevando sua vida útil.
Autolimpante
O filtro automático de água autolimpante da Iavant, empresa esta com a tecnologia patenteada 100% nacionais, que economiza água com baixa manutenção, foi uma das atrações da empresa na Feira Internacional de Irrigação, realizada em agosto, em Campinas (SP). O sistema de filtragem de água, desenvolvido pela empresa em parceria com a Unicamp, é voltado para irrigação e várias aplicações de processos industriais, atendendo às diversas condições de trabalho. Sua estrutura é de aço carbono revestido com pintura eletrostática, componentes em aço inox e polímeros de alta qualidade que garantem sua durabilidade. A pressão máxima de trabalho é de 14 kg/cm².
Para passar pela filtragem, a água entra pelo lado externo do elemento e filtrada para o centro durante a autolimpeza, que utiliza a água já filtrada, sem depender de fonte externa ou equipamento auxiliar. O elemento filtrante contempla toda a área da câmara de filtragem com grande vazão de trabalho. A vazão é de 20 m3/h a 90 m3/h, dependendo do elemento filtrante. Selecionado conforme as características da água a ser filtrada, o elemento filtrante pode ser de aço inox, polipropileno ou membrana com diferentes graus de retenção.
A autolimpeza é acionada quando a diferença de pressão pré-ajustada aumenta, atingindo o valor definido entre entrada e saída. O motorredutor, que gira o elemento filtrante, e a válvula solenoide passam a se mover simultaneamente, dando início ao processo. O sistema de escovas retira o material impregnado no elemento e direciona o fluxo para o aspirador fixo, chamado de scanner, que completa a sucção do material a ser eliminado.
Na retrolavagem, a limpeza feita em 8 segundos consome apenas 20 litros de água, tornando o equipamento sustentável com economia de 90% comparado com a filtragem de areia. O filtro pode ser montado em várias unidades para atender projetos com grandes vazões e possui peças de reposição a pronta-entrega.
Trabalho conjunto
O trabalho dos dois equipamentos juntos traz resultados vantajosos. O separador remove a carga orgânica, aliviando partículas mais pesadas, como areia ou outras de densidade maior que da água, que iriam para o flltro automático de água. “Dependendo do grau de retenção do filtro ou da qualidade da água, essa combinação é muito positiva porque potencializa a capacidade de filtragem, reduz a carga de areia, que é muito complicada para filtros de tela, e evita o colapso ou a incrustação da areia na tela de aço inox. Quando se trabalha com membrana, não há esse problema, mas com inox, ocorre esse problema, sim” – explica Eurico Camões, da Iavant.
Além disso, reduz a frequência das retrolavagens no filtro automático porque a carga de sólidos enviada para o filtro será muito mais baixa. “É uma solução que melhora a qualidade de filtragem no filtro. O objetivo é redução de carga e proteger o filtro automático para que ele trabalhe com uma carga menor e faça menos retrolavagens” – conclui Eurico.
Contato das empresas
HB Ar Comprimido: www.hb-arcomprimido.com
Iavant: www.iavant.com.br