A importância dos filtros de ar-condicionado
Por Carla Legner
Edição Nº 136 - Setembro/Outubro 2025 - Ano 24
Seja em residências, escritórios, hospitais ou veículos, o filtro de ar-condicionado desempenha um papel fundamental na qualidade do ar. É responsável pela sua purificação do ambiente e atua como uma barreira que captura partículas, poeira, fumaça
Seja em residências, escritórios, hospitais ou veículos, o filtro de ar-condicionado desempenha um papel fundamental na qualidade do ar. É responsável pela sua purificação do ambiente e atua como uma barreira que captura partículas, poeira, fumaça, pelos de animais, bactérias, vírus e outros contaminantes, garantindo que o ar que chega até nós seja mais limpo e saudável.
Ademais, evita que sujeira e partículas entrem nas partes internas do aparelho, reduzindo o desgaste e prolongando sua vida útil. E não podemos esquecer dos quesitos eficiência energética e bem-estar. Um filtro limpo garante que o ar circule de forma mais eficiente, reduzindo o consumo de energia do equipamento e um ambiente mais saudável e confortável, uma vez que em ambientes fechados, especialmente para pessoas com alergias, as partículas suspensas podem agravar problemas respiratórios.
“O filtro é o primeiro elemento de proteção do sistema de climatização. Ele tem a função de reter partículas em suspensão, além de proteger as pessoas que ocupam o ambiente. O filtro também protege os próprios equipamentos (serpentinas, ventiladores e dutos), evitando acúmulo de sujeira e reduzindo custos de manutenção” – destaca Fábio V. Guerra, consultor técnico da Airlink Filtros.
Esses componentes variam em materiais, tamanhos e níveis de eficiência. Os Filtros grossos ou primários (G1 a G4 – ISO Coarse) são utilizados na etapa inicial da filtragem, geralmente antes da serpentina. Tem o nome “coarse” (grosseiro) porque sua capacidade de retenção é voltada para partículas maiores e normalmente em manta ou painel.
De acordo com a norma ISO Coarse, esses filtros possuem uma eficiência de retenção que varia de aproximadamente 80% a 95% para partículas de tamanhos maiores, dependendo da classificação específica. Quanto maior o número, maior a capacidade de filtração. Os do tipo G1 (Filtro de entrada ou de baixa eficiência) retém partículas como poeira geral e sujeira visível.
Os classificados como G2 oferecem maior eficiência na captura de partículas maiores, sendo comum em ambientes comerciais e industriais que necessitam de uma primeira barreira de proteção. Já o G3 possui uma capacidade de retenção ainda maior, sendo utilizado em sistemas de ventilação de edifícios comerciais, industriais e em alguns ambientes residenciais de maior porte. O G4 é o mais eficiente entre os filtros grossos, retendo uma quantidade significativa de partículas maiores, além de proteger filtros mais finos ou de alta eficiência que venham depois.
Os Filtros médios e finos (M5, M6, F7, F8, F9 – ISO ePM) possuem formatos plissados ou multibolsa. Retêm partículas médias e finas (0,4 a 1,0 μm), como pólen, fungos e parte de bactérias. São segunda etapa de filtragem em sistemas mais exigentes, como ambientes corporativos, shoppings e indústrias.
A seleção adequada entre filtros médios (M5/M6) e finos (F7/F8/F9) depende das necessidades específicas do ambiente, da qualidade do ar desejada e da compatibilidade com o sistema HVAC. Investir em filtros eficientes garante não apenas um ambiente mais saudável, mas também melhora o desempenho dos sistemas de ventilação.
Os M5 (Classe G4 na norma EN 779) são filtros de alta eficiência na captura de partículas maiores, como poeira grossa, pólen e partículas em suspensão visíveis a olho nu. São utilizados principalmente em pré-filtração ou em ambientes onde a qualidade do ar não exige uma filtragem extremamente fina. Sua capacidade de retenção varia entre 80% a 90% para partículas de até 3 μm.
M6 (Classe F7 na norma EN 779) oferecem maior eficiência na captura de partículas menores, incluindo poeira fina e alguns alérgenos. São indicados para sistemas que requerem uma filtragem intermediária, contribuindo para melhorar a qualidade do ar interno. A eficiência de retenção pode chegar a cerca de 85% a 95% para partículas até 1 μm.
Considerado um filtro fino eficiente na captura de partículas menores que 1 μm, o F7 é amplamente utilizado em sistemas HVAC residenciais e comerciais para melhorar significativamente a qualidade do ar interno. O F8 Oferece maior eficiência que o F7, retendo uma porcentagem maior de partículas finas. É indicado para ambientes onde há maior preocupação com alergênicos, vírus ou fumaça.
Finalizando, o F9 é de classe superior na filtragem fina, capaz de reter partículas muito pequenas, incluindo algumas bactérias e vírus. É utilizado em ambientes hospitalares, laboratórios ou áreas com requisitos rigorosos de qualidade do ar.
Os Filtros absolutos (EPA, HEPA e ULPA – EN 1822) são usados quando a qualidade do ar deve ser muito alta. São altamente eficientes, capazes de capturar até 99,97% das partículas de 0,3 micrômetros, incluindo vírus e bactérias, sendo utilizados em ambientes que exigem alta pureza, como hospitais e laboratórios.
Essa alta eficiência é alcançada por meio de tecnologias avançadas de filtração, como fibras de alta densidade e materiais especiais que proporcionam uma barreira quase completa contra agentes patogênicos e poluentes.
Vale mencionar que a instalação de filtros absolutos exige sistemas compatíveis que possam suportar seu alto nível de retenção sem comprometer o fluxo de ar. Além disso, sua manutenção periódica é fundamental para manter a eficiência, filtros saturados perdem capacidade de filtração e podem até prejudicar o funcionamento do sistema.
Os Filtros químicos (carvão ativado), por sua vez, utilizam uma camada de carvão processado por ativação, formando uma estrutura altamente porosa. Essa porosidade aumenta significativamente a área de contato com o ar, permitindo que gases, vapores e odores sejam adsorvidos, ou seja, presos na superfície do carvão, removendo-os do ambiente.
Além de filtrar partículas, removem odores, gases e compostos químicos do ar, proporcionando um ambiente mais agradável, além de ajudar a prevenir a formação de fumaça e vapores que podem comprometer o funcionamento do sistema de ar condicionado. São amplamente utilizados em cozinhas industriais, áreas urbanas poluídas e laboratórios.
Segundo Guerra, a escolha do equipamento deve feita considerando a qualidade do ar, regiões com mais poluição exigem maior eficiência, ou seja, escritórios, hospitais, indústrias farmacêuticas e alimentícias têm níveis de exigência diferentes. Além disso, o projeto do sistema, tipo de equipamento, velocidade do ar e espaço disponível para instalação também influenciam.
Cuidados e manutenção
Manter o ar-condicionado funcionando de forma eficiente e garantir a qualidade do ar interno depende, em grande parte, dos cuidados com os filtros utilizados no sistema. Esses componentes desempenham papel fundamental na retenção de poeira, partículas, odores e agentes contaminantes, mas exigem atenção regular para manter sua eficácia.
Embora não seja necessário realizar uma manutenção diária, alguns cuidados simples podem ajudar a preservar o bom funcionamento do filtro. O primeiro deles é verificação visual, o que consiste na inspeção periódica para identificar acúmulo excessivo de sujeira ou obstruções. Se estiver visivelmente sujo, é hora de limpar ou trocar.
O uso consciente também é um ponto importante. O ideal é evitar deixar portas e janelas abertas por longos períodos enquanto o ar-condicionado estiver ligado, reduzindo a entrada de partículas externas que podem sobrecarregar o filtro.
No quesito mais técnico, para garantir que o filtro de ar-condicionado cumpra sua função de forma eficiente, alguns cuidados são essenciais. Os filtros devem ser substituídos ou limpos conforme a recomendação do fabricante, geralmente a cada 3 a 6 meses, dependendo do uso e da qualidade do ar. Além disso, itens laváveis devem ser limpos com água e sabão, secos completamente antes de serem reutilizados, e sempre que possível, optar pela utilização de filtros de alta eficiência e certificados
Ignorar a manutenção adequada pode levar à redução da eficiência energética, aumento no consumo de energia elétrica e piora na qualidade do ar interno, fatores que impactam diretamente na saúde e no conforto dos ocupantes. Segundo Guerra, um filtro superdimensionado ou mal dimensionado pode aumentar o consumo de energia e comprometer a vazão de ar, por isso a seleção deve ser técnica e adequada à aplicação.
Diante desse contexto, fica evidente que cuidar dos filtros de ar-condicionado é uma prática simples, porém fundamental. A troca regular, limpeza adequada e manutenção preventiva garantem um ambiente mais saudável, economia de energia e maior durabilidade do equipamento.
“Os sistemas de climatização representam não só conforto térmico, mas saúde e produtividade. Investir em filtros adequados gera economia a longo prazo, reduz contaminações e melhora o desempenho do sistema. Nosso trabalho é justamente auxiliar clientes na seleção e fornecimento de filtros adequados para cada ambiente, seguindo sempre as normas mais recentes e boas práticas internacionais” – finaliza Guerra.
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