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Rota 2030 deixa um legado energético: progressos na política industrial que devem ser ressaltados

Melhora da eficiência energética e novas tecnologias de assistência ao condutor são inovações da política industrial


Ana Paula Machado

O Mobilidade Verde e Inovação (Mover), o novo programa automotivo que entrou em vigor este ano, tem como uma das premissas a descarbonização. Mas, a antiga regra, o Rota 2030, também deixou um legado energético: progressos na política industrial que devem ser ressaltados. 

Para Murilo Briganti, da Bright Consulting, o maior ganho do setor automotivo com o Rota 2030 foi a melhora na eficiência enérgica dos veículos fabricados no Brasil. 

Segundo ele, os investimentos feitos pelas montadoras fizeram com que os automóveis produzidos no Brasil poluíssem menos em relação às metas estabelecidas no programa. 

“No Rota 2030 a meta de eficiência energética era de 1,62 megajaules por quilômetro, um ganho de 11% no comparativo com o programa anterior. Acontece que, com os investimentos, os automóveis chegaram a uma eficiência de 1,54 MJ/Km, ou 15,4% menos poluentes”, disse Briganti. 

Essa superação da meta estabelecida fez com que o governo concedesse cerca de R$ 2 bilhões em incentivos tributários. Os créditos foram dados por meio de descontos no Imposto de Produtos Industrializados (IPI) para cada empresa que atingisse a meta. 

Briganti explicou, ainda, que no InovarAuto - o programa que antecedeu o Rota 2030 - 70% dos veículos produzidos tiveram o desconto de 1 a 2 pontos percentuais no IPI por causa da meta de eficiência energética.

Motores menores foram mais favorecidos no Rota 2030

“No Rota 2030, 50% dos carros tiveram o desconto, mas vale ressaltar que o ticket médio dos automóveis era maior, o que deu, em média, R$ 2 bilhões em benefícios fiscais.”

Outra melhoria que veio com o Rota 2030, foi a forte evolução dos motores com o conceito “downsizing” e a popularização da injeção direta e do turbo.

“Essas tecnologias se consolidaram com o programa. A adoção de motor turbo, por exemplo, chegou a 42% dos veículos e a injeção direta ficou na faixa dos 35%, durante o Rota. No InovarAuto essas tecnologias eram usadas mais em veículos premium”, disse Briganti.

Tecnologias de assistência ao condutor no Rota 2030

A questão de assistência ao condutor também implicou em inovações que se expandiram com o Rota 2030, segundo Briganti. No InovarAuto, conforme ele, tais tecnologias não eram incentivadas, o que ocorreu no Rota 2030. 

“Os benefícios fizeram com que sistemas de assistência ao condutor, como sensor de estacionamento ou a câmara de ré, fossem disseminadas no Brasil”, disse. “A indústria deu um salto grande em evolução tecnológica na assistência ao condutor e na eficiência energética com o Rota 2030.” 

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