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Como o combustível sustentável de aviação ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa

Engenheiros projetam e implementam soluções, como o combustível sustentável de aviação (SAF), para reduzir a emissão de gases de efeito estufa no setor


A emergência climática exige que todos os setores passem por adaptações para diminuir seus impactos. Uma das áreas que gera expectativas promissoras de transformação é a aviação, cujo efeito ambiental ainda é crescente, conforme comprova uma publicação da revista Environmental Research Letters, periódico científico internacional, que afirmou que as emissões de dióxido de carbono (CO2) dos aviões aumentaram 2,6% ao ano nos últimos 25 anos. Por conta disso, o setor vem sendo cobrado e, aos poucos, está implementando algumas mudanças com foco na agenda da sustentabilidade.

Uma das principais formas de reduzir o impacto é diminuir o consumo de combustível, o que já é realidade em aeronaves com motores mais modernos, que emitem menos do que outras com tecnologia de décadas atrás, e também o uso do combustível sustentável de aviação (SAF). A revisão de processos, mudanças na operação das aeronaves e a sinalização aos passageiros de opções de voos menos poluentes são outros exemplos de alternativas que ainda são aplicadas aos poucos, despontando primeiro no ambiente acadêmico e na indústria para, enfim, chegar aos consumidores.

Do ponto de vista químico, o SAF é muito semelhante ao querosene de aviação tradicional. “A principal diferença está na matéria-prima: o querosene é produzido a partir de petróleo, enquanto o SAF pode ser produzido a partir de uma variedade de fontes renováveis, como biomassa, resíduos ou hidrogênio”, especifica o engenheiro químico Francisco Innocencio Pereira, diretor técnico adjunto e membro da Câmara Especializada de Engenharia Química (CEEQ) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP). “A semelhança entre os dois combustíveis garante que a versão sustentável seja utilizada sem grandes mudanças nos motores das aeronaves e apresente potencial para revolucionar a indústria aeronáutica”, detalha.

O SAF segue o conceito de drop-in, o que significa que é uma opção que atende às características de fungibilidade exigida pelas máquinas. “Isso é importante pela viabilidade econômica e pela segurança”, explica o professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), engenheiro mecânico Pedro Teixeira Lacava. Na prática, a utilização ainda é tímida, pois apenas 0,1% de todo o combustível consumido pela aviação é sustentável, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, International Air Transport Association). “Mas existem produções de SAF já certificadas. Em duas delas, sabemos que a mistura pode ser de 10% com o querosene. Em outras, pode chegar a 50%”, completa o professor do ITA.

Vale levar em consideração que o Brasil é reconhecido internacionalmente pela capacidade aeronáutica e que o país está bem posicionado em temas de fontes renováveis, pela entrega em biocombustíveis e pela geração de energia limpa. Com investimentos consideráveis em SAF, afirmam os especialistas, o sequestro de carbono terá tangibilidade em larga escala, assim como a criação de novos postos de trabalho para profissionais não só da área tecnológica, como também de outras formações.

O assunto foi tema de reportagem da edição 10 da Revista CREA São Paulo e o texto completo pode ser acessado aqui.

Sobre o Crea-SP?- Instalada há 89 anos, a autarquia federal é responsável pela fiscalização, controle, orientação e aprimoramento do exercício e das atividades profissionais nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O Crea-SP está presente nos 645 municípios do Estado, conta com cerca de 350 mil profissionais registrados e 95 mil empresas registradas.??
 

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