A América do Sul recebeu a primeira visita de Olaf Scholz, atual chanceler da Alemanha, desde que ele assumiu o cargo, no fim de 2021. A passagem do chefe de estado pela região entre sábado, 27, e segunda-feira, 30, teve muito a ver com o setor automotivo.

Publicamente, o objetivo da viagem seria fortalecer o comércio bilateral de forma geral. A agenda mais objetiva da visita, no entanto, inclui recuperar terreno perdido para países como China e Estados Unidos em negócios estratégicos, como o de fornecimento de lítio – essencial às baterias de carros elétricos e, portanto, à transição energética.

O continente guarda a maior parte das reservas globais do material e vem recebendo forte investida chinesa, com investimento bilionário do país asiático para garantir liderança no suprimento do elemento químico. Enquanto isso, a Alemanha e sua forte indústria automotiva, perdem espaço nessa corrida.

"Em comparação com a China, mas também com outros países, a Alemanha ainda não está muito presente no triângulo do lítio da América do Sul. Em todo caso, há iniciativas para mudar isso", apontou Carl Moses, consultor de Buenos Aires, em entrevista à agência alemã DW.

Assim, a visita do chanceler à região incluiu uma série de visitas e negociações para ajudar o país a andar algumas casas na garantir do material para o futuro, evitando repetir o trauma deixado pela atual crise dos semicondutores.

Chanceller da Alemanha visita Volkswagen Argentina

Em paralelo a isso, ainda na agenda automotiva, porém mais ligada ao presente, Scholz fez uma visita à fábrica da Volkswagen na Argentina. Ali, o chefe de estado conheceu as linhas de produção da picape Amarok e do SUV Taos.

Sobre a visita, Alexander Seitz, presidente da Volkswagen América do Sul, destacou em post no LinkedIn ter orgulho de “viabilizar acordos que promovam o desenvolvimento econômico sustentável nos países onde atuamos”, porém sem dar qualquer detalhe de eventuais costuras feitas com o chanceles na visita.