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Os diferentes tipos de água

A água é um item importantíssimo para natureza e sobrevivência humana e ao contrário do que muita gente pensa, há três tipos de água disponíveis na natureza: salina, salobra e água doce. São denominadas dessa forma conforme concentração de sólidos


Os diferentes tipos de água

A água é um item importantíssimo para natureza e sobrevivência humana e ao contrário do que muita gente pensa, há três tipos de água disponíveis na natureza: salina, salobra e água doce. São denominadas dessa forma conforme concentração de sólidos dissolvidos (SDT) ou salinidade encontrada.
No Brasil, essa classificação foi estabelecida pela Resolução do CONAMA Nº 357 (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de 2005, que considera água salgada quando a salinidade é superior a 30%; água salobra para salinidade maior que 0,5% e inferior a 30%; e água doce com salinidade igual ou menor a 0,5%.
“O principal parâmetro que diferencia os tipos de água é a salinidade das águas, ou seja, a massa de sais dissolvidos por massa de água, sendo que águas doces são as que possuem baixa salinidade, água salobra salinidade intermediária e água salina com altíssima salinidade. Assim, águas denominadas doces são as que apresentam a menor quantidade de sólidos totais dissolvidos e as salinas, a maior quantidade – detalha Daiane Porto, engenheira de processos da Allonda.
Ainda segundo ela, considerando que o valor de STD é um dos parâmetros que definem se uma água é potável ou não, apenas as águas doces podem ser consideradas potáveis, conforme critérios adotados no Brasil e no mundo. “Já as águas salobras e salinas precisam passar por processos de tratamentos que reduzam a quantidade de sólidos dissolvidos totais e, consequentemente, a salinidade” – explica.
A existência desses três tipos de água na natureza garante o equilíbrio e a preservação dos ecossistemas, da fauna, da flora, dos mananciais (superficiais e subterrâneos), do solo e também da qualidade do ar. Ou seja, a estabilidade entre elas garante a vida humana e a sustentabilidade ambiental do globo.

Caraterísticas e principais tratamentos
A água doce é o tipo de água mais utilizado para o consumo humano, de animais, na agricultura, na indústria e nos serviços municipais. Segundo Luciane Prado Rocha Lopes, diretora administrativa e projetos da Fusati, ela está presente em rios, ribeirões, lagos e fontes subterrâneas (aquíferos e lençóis freáticos). Porém, representa apenas cerca de 2% do volume total de água do planeta. 
Nesse contexto, a indústria - setor que consome um enorme volume de água doce em suas inúmeras atividades fabris - tem uma grande responsabilidade quanto ao uso racional e sua preservação, além da adoção de sistemas alternativos de abastecimento, por exemplo a água de reúso proveniente de efluentes industriais e da chuva.
Na resolução Conama no 357/2005 há uma classificação para águas doces em função da qualidade das águas: as águas de classe especial são as que deverão ser mantidas nas condições naturais do corpo de água e as Classe I, II, III e IV listadas em ordem decrescente de qualidade, ou seja, águas doces de Classe I apresentam os padrões mais restritivos e as de classe IV os menos restritivos.
A água salgada, por sua vez, é a mais prevalente no planeta (mais de 97%) e está presente nos mares e oceanos. Apresenta enorme concentração de cloreto de sódio (o popular sal de cozinha), o que a torna não potável. 
Estas têm como características serem águas com grande quantidade de sais dissolvidos, sobretudo o cloreto de sódio. Como não são potáveis, sugere-se a dessalinização, processo físico-químico para redução da salinidade com a retirada sobretudo dos sais minerais em excesso. A dessalinização pode ser feita por destilação térmica e por osmose reversa.
No primeiro caso, a água é vaporizada e separada das partículas sólidas e dos materiais não voláteis. Depois é condensada, purificada dos sais que ficam retidos no concentrado. Já na Osmose Reversa, o processo utiliza pressão nas membranas semipermeáveis para que o solvente flua no sentido contrário ao processo natural de Osmose, ou seja, na Osmose Reversa a água é deslocada da solução mais concentrada (hipertônico) para a solução menos concentrada (hipotônico), produzindo a água purificada (permeado) e a solução concentrada (rejeito).

Os diferentes tipos de água

Países onde a água doce é bastante escassa, como Arábia Saudita, Irã e Cingapura, já possuem sistemas de dessalinização da água do mar visando o abastecimento da população, mas, por enquanto, esta é uma tecnologia ainda bastante cara.
Já a água salobra é encontrada em áreas de mangue, lagunas e outros ambientes aquáticos situados entre rios e mares. Mas também em localidades rurais que não dispõem de redes de distribuição e, portanto, dependem de poços artesianos, que geralmente apresentam águas salobras. 
Para esses locais é necessário o tratamento prévio dessas águas subterrâneas antes do consumo humano ou uso industrial, pois elas apresentam taxas elevadas de sal e de metais em suspensão, como por exemplo ferro e manganês. “Normalmente isso é feito com Estações de Tratamento de Água compactas (ETAs), especialmente configuradas/equipadas para executar operações como dessalinização, desferrização e cloração da água” – afirma Luciane Luciane Prado Rocha Lopes.
Vale destacar que estas águas podem ser consumidas após tratamento de dessalinização menos complexos que o das águas salinas. Os parâmetros de controle, inclusive STD variam muito em função das condições climáticas da região onde estão inseridas e essas variações precisam ser levadas em consideração no dimensionamento dos sistemas de tratamento.
Nesse sentido, Daiane destaca que entender as diferenças dos tipos de água é fundamental na escolha da tecnologia utilizada na seleção das tubulações e equipamentos para definir a qualidade que será possível obter após tratamento. Por exemplo, águas com maior concentração de sólidos dissolvidos são mais corrosivas. Assim, águas salinas requerem materiais mais resistentes à corrosão. 
O tratamento de águas doces, na maioria das vezes, é mais simples, de menor custo e menor consumo energético que o tratamento de águas salobras e salinas. Porém, se a água doce estiver contaminada com parâmetros inorgânicos e orgânicos, dependendo do contaminante, o tratamento de água salobra, em alguns casos de água salina, pode ser a melhor escolha em termos de custo ou de segurança para consumo.
“Os tratamentos necessários para água doce, além da desinfecção para consumo humano, na maioria das vezes, são mais simples do que os utilizados para águas salobras e salinas. Porém, dependendo da qualidade e, havendo disponibilidade de água salobra na mesma região, dessalinizar essa última para redução de STD poderá ser mais viável do remover os contaminantes da água doce” – destaca Daiane Porto. 

 

Os diferentes tipos de água

Ampliando as classificações
Como já dito, segundo a Resolução do CONAMA, existem basicamente 3 tipos de água, mas podemos detalhar, especificar e expandir uma pouco mais a classificação desse item tão importante. 
Água mineral: Oriunda de fontes naturais ou artificiais, a água mineral tem propriedades terapêuticas por suas características químicas, físicas e físico-químicas. Própria para consumo, possui grande quantidade de minerais originados da natureza, contendo, no mínimo, 500 miligramas da substância por litro. As águas minerais estão no subsolo a grandes profundidades e sem a presença de poluição, sendo totalmente naturais e benéficas para o homem. 
Água potável: O termo “potável” diz respeito à água tratada ou retirada de fontes naturais, que é pura e destinada ao consumo humano. Para se encaixar nessa classificação, a água deve ser incolor (completamente transparente), inodora (sem cheiro), ser estéril (sem a presença de micróbios causadores de doenças) e conter determinados sais minerais naturais.
Água de fonte: É a água subterrânea que aflora na superfície e contém substâncias minerais e gasosas dissolvidas. A depender do principal mineral dissolvido no recurso, pode ser sulforosa, acídula, alcalina, magnesiana, radioativa ou termal, dentre outros tipos. Tem propriedades medicinais.
Água contaminada: As águas de rios e lagos que recebem esgotos ou resíduos industriais se enquadram nessa categoria.
Água destilada: Com altas concentrações de hidrogênio e oxigênio, a água destilada é produzida de forma artificial em indústrias pelo processo de destilação. É destinada às baterias de automóveis ou utilizada como reagente.
Água poluída: É a água que está misturada a algum poluente, perdendo inclusive a cor natural. Geralmente, é encontrada em rios do entorno de grandes cidades, como é o caso do Rio Tietê. 
Águas residuais domésticas: São as águas provenientes de banhos, lavagens de pavimentos domésticos e cozinhas, ou seja, os resíduos da água utilizada em domicílios.  
Águas urbanas: Vindas das chuvas, lavagens de pavimentos, regas e outras atividades urbanas.
Água bruta: água sem nenhum tipo de tratamento que é destinada para qualquer finalidade.
Água dura: tipo de água com presença considerável de sais, magnésio, cálcio e ferro.

Os diferentes tipos de água

Entender as diferenças é fundamental
Conhecer as variedades de água, especialmente os tipos de água doce, o insumo essencial à vida humana, ajuda a incentivar o uso racional desses recursos e de soluções alternativas a fim de garantir a segurança hídrica global. Para Luciane, esse conhecimento é uma questão urgente e compulsória à sociedade contemporânea que, cada vez mais, convive com crises de escassez. 
A água é um recurso finito, portanto, requer o uso racional e sustentável. Por isso, a água tratada e potável deve ser priorizada para as necessidades humanas básicas (ingestão, higiene pessoal, lavagem e cozimento de alimentos) e a atividades como a fabricação de alimentos, bebidas, medicamentos e outros produtos que requerem água absolutamente livre de elementos contaminantes, poluentes e/ou patógenos.  
Enquanto isso, as águas residuais (da chuva, efluentes industriais) devem ser tratadas e transformadas em água de reúso, que é aquela que atende demandas que não requerem água potável como lavagem de pisos, veículos, resfriamento de máquinas industriais, irrigação de jardins, descargas de vasos sanitários e outras ações.  
O fato é, que os tipos de águas existentes são fundamentais para sobrevivência dos seres vivos, regulação do clima, equilíbrio entre as espécies, garantia da biodiversidade devido às diferenças nas caraterísticas dessas águas. A água salina, por ser a mais abundante no planeta, muitas vezes é opção para as regiões de escassez de água. Em várias cidades do mundo a população é abastecida somente pelo tratamento desse tipo de água.
Já a água doce é a mais usada para o consumo humano, sendo imprescindível para manter várias faunas e tipos de vegetações. Em função de características próprias, é a única que pode se tornar potável apenas com dosagem química, uma vez que a salobra e a salina requerem algum processo de dessalinização.  
Nas regiões mais pobres ou mais distantes dos centros urbanos, esta água é consumida sem qualquer tipo de tratamento, o que não é o ideal, já que se espera pelo menos a desinfecção para o consumo. A água salobra, muitas vezes, é o único tipo disponível em determinada região ou, devido às condições da água doce do local, pode tornar-se o tratamento mais viável para o consumo.
“O uso irracional dos recursos hídricos tem reduzido a disposição de água na natureza, acarretando escassez em várias regiões, dificultando o tratamento para consumo humano e prejudicando outras atividades importantes, o que causa impactos irreversíveis no meio ambiente e na economia. A indisponibilidade ou a contaminação dessas águas acarretam várias doenças, o que torna a preservação uma questão de saúde pública” - enfatiza Daiane.

Desafios
Em função do planeta ter aproximadamente 2,5 % de águas doces disponíveis, sendo a maior parte de difícil acesso (geleiras e calotas), os rios estarem distribuídos irregularmente no mundo, prevenir as contaminações das águas é imprescindível, bem como inovações no tratamento das águas, devido ao constante aumento da complexidade de remoção dos mais diversos contaminantes. Por fim, o uso racional dos recursos hídricos é uma atitude fundamental para garantir a disponibilidade dessas águas para gerações atuais e futuras.
Segundo Luciane, hoje, o maior desafio hídrico do mundo é a otimização da gestão da água doce. Governos, cidadãos, indústrias, o agronegócio e a sociedade civil como um todo têm que adotar hábitos uníssonos de preservação deste recurso que é vital, assim como o ar, os alimentos e o convívio social. 
“Já se foi o tempo de despreocupação e desinformação hídrica” – enfatiza. Ela cita alguns exemplos, que hoje vão totalmente na contramão da sustentabilidade e são inadmissíveis. Para todas essas ações, a solução é a água de reúso.
• Deixar as torneiras abertas, jorrando água tratada sem parar, sem maiores preocupações socioambientais;
• Varrer o quintal usando o esguicho como vassoura;
• Lavar veículos com água tratada e destinada ao consumo humano;
• As indústrias utilizarem água potável (de redes distribuição) para a lavagem de frotas, pátios, irrigação de jardins e gramados, descargas de sanitários e ações operacionais como resfriamento de máquinas, caldeiras e outros equipamentos. 

 

Os diferentes tipos de água

Nas últimas décadas, a otimização do uso da água é um tema de interesse crescente no meio corporativo, especialmente entre os gestores de negócios cujas operações são dependentes de água de qualidade, como, por exemplo, fábricas de alimentos, bebidas, remédios, cosméticos, produtos químicos e empresas do setor de serviços como redes de hotéis, hospitais, clínicas de saúde, laboratórios e lavanderias. 
Para empresas destes segmentos, a água é um valioso ativo que está no epicentro do negócio, sendo decisivo na qualidade dos produtos/serviços, na competitividade, na lucratividade e no reconhecimento da marca.  “Além disso, a maneira como a empresa se relaciona com o meio ambiente, e o zelo ou falta de cuidado que ela tem com a água, também impactam decisivamente na imagem que o consumidor constrói em relação a uma companhia” – finaliza Luciane. 


Contato das empresas
Allonda:
www.allonda.com
Fusati: www.fusati.com.br

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