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Presidente do Sincopeças-SP e presidente do Sindirepa discutem o cenário de autopeças no Brasil

Antonio Fiola e Francisco De La Tôrre expõem suas reflexões sobre o cenário atual


Nem mesmo fechado o primeiro semestre, 2020 já nos mostra que não é um ano para amadores. Após a expansão de casos do novo coronavírus em todo o mundo e as consequentes medidas para contê-la, economias entraram em desaceleração. No Brasil, soma-se ainda uma crise política. Para falar desse cenário, duas vozes experientes participaram de uma live, promovida pela A TV: Antonio Fiola, presidente do Sindirepa Nacional e do Sindirepa-SP e Francisco De La Tôrre, presidente do Sincopeças-SP.

Durante o bate-papo, as duas lideranças mostraram seus argumentos e reflexões sobre a situação atual do mercado brasileiro de reparação e reposição em todos os diferentes elos da cadeia de negócios.  De La Tôrre iniciou o debate explicando sobre o Decreto Federal 10.398 que coloca os serviços de comércio de autopeças no rol de atividades essenciais.  Segundo ele, embora a sentença do ministro Marco Aurélio coloca sob o poder dos estados e municípios o poder de decisão sobre esse rol, defende que as lojas de autopeças já podem funcionar, desde que sigam os protocolos determinados pelo governo estadual.  “Ao abrirem as portas, é importante que mantenham de forma bastante claro o Decreto Federal.  De qualquer forma, enviamos, em parceria com a Andap e Sicap um ofício aos gabinetes do prefeito e governador solicitando o alinhamento entre as três esferas executivas”. 

Apesar de estarem entre as atividades essenciais, as oficinas mecânicas registram uma queda entre 50% e 60% no movimento, segundo apontou Antonio Fiola.

Varejo-Oficina Mecânica

Fiola afirma que diante de erros cometidos pelos gestores públicos, a insegurança entre empresários e consumidores é crescente e, por isso, a estagnada. Porém há um lado positivo em tudo isso “o estreitamento das relações com o varejo”.  De acordo com o presidente do Sindirepa, as concessionárias têm cobrado antecipado, aproximando o mecânico das lojas de autopeças.

“Com essa pandemia, ficou muito clara a sinergia e a interconectividade entre o varejo e a oficina mecânica.  No período em que as lojas operavam somente no delivery ou drive-thru, acompanharam o movimento nas oficinas. Agora que estão abertas, não houve alteração significativa no faturamento, principalmente em lojas que atendem oficinas. Essa forte sinergia é a maior vantagem do nosso segmento, já que é ela garante uma capilaridade em todo território nacional e a agilidade nos serviços”, explica De La Tôrre.

Crédito

A falta de dinheiro para financiar a cadeia e o consumidor foi um dos temas debatidos durante o encontro on-line. Segundo os participantes, a obtenção de crédito é um tema de muita relevância e preocupação para o mercado. “Estamos discutindo e trabalhando a ideia de cooperativa de crédito, um meio de financiamento ao longo de toda a cadeia, do balcão para dentro. Há ainda um outro modelo em que grandes empresários colocam dinheiro em um fundo único a juro zero, como já acontece em outros setores do varejo como vestuário; móveis e moda. Já a opção Banco Cooperativo quem aportar dinheiro é remunerado”, conta De La Tôrre.

Para Fiola, o cenário para o reparador é complicado já que muitas empresas são pequenas, com cadastros desfavoráveis, dificultando a obtenção de crédito nesse período tão delicado, em que as linhas de crédito estão nas mãos de grandes instituições financeiras e o consumidor inseguro. “Por isso, tivemos a ideia da cooperativa pois ela pode auxiliar melhor quem está na ponta: varejistas e reparadores mais próximo do consumidor”. 

Momento Político

Ao longo da live , Fiola e De La Tôrre falaram das dificuldades e desafios desse momento que, no Brasil, ainda é agravado por uma crise política.  “Estamos vivendo uma época sem precedentes, em que com tanta informação estamos desinformados. Os três poderes não são confiáveis e o quarto, que é mídia, é tendenciosa. Existem ainda as redes sociais contaminadas por um enorme número de fake news.  Estamos em meio a uma guerra com pontos de vista divergentes sem uma corrente, nos ferindo muito”

De La Tôrre defende a importância de uma maior interação entre os três poderes na busca de uma solução conjunta para a crise provada pelo novo coronavírus.

Estoques

Ambos participantes acreditam na dificuldade de abastecimento em longo prazo. Para Antonio Fiola, a falta de peças é um grande receio, já que a maioria da indústria está em férias coletivas e o foco maior de abastecimento delas é a montadora, OEM.

O presidente do Sincopeças, também enxerga a dificuldade de reposição de estoques e, por isso, é tão importante manter fornecedores estratégicos. “Nesses momentos de crise, esses fornecedores esforçam-se para ajudar seus clientes, pois sabem que a situação vai passar e a relação deverá ser mantida depois”.

Ainda de acordo com De La Tôrre, o varejo de autopeças deve se preocupar com a manutenção do fluxo de caixa de composto, em curto prazo. A questão dos estoques será pensada quando efetivamente faltar peça. 

Retomada

As relações comerciais e interpessoais serão bem diferentes ao fim dessa crise, de acordo com De La Tôrre e Fiola: “Ninguém vai sair igual, pois vamos ressignificar muita coisa como comprar, vender e até nossa postura.  Acredito que nosso setor vai sair menos machucado do que outros”, opina o presidente do Sindirepa.

Para  De La Tôrre, toda a sociedade vai ganhar com a melhor utilização das ferramentas tecnológicas. “A internet 5G vai impactar de forma positiva nossos negócios. O sistema operacional da minha empresa vai falar com o dos meus fornecedores estratégicos e clientes, agilizando todo o processo. Além disso, com o uso maior de videoconferências, que aprendemos usar agora, vamos ganhar em tempo, produtividade e economia de translados”.

Ao final da live, Antonio Fiola deseja que o período seja o mais breve e curto possível e que o setor tenha condições de manter a frota circulando com muita serenidade. Enquanto Franscico De La Tôrre pede esforço e resistência aos empresários do varejo de autopeças, durante esse período. “Apesar de estarmo em um setor que tem uma demanda estabelecida de 44 milhões de veículos é trabalhar com o fluxo de caixa, utilizando todos os benefícios que o governo está disponibilizando em relação aos funcionários e tributos. Tenham muita fé que tudo vai passar”.

Para assistir à live acesse: https://www.youtube.com/watch?v=B02WZm60I5I

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