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Estudo global realizado pela Deloitte avalia as principais tendências para a indústria de mineração e metais

IA, cloud, edge computing, operações inteligentes e gêmeos digitais estão entre principais tendências tecnológicas para a mineração


O estudo global “Tracking the Trends 2025”, realizado pela Deloitte, avalia as principais tendências para a indústria de mineração e metais. Em sua 17ª edição, o relatório tem como destaque os fatores relacionados à tecnologia e transformação digital, que se tornam pilar para a sustentabilidade, a eficiência operacional e a capacidade de atender à crescente demanda global por minerais essenciais à transição energética.

A tecnologia passa a oferecer um caminho para superar obstáculos como a necessidade de buscar minerais em regiões mais remotas e em maior profundidade, de forma economicamente viável. A utilização inteligente de dados públicos geocientíficos já auxilia as mineradoras a identificar novos depósitos de minerais.

Esses dados, disponibilizados gratuitamente por levantamentos geológicos governamentais, quando combinados com análises avançadas e ferramentas de inteligência artificial (IA) e aprendizado de máquina (ML), podem revolucionar a exploração, segundo a Deloitte.

A consultoria ainda aponta que a capacidade de integrar e analisar grandes volumes de dados geocientíficos, que antes eram subutilizados, se tornou um divisor de águas para o setor. Isso não só acelera a identificação de alvos potenciais de perfuração, mas também otimiza os custos e o tempo, tornando a exploração mais eficiente e assertiva.

Operações inteligentes na mineração

A transição para “operações inteligentes” é outra das tendências para mineração analisadas no relatório. Mais do que a simples adoção de tecnologias, trata-se de uma redefinição organizacional que integra tecnologias operacionais (OT) e sistemas de tecnologia da informação (TI) em toda a cadeia de valor. Isso permite otimizar processos, aumentar a produtividade e tomar decisões baseadas em dados em todas as etapas, desde a engenharia e o projeto até a produção, processamento e manutenção.

“A aplicação de IA, gêmeos digitais e análise preditiva em minas contribui para torná-las economicamente mais sustentáveis e resilientes, gerando ganhos mensuráveis em eficiência, segurança e desempenho de sustentabilidade ambiental”, explica Tim Wiesel, sócio de Artificial Intelligence & Data na Deloitte.

Os gêmeos digitais, réplicas virtuais de ativos ou processos físicos, emergem como ferramentas poderosas nesse cenário. Eles permitem simular e prever o comportamento de equipamentos e processos em tempo real, otimizando custos e tempo, bem como aumentando a segurança dos trabalhadores nas operações.

O estudo da Deloitte aponta que, embora a reconfiguração de operações existentes (brownfield) em operações inteligentes possa ser desafiadora, para novos projetos (greenfield), há um forte argumento de negócios para otimizar o funcionamento desde o primeiro dia, introduzindo o conceito de operações inteligentes desde o início.

ERPs também fazem parte de tendências da mineração

O relatório também analisa que os novos sistemas ERP ajudarão as minas a aumentar a produtividade e a relação custo-benefício por meio de insights baseados em IA e serviços habilitados por nuvem. Segundo Tim, isso acontecerá porque a sincronização de ERPs de ultima geração com eventos importantes de negócios melhoram a qualidade dos dados.

Mas a Deloitte reconhece que a otimização tem que ocorrer de ponta a ponta da cadeia de valor, conectando as operações de mineração, a planta de processamento e os clientes finais. Isso vai exigir uma forte coordenação entre geólogos, engenheiros de minas, engenheiros de processo e marketing técnico, apoiada por sistemas e práticas de gerenciamento de dados mais robustos.

A inteligência artificial, em particular a IA Generativa (GenAI), desempenhará um papel fundamental na requalificação da força de trabalho e na superação da escassez de talentos. Ao automatizar tarefas rotineiras, a IA libera os trabalhadores do setor para se engajarem em atividades de maior valor, criativas e estratégicas. Segundo a consultoria, isso é crucial para uma indústria que precisará de cerca de 700 mil novos trabalhadores em minerais críticos até 2030.

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