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A combinação entre inteligência artificial e automação corporativa representa um novo patamar de eficiência para empresas

Segundo a PwC Brasil, tecnologias de IA podem gerar até US$ 5,2 trilhões em ganhos globais até 2030, impulsionadas pela automação de processos


Por Marcelo Marchi, CEO da Vericode*

A combinação entre inteligência artificial e automação corporativa representa um novo patamar de eficiência para empresas, onde sustentabilidade e performance convergem. Mais do que uma tendência tecnológica, essas ferramentas estão redefinindo como recursos, tempo e capacidades humanas são aplicados, trazendo ganhos estratégicos que impactam diretamente a competitividade. No Brasil, essa transformação já é observável em setores como engenharia de software, onde IA aplicada reduz retrabalho, acelera entregas e fortalece a estabilidade de sistemas críticos.

Segundo a PwC Brasil, tecnologias de IA podem gerar até US$ 5,2 trilhões em ganhos globais até 2030, impulsionadas pela automação de processos e pelo aumento da produtividade. Esse número evidencia o potencial disruptivo da inteligência artificial quando aplicada de forma estratégica, não apenas para acelerar tarefas, mas para otimizar fluxos, reduzir desperdícios e permitir que as equipes foquem em decisões de maior valor.

No entanto, o avanço da eficiência inteligente esbarra em desafios estruturais. A DatacenterDynamics aponta que 83% das empresas brasileiras ainda não possuem redes preparadas para suportar a expansão de data centers voltados a IA e alta densidade de processamento. Sem infraestrutura adequada, a promessa de produtividade e sustentabilidade digital corre o risco de ser limitada, mostrando que tecnologia avançada precisa caminhar lado a lado com planejamento operacional e resiliência de sistemas.

O conceito de eficiência inteligente também se conecta a uma visão mais ampla de sustentabilidade corporativa. No contexto da COP30, empresas são cada vez mais cobradas a inovar com responsabilidade, reduzindo desperdícios operacionais e aproveitando recursos de forma consciente. Com isso, aplicar IA à engenharia de software não é apenas investir em automação, mas em automação com propósito: reduzir o uso de energia, minimizar retrabalho e garantir entregas mais rápidas e seguras.

Além disso, a aplicação estratégica de IA fortalece a confiabilidade de operações críticas. Com processos automatizados, as organizações podem antecipar falhas, corrigir inconsistências e reduzir riscos de interrupção, enquanto liberam talento humano para funções analíticas e estratégicas. O ganho não é apenas de eficiência, mas de governança e previsibilidade operacional.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), em seu Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, por exemplo, reforça que soluções desenvolvidas localmente devem considerar eficiência energética e aproveitamento da matriz limpa do país. Essa perspectiva integra inovação tecnológica, responsabilidade ambiental e estratégia corporativa, mostrando que sustentabilidade e performance não precisam ser trade-offs.

É importante destacar que eficiência inteligente não se limita a adotar ferramentas de IA, mas a integrar dados, automação e processos de forma coesa, criando um ecossistema corporativo mais resiliente, ágil e estratégico. Empresas que conseguem alinhar tecnologia e propósito conseguem não apenas reduzir custos, mas gerar vantagem competitiva de longo prazo.

No fim, a eficiência inteligente redefine o papel da tecnologia nas operações corporativas. Quando IA e automação deixam de ser recursos isolados e se tornam parte de um modelo de gestão integrado, empresas ganham produtividade, previsibilidade e sustentabilidade, posicionando-se para competir em um mercado cada vez mais exigente e ambientalmente consciente.

*Com mais de 20 anos de experiência na indústria de tecnologia, Marcelo Marchi é investidor, consultor de tecnologia, e CEO e sócio-fundador da Vericode, empresa especializada em DevSecOps, Continuous Testing e Observabilidade.

Gabriel Soares <gabriel.soares@mention.net.br>

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