Decisões sobre veículos elétricos serão guiadas pelas demandas do mercado
Automotive Business -
Oliver Zipse pede regras igualitárias de acesso a crédito fiscal para produção de veículos elétricos no país
O CEO do BMW Group, Oliver Zipse, afirmou que a montadora tomará suas decisões sobre veículos elétricos guiadas pelas demandas do mercado e não por agendas políticas.
A fabricante alemã tem sido pressionada a repensar sua produção de peças e baterias para se qualificar para um novo crédito fiscal nos EUA. “Não mudaremos de maneira substancial nossa estratégia por causa da política atual”, afirmou Zipse, de acordo com o site Automotive News.
O executivo explicou que é perigoso se guiar pela política citando o governo do ex-presidente Trump. “Discutimos com o governo anterior, que tentou nos forçar a implementar uma fábrica de motores de combustão nos Estados Unidos”, recordou.
Segundo Zipse, se a BMW tivesse concordado com o ex-governo teria se prejudicado, dado a situação cada vez mais crítica da indústria de combustíveis fósseis diante da agenda climática.
BMW cobra crédito fiscal para montadoras europeias nos EUA
Zipse expressou frustração com a Lei de Redução da Inflação, que limita os créditos fiscais de veículos elétricos à produção norte-americana e à compra local de peças-chave e matérias-primas.
Ele acredita que a lei privilegia montadoras americanas com produção doméstica e cadeia de fornecedores mais robustas. "Pedimos igualdade de condições. A Europa não diferencia de onde vem o carro. Você ganha um incentivo ou redução de impostos se vender o modelo na região”, pontuou.
A BMW mantém uma fábrica em Spartanburg, na Carolina do Sul, que emprega mais de 11 mil pessoas. O CEO defende que a montadora deveria ser beneficiada por créditos fiscais assim como as marcas locais por ter sido a maior exportadora da região nos últimos oito anos.
O centro de produção da marca de luxo em Spartanburg fez mais de 416 mil veículos no ano passado, cerca de 40% exportado para o mercado mundial.
Agora, a BMW está investindo US$ 1,7 bilhão para fabricar uma nova geração de veículos elétricos também na Carolina do Sul. Zipse considera uma decepção colocar esse grande investimento nos EUA e ficar de fora do guarda-chuva da lei que reduz a inflação.