Os automóveis possuem diversas peças e acessórios, algumas delas dificilmente vão precisar de troca ou manutenção, mas para outras o cuidado é imprescindível, como é o caso dos filtros. De maneira geral, em um veículo há vários tipos: óleo, ar, combustível, cabine, e o filtro separador ou sedimentador. 
Esse último é aplicado em transportes movidos a diesel e tem a função de separar partículas de água que estão presentes nesse combustível. São responsáveis por prover essa separação com alta eficiência, além de reter partículas sólidas nocivas ao sistema de admissão. Acompanham um dreno, geralmente localizado no fundo da caneca, para realizar a drenagem da água após o processo de decantação.  
Segundo Leandro Yukio Nakamura Dorta, assistente técnico comercial da Tecfil, possuem uma camada de silicone que bloqueia a passagem de água. Conforme a bomba envia o combustível para o sistema, o filtro impede que o líquido siga para a câmara de combustão. 
Podem ser em construção blindada com carcaça em aço ou somente com refil/cartucho, com grande variação na sua composição: carcaça inteira em aço com dreno, carcaça em aço com copo acrílico fixo, carcaça em aço com copo acrílico rosqueável e por último, o modelo cartucho, montado dentro de uma carcaça (metálica ou plástica).

Atuam conectados a linha de admissão de combustível, normalmente aplicado no chassis no equipamento para facilitar seu manuseio/drenagem, ou integrados diretamente ao motor. Segundo Marcos Azambuja, suporte técnico da Cummins, há dois tipos de design: conjuntos metálicos ou a base de compostos de engenharia. Ambos podemos ter em sua estrutura meio filtrante convencionais a base de celulose ou de sintéticos de alta eficiência e performance. 

“Independentemente do tipo do filtro sedimentado, o objetivo é sempre o mesmo, separar partículas de água que estão presentes no diesel, não permitindo que essa água chegue ao sistema, sendo o meio filtrante responsável por essa função” – afirma Fabio Castro, gerente novos produtos e qualidade da Wega. 

O uso desse equipamento é fundamental para o processo, pois evita que o motor seja danificado precocemente pela corrosão causada pela água, além de evitar a perca do desempenho e aumento do consumo de combustível. O filtro protege os componentes internos do motor.

Cuidados, manutenção e troca
Alguns dos efeitos da má qualidade ou de uma danificação do filtro sendimentador é a possibilidade dos elementos contaminadores do combustível gerarem sérios danos no sistema de injeção, bem como acarretarem custos de manutenção em peças como bomba injetora e bico injetor. 
Assim, o maior risco de não utilizar este componente está relacionado em preservar o motor.  Isso por que, devido à água presente no diesel, com o tempo pode causar corrosões que levem à presença de microrganismos, prejudicando sensivelmente o desempenho do sistema. 

A água destrói os componentes do motor de duas maneiras, pela ferrugem e quando se transforma em vapor. Nesse sentido, destacamos dois cuidados: a realização da drenagem da água após a decantação e troca o filtro com base nas orientações da montadora do veículo ou máquina.
“No desenvolvimento do motor movido a diesel, onde foi dimensionado e considerado o uso do filtro sedimentador, eliminar o uso desse item é assumir um risco de danos no sistema que podem comprometer o bom funcionamento desse motor. O uso do filtro prolonga a vida útil dos componentes e do motor em questão” - enfatiza Castro.
É imprescindível que essa peça esteja em boas condições para realizar a sua função corretamente. O veículo pode apresentar algum dos sinais na hora de realizar a troca, entre eles podemos destacar a dificuldade na aceleração; perda de potência nas partidas; diminuição do desempenho; aumento do consumo de combustível; marcha lenta irregular; e lâmpada de advertência do veículo acesa.    
Vale ressaltar que mesmo sem nenhum desses fatores, é bom estar atento à periodicidade da troca do filtro sedimentador, de acordo com as especificações do fabricante do motor, tendo como limite máximo para substituição a marca de 25 mil km rodados.
Além disso, consultar sempre o filtro correto para aplicar no veículo. Utilizar acessório errado ou não recomendado, pode comprometer o bom funcionamento do motor. Deve-se ainda seguir o manual de operação do equipamento com os procedimentos de inspeção e regularidade alinhados a severidade da aplicação. 
É importante lembrar que um filtro sedimentador inadequado, com baixa eficiência na separação das partículas de água presentes no diesel, irá, no mínimo, reduzir a potência do motor e aumentar seu consumo de combustível. 
Além de se certificar da qualidade do filtro, é fundamental que o responsável pela administração do veículo se atente à periodicidade com que deve ser realizada a troca deste componente. Não apenas no que diz respeito ao filtro sedimentador, mas a todos os demais filtros presentes no sistema do veículo a diesel.
 
Tecnologias e sustentabilidade
A logística no Brasil é movimentada grande parte por veículos que são equipados com motores diesel, na maioria caminhões e ônibus. Os primeiros são responsáveis pela distribuição de produtos e alimentos, ou seja, é através deles que tudo chega em nossas casas. Os ônibus, por sua vez, são fatores fundamentais na mobilidade urbana por meio do transporte público.

Além da função mecânica de proteger o motor do veículo ou a saúde de seus ocupantes, os filtros, de maneira geral, podem contribuir com a economia de combustível e redução da emissão de poluentes na atmosfera, preocupação e grande crescimento atualmente. 
O fato é que, quando se fala em sustentabilidade é comum pensar apenas no quesito ambiental, mas não é só isso. O tema, em seu sentido amplo, se sustenta em um tripé composto por três diferentes pautas: ambiental, econômica e social. Para que se encontre soluções realmente sustentáveis para a temática da logística e da mobilidade no país, é preciso unir cada uma desses campos. 
“Observamos a preocupação por parte das montadoras em trazer tecnologia avançadas com produtos de baixo peso, alta eficiência e intervalos de serviços cada vez maiores permitindo maior tempo de operação, redução do custo operacional e pensando no meio ambiente ” – destaca Azambuja. 

Projetos radicais que incentivam a necessidade de veículos apenas em prol do meio ambiente, além de virem acompanhadas de total desconhecimento da tecnologia atual, estão longe de se encaixarem na pauta sustentável. É fundamental reconhecer o valor das pequenas-grandes-coisas cotidianas, como os filtros automotivos. Inovar sempre, mas não esquecendo do dia a dia e das ferramentas já existentes no setor. 
Ainda sim, segundo Dorta, há sempre novidades e novas tecnologias aparecendo. “Como inovação no mercado dos filtros sedimentadores, podemos citar o filtro com copo acrílico, filtro sedimentador refil e a linha de filtros Tecfil Max Pro Pesado, os quais são filtros premium com desempenho, vida útil e potência superior comparado as demais linhas e projetos de mercado” – enfatiza. 
Os filtros da Wega, por sua vez, são construídos apenas com o elemento filtrante plissado e fundido diretamente na tampa plástica, sendo fabricados com materiais de altíssima qualidade. Essa forma de fabricação dispensa o uso de matérias primas como carcaça em chapa, tampa metálica, válvulas e adesivos, componentes que seriam normalmente descartados na natureza.
Além disso, a empresa é parceira da Associação Brasileira de Filtros (ABRAFILTROS) no Programa de Reciclagem e Descarte Consciente de Filtros Usados para garantir o descarte sustentável e preservação do meio-ambiente.
Na mesma linha, a Cummins, alinhada com plano de buscar melhor eficiência em performance, vem trazendo soluções com menor presença de metais no conceito mais ecológicos (conjuntos cabeçote com bomba de escova integrada, sensores de restrição e presença de água na cuba para drenagem). “Estamos trazendo Nanotecnologia para os meios filtrantes, além de produtos cada vez mais integrados ao equipamento” – finaliza Azambuja. 

Contato das empresas
Cummins: www.cummins.com
Tecfil: www.tecfil.com.br 
Wega: www.wegamotors.com