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Qualidade da água usada na indústria química

De maneira geral, a água utilizada pela indústria tem diversas finalidades que vão desde os processos, limpeza do pátio e lavagem de peças, até o uso em torres de resfriamento


Qualidade da água usada na indústria química

De maneira geral, a água utilizada pela indústria tem diversas finalidades que vão desde os processos, limpeza do pátio e lavagem de peças, até o uso em torres de resfriamento. Como passa por diversos processos que podem envolver substâncias químicas e metais pesados, a água industrial precisa ser tratada antes de ser devolvida ao meio ambiente, de ser lançada nos esgotos ou mesmo antes de ser reutilizada.
Quando falamos da indústria química, de acordo com Luciane Prado Rocha Lopes, diretora administrativa e projetos da Fusati, as empresas que atuam no setor dependem e se relacionam com a água basicamente durante três processos. 
O primeiro deles é como matéria-prima ou fluido auxiliar para a fabricação de seus produtos. Esta água geralmente é proveniente de redes de abastecimento ou fontes hídricas superficiais ou subterrâneas (rios, lagos e poços artesianos). 
É importante ressaltar que antes de chegar à linha de fabricação esta água passa por uma Estação de Tratamento de Água (ETA), onde é submetida a uma série de processos (coagulação, floculação, decantação, filtragem, desinfecção, correção de pH, dessalinização, entre outros) que vão garantir a sua pureza e qualidade. A partir daí ela está pronta para ser utilizada na etapa de produção.
O segundo momento é para o resfriamento de equipamentos e máquinas, uma atividade realizada com água onde pode ser necessário tratamento específicos ou ser água de reúso. Por fim, temos a fase de tratamento de efluentes industriais, onde os líquidos residuais gerados na atividade fabril são destinados às Estações de Tratamento de Efluentes Industriais (ETEI), e são devidamente tratados antes de serem devolvidos à natureza ou empregados em atividades diversas.
A escolha da água a ser utilizada no processo fabril é um processo muito particular de cada empresa, e que envolve vários aspectos. “É importante avaliar a questão geográfica e logística, afim de identificar as opções de abastecimento de água daquela determinada região, como rede de distribuição, rio ou poço artesiano ou outra; os aspectos da água exigida e suas características; e o custo operacional, onde será necessário avaliar as opções de abastecimento disponíveis e definir qual vai atender à necessidade, considerando variáveis como investimento, custo e opções de tratamento e infraestrutura disponível” – explica Luciane Prado Rocha Lopes.
Assim como em praticamente todo setor da indústria, o segmento químico tem a água como uma matéria-prima estratégica, pois a qualidade da mesma é um dos fatores que vai determinar a integridade e as características originais de seus produtos. Isso vale para indústrias fabricantes de ácidos, fertilizantes, borrachas sintéticas, abrasivos, solventes, emulsionantes, catalisadores, óleos, graxas, plásticos, poliuretanos tintas e outros.

Qualidade da água usada na indústria química

Cuidados, restrições e normas
Normalmente, as companhias e indústrias realizam análises laboratoriais para identificar as propriedades químicas de suas águas. Essa é uma medida fundamental para “entender” o tipo de recurso hídrico disponível e “onde” se pretende chegar com ele. Uma análise vai indicar as formas adequadas de tratamento e correção daquela água (quanto ao pH, acidez, alcalinidade e presença de minerais em excesso), para que atenda plenamente as necessidades da produção enquanto matéria-prima. 
Segundo a representante da Fusati, não utilizar a água adequada pode implicar em riscos, prejuízos institucionais e problemas operacionais que vão comprometer a produtividade da empresa. Em casos extremos, pode até provocar acidentes na planta industrial. 
As águas coletadas de cursos d´água e poços artesianos, por exemplo, empregadas na indústria podem possuir grandes concentrações de determinados sais, ferro e manganês. 
Isso é ruim, pois o excesso desses minerais causam transtornos como turbidez, odor forte, cor amarelada e a formação da chamada “água dura”, o que dificulta a dissolução de sabões ou detergentes. 
Além disso, favorece o surgimento de incrustações nas tubulações das indústrias, que em casos extremos podem causar entupimento do sistema hidráulico e até provocar explosões, especialmente em caldeiras. 
“É importante dizer que uma água potável e própria para o consumo humano não necessariamente é adequada para rotinas industriais. Existem casos nos quais os parâmetros químicos da água ideal para uma determinada finalidade industrial estão fora dos padrões de potabilidade” – afirma Luciane.  
Ela destaca ainda, que de maneira geral, “água boa” para a fabricação é aquela livre de substâncias contaminantes (orgânicas e inorgânicas) e micropartículas em suspensão.  Do ponto de vista das propriedades químicas, na maioria dos casos a água deve ser a mais equilibrada possível, quanto ao pH, acidez, dureza e a presença de minerais. Lembrando que existem segmentos que demandam certos tipos de água com propriedades específicas. 
Para o consumo humano, os padrões de potabilidade da água são definidos pela Portaria de Consolidação nº 5 – Anexo XX de 28 de setembro de 2017, do Ministério da Saúde.  Já no caso da indústria os padrões químicos que definem a qualidade da água variam conforme a sua finalidade. 
Existem ainda as normas técnicas da ABNT que estabelecem diretrizes específicas quanto às estruturas das Estações de Tratamento de Água, Esgoto e Efluentes Industriais, como a NBR 7229, que disciplina “o projeto, construção e operação de sistemas de tanques sépticos” e a NBR 12216, que fixa as condições exigíveis na elaboração de projeto de estação de tratamento de água destinada à produção de água potável para abastecimento público.

Qualidade da água usada na indústria química

Água de reúso
Nos dias de hoje, uma das maiores preocupações das indústrias é o gasto com água. Diante disso, a sua reutilização vem sendo uma prática vantajosa. Já é fato, o reúso de água reduz os custos com a produção e reduz o impacto ao meio ambiente.
Existem três maneiras de reutilizar as águas derivadas da indústria. Começando pelo o reúso indireto, a água utilizada vai para diluição, a fim de ser captada posteriormente. No reúso direto, a água já é proveniente de um esgoto tratado. Por último, na reciclagem interna, tudo acontece internamente, ou seja, a própria indústria trata a água e utilizam de diversas maneiras. 
De acordo com Luciane, existe uma parcela razoável de companhias do setor químico que utilizam água de reúso. Geralmente, essa água é proveniente de duas fontes: águas pluviais que, após coletadas, são devidamente tratadas; e resíduos líquidos gerados no processo fabril que são tratados em Estações de Tratamento de Efluentes Industriais.
É importante sempre lembrar que essa água não possui uma qualidade inferior quando comparada à água potável e não é usada diretamente para o consumo. Sua utilização engloba geração de energia, refrigeração de equipamentos, lavagem de carros, irrigação de campos para cultivo, combate a incêndios, limpeza de ruas e irrigações de jardins. “A água de reúso pode ser empregada na lavagem de pisos, irrigação de jardins, descarga de sanitários, resfriamento de caldeiras e outros dispositivos industriais” – completa a diretora da Fusati. 
 

Contato da empresa
Fusati:
www.fusati.com.br

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