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Novas e criativas tecnologias e aplicações resultam em uma nova matriz de conhecimento. A função de filtrar passa a ser uma dentre outras mais incorporadas ao sistema


Novas e criativas tecnologias e aplicações resultam em uma nova matriz de conhecimento. A função de filtrar passa a ser uma dentre outras mais incorporadas ao sistema

por José Gelencsir

No passado, os filtros automotivos aplicados em veículos de passeio, pick-ups, caminhões, ônibus e máquinas industriais representavam somente limpar e reter partículas danosas ao motor, sistemas de injeção e equipamentos hidráulicos, com uma determinada garantia de eficiência de filtração, perda de carga do sistema e período de troca
do meio filtrante do sistema (manutenção).
Antes mesmo da escalada dos preços do petróleo, a introdução global das legislações de emissões e reduções dos níveis de HC, CO, e NOX, provocaram a demanda dos fabricantes de motores e de veículos automotores por soluções de menores motores e sistemas cada vez mais integrados, que proporcionem manutenção e/ou aumento de eficiência, atendendo às expectativas de maiores pressões de combustão, melhor eficiência volumétrica, maiores temperaturas de trabalho, melhor eficiência térmica, maior torque e potência, menor consumo específico de combustível, menor consumo de óleo lubrificante e redução dos níveis de ruído.
Diante desta situação, os fabricantes de filtros, inteligentemente e oportunamente, voltaram sua atenção não somente em filtrar como também em incorporar aos filtros outras funções, chamadas no
meio de soluções modulares, e que atendessem estas necessidades.
Novas e criativas tecnologias e aplicações resultaram em uma nova matriz de conhecimento, de forma que os antigos filtros transformaram-se nos novos gerenciadores dos sistemas, ou como se diz tradicionalmente no mercado, “sistemistas de filtração”. A função de filtrar passa a ser uma dentre outras mais incorporadas ao sistema.
Na linha de novos desenvolvimentos tecnológicos e suas aplicações, dividimos os gerenciamentos dos sistemas de filtração em dois segmentos: Gerenciamento dos sistemas do ar de admissão e gases de escape e Gerenciamento dos sistemas dos líquidos em geral.

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Destacam-se como soluções tecnológicas no gerenciamento do ar de admissão e gases de escape, as seguintes tecnologias:
- Sistemas de filtração do ar e condução do ar purificado ao cilindro do motor, constituído por:
• Duto de condução do ar sujo;
• Caixa do filtro do ar;
• Elemento filtrante com suas características e particularidades de eficiência e perda de carga;
• Ressonadores e pacotes acústicos para reduções do ruído da entrada do ar no sistema e do ruído estrutural provocado pela pulsação no sistema (NVH);
• Eletrônica embarcada como sensores de temperatura e de pressão;
• Medidor de fluxo de massa do ar, que lê a massa real do ar que passa pelo sistema de admissão e, através de um sinal elétrico, informa à unidade central eletrônica do veículo a quantidade exata de combustível que deverá ser injetada no cilindro do motor;
• Duto de ar limpo, que receberá hidrocarbonetos
(HC) do canister e blow-by (névoa de óleo lubrificante) do motor;
• Turbo - compressor fixo ou variável, com resfriador de calor e controladores de pressão;
• Corpo de borboleta;
• Coletor de admissão fixo ou variável, que aperfeiçoa o torque e potência do motor;
• Ressonadores incorporados ao coletor de admissão do ar;
• Flaps para promoção de turbulência do tipo swirl e trumble. Funcionam com acionadores eletrônicos e são controlados pela unidade central eletrônica do veículo;
• Válvulas de pulsação do ar (APV);
• Resfriador de calor e válvula EGR, com tecnologia mecatrônica, a qual aproveita e distribui no coletor de admissão do ar uma fração dos gases de escape, contribuindo para a redução das emissões de NOx;
• Outra nova tecnologia para melhorar a eficiência e reaproveitamento dos gases de escape são as “Rotating valves”.

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Os gerenciamentos dos sistemas de filtração do ar, associados aos coletores de admissão num único sistema de admissão, mostram-se vantajosos quando simulados com ferramentas do tipo GT-Power.
Para controle das emissões de NOX, não podemos esquecer das tecnologias de pós-tratamento ou SCR, com adição de uréia nos gases de escape e filtração dos particulados (CO), com aplicações de filtros cerâmicos e tecnologia de revitalização do filtro através de queima induzida.
Além das tecnologias aplicadas acima, destacam-se também os novos desenvolvimentos e aplicações de novos materiais plásticos com e sem fibras e/ou cargas minerais, que são adequados para atender altas temperaturas. Exemplos são os materiais plásticos que foram desenvolvidos para aplicações da válvula EGR nos coletores de admissão do ar.

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Outros materiais como elastômeros, resistentes às altas temperaturas e ataques químicos, e novos meios filtrantes com deposição de melt blown e totalmente sintéticos, além da tecnologia de nanofibras, proporcionam maior eficiência de filtração e menor perda de carga no sistema, melhorando o rendimento volumétrico do motor, além de serem totalmente ecológicos. Destacam-se como soluções tecnológicas no gerenciamento de líquidos em geral (óleo lubrificante, separadores de névoa de óleo com controle de pressão do cárter, combustíveis e óleos hidráulicos):
- Os filtros de óleo lubrificante tornaram-se módulos de filtração de óleo com gerenciamento da temperatura do óleo, cujo resfriador de calor óleo-água foi integrado no sistema de filtração. Entre funções incorporadas, podemos citar:
• Válvulas e sistemas de dreno;
• Válvulas by-pass;
• Válvulas anti-retorno;
• Sensores de pressão, que passam a fazer parte do módulo de filtração e não são mais eliminados no momento de manutenção do elemento filtrante;
• O elemento filtrante ecológico, desenvolvido com novos materiais filtrantes sintéticos, proporciona maior eficiência de filtração e período de troca mais longo. Com os desenvolvimentos de novos materiais plásticos, tecnologias de injeção e vedações, os módulos passaram a ser inteiramente de plástico, à exceção do resfriador de calor, em metal. O efeito de contaminação do óleo lubrificante com a utilização de biocombustíveis, e conseqüente impacto na durabilidade do meio filtrante, é igualmente atendido com os novos meios filtrantes. Novas tecnologias de centrifugação do óleo lubrificante mostram-se altamente eficazes na filtração de partículas de tamanhos reduzidos (SOOT), que antes dificilmente eram filtradas de forma convencional, no que resultava em menor durabilidade dos motores. Novos sistemas e tecnologias de separação de névoa de óleo lubrificante (blow-by) e válvula de controle de pressão do cárter (PCV), que aproveitam os gases internos do motor na alimentação da combustão, os quais foram desenvolvidos e integrados na tampa de válvulas, reduzindo grande quantidade de componentes como mangueiras, braçadeiras e acessórios.

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Esta aplicação reduz substancialmente o consumo de óleo lubrificante dos motores.
- Tecnologias como:
• Multiciclones;
• Impactor e cone stack, reduzem com excelente eficiência o consumo do óleo lubrificante dos motores.

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Aplicados em sistemas fechados, eliminam definitivamente o envio do óleo lubrificante ao meio ambiente.
Quanto ao gerenciamento dos sistemas de combustíveis, o assunto se aprofunda, novas tecnologias e aplicações de novos materiais e funções nos sistemas de filtração foram necessárias para atender as demandas locais e mundiais.

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Devido ao excesso de partículas e água no diesel, conforme estudo realizado pela empresa SGS, em países como Brasil, China e Índia, além da formação do “gel” e íons dissolvidos no álcool hidratado, devido à adição de água sem controle no álcool anidro, novos meios filtrantes e processos de fabricação foram desenvolvidos e aplicados exclusivamente para atenderem estas necessidades. Além disso, incorporaram-se novos dispositivos eletrônicos como:
• Sensores de pressão;
• Sensores de presença de água;
• Sensores de qualidade do combustível;
• Válvula de dreno automático de água;
• Absorvedores de hidrocarbonetos;
• Aquecedores de combustível, etc.

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Poderíamos discorrer sobre outras tecnologias aplicadas em outros produtos como cárter plástico, filtros de carvão ativado, filtros de cabine (pólen), tampa de válvulas, mecatrônica aplicada em filtros etc, mas o objetivo desta matéria foi apresentar e informar que “filtro” deixou de ser um componente e que a função de filtrar, apesar de continuar sendo básica e fundamental, deixou de ser a única função, passando a fazer parte de uma gama de funções dentro de um sistema de filtração. O conceito de sistema de filtração deverá estar cada vez mais integrado ao Powertrain do motor, Powercell de combustão e ao veículo. Novo design mais complexo e suficiente para atender cada cliente e suas demandas globais, dentro de uma necessidade “customizada”, cliente a cliente, de forma que as necessidades e expectativas locais, cujos consumidores finais que também são locais, sejam atendidas e superadas. Caberá aos sistemistas de filtração muita pesquisa científica, engenharia de simulação, design e construção, criatividade e flexibilidade para atender estas demandas. Muito ainda está por vir!Muito Mais Que Filtrar

Mahle Metal leve S.A.
www.mahle.com.br
Tel/Fax: (11) 4589-0500

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