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Século Xxi: A Era Da Sede

Dois importantes alertas científicos, divulgados recentemente, fizeram novamente soar o alarme sobre as reservas mundiais de água. Uma pesquisa, publicada na revista Nature, anuncia que o planeta poderá enfrentar secas violentas nos próximos anos


Dois importantes alertas científicos, divulgados recentemente, fizeram novamente soar o alarme sobre as reservas mundiais de água. Uma pesquisa, publicada na revista Nature, anuncia que o planeta poderá enfrentar secas violentas nos próximos anos

por Cecy Oliveira

Século Xxi: A Era Da Sede

Na celebração do Dia Mundial das Zonas Úmidas - 2 de fevereiro - várias entidades internacionais chamaram a atenção para o agravamento da escassez de água, prevendo que no máximo em 50 anos, de cada três pessoas duas viverão em regiões com deficiência hídrica. A pesquisa - publicada nas revistas científicas mais respeitadas do mundo - adverte que o suprimento de água doce poderá cair dramaticamente causando fome induzida por seca, agitação política e migração em grande escala pelo mundo. E mostra que flutuações extremas nos recursos hídricos da Terra durante o último milênio ocorreram de maneira natural na África Oriental e em outras partes do planeta. A preocupação dos cientistas é que a industrialização pode ser um gatilho para extremas mudanças climáticas em escala global no futuro.
A outra previsão, ainda mais catastrófica, estima que dentro de 25 anos, 2/3 dos habitantes da Terra poderão sofrer escassez drástica de abastecimento de água. E entre as causas dessa redução das reservas estaria a deterioração das zonas úmidas, uma das mais importantes fontes de água doce segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
A entidade prevê saldos deficitários de recursos hídricos em pelo menos 60 países até 2050. Hoje a falta de água de qualidade já afeta a metade dos 6 bilhões de habitantes do mundo e cerca de 1 bilhão não têm acesso à água potável. Entre as causas da redução das zonas úmidas está a transformação de pântanos, áreas de marinha, banhados, lagos e zonas de inundação dos rios em locais para aproveitamento agrícola, para moradia ou instalação de indústrias, com evidente prejuízo e alteração na paisagem e no funcionamento dos ecossistemas. Uma das funções mais afetadas é a da retenção e controle de inundações.
Uma das propostas feitas é instituir compensações financeiras para os países que optem por não construir grandes represas a fim de preservar reservas hídricas. “As soluções estão a nosso alcance, mas requerem esforços de todos”, disse Richard Holland, diretor da campanha Água para a Vida, da WWF.
Ele exorta a que todos se envolvam nesse compromisso, desde habitantes de pequenos povoados isolados até as grandes indústrias e os principais governantes do mundo. A chave, segundo ele, é que as ações se concentrem em estabelecer quais são os interesses comuns da humanidade na conservação, gestão e desenvolvimento, para que seja possível estabelecer metas que possam ser alcançadas por todos. Século Xxi: A Era Da Sede

Cecy Oliveira é jornalista, editora da Revista digital Água Online
E-mail: cecyoliveira@aguaonline.com.br
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