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Hub de Descarbonização da FIESC apresentou os resultados finais do Programa Piloto de Biogás de Santa Catarina

Hub de Descarbonização apresenta resultado final do programa que mapeou 50 propriedades rurais e identificou reduções de até 20% nas emissões diretas


O Hub de Descarbonização da FIESC apresentou, nesta segunda-feira (8), os resultados finais do Programa Piloto de Biogás de Santa Catarina, iniciativa que avaliou a viabilidade técnica, econômica e ambiental do aproveitamento energético de dejetos suínos em 50 propriedades rurais ligadas às agroindústrias Aurora Coop, Master e Seara. 

O estudo, conduzido ao longo de seis meses pelo Instituto SENAI de Tecnologia em parceria com o CIBiogás, confirma que o estado possui potencial técnico para ampliar o uso do biogás e do biometano na agroindústria, ao mesmo tempo em que avança na mitigação de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

A partir dessa análise, o uso de biodigestores demonstra potencial de redução das emissões diretas, com resultados que variam conforme o tipo de unidade produtiva: as granjas de creche apresentam redução potencial superior a 20%, enquanto terminação e UPDs (unidade produtora de desmamados) também registram ganhos ambientais relevantes. 

“Esses números confirmam o papel estratégico do biogás como solução de descarbonização no campo, especialmente em estados com forte presença da suinocultura, como é Santa Catarina”, frisa Charles Leber, líder do Hub de Descarbonização da FIESC. O estado é responsável por 8% das exportações mundiais de carne suína, e por 33% do rebanho do país.

Negócios mais sustentáveis

A expectativa é que os resultados consolidem o Programa de Biogás como um marco no apoio ao produtor rural catarinense, auxiliando na adoção de soluções de energia renovável e na sustentabilidade dos negócios. “Várias granjas já usam alta tecnologia para a geração de biogás e a FIESC tem oferecido suporte à indústria neste sentido”, destaca o presidente da Federação, Gilberto Seleme.

O diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne), Jorge Luiz de Lima, relembra que as primeiras tentativas de implementar práticas sustentáveis na produção do agronegócio não obtiveram sucesso esperado, no entanto, frisa o apoio institucional do setor produtivo catarinense ao processo de descarbonização proposto pela FIESC e vê o sucesso desta jornada. “Desde o início, apoiamos essa ideia e sempre estaremos à disposição. Somos parceiros da FIESC no processo de descarbonização de todas as cadeias produtivas do Estado, começando pela suinocultura, que já possui um ecossistema positivo de completo aproveitamento de tudo que é produzido.”

“Para a agroindústria, isso representa uma cadeia produtiva mais limpa, com fornecedores que atendem melhor às exigências ambientais, agregam valor ao produto final e fortalecem a imagem de sustentabilidade do setor como um todo”, destaca o diretor regional do SENAI/SC, Fabrízio Pereira.

Presente no evento, o secretário do meio ambiente e da economia verde, Guilherme Dallacosta, reforçou o compromisso do governo do estado em apoiar e fortalecer iniciativas voltadas à descarbonização. Lucas Amancio, secretário adjunto de planejamento do governo, também acompanhou o evento. “É importante trabalhar olhando ‘a floresta’ como um todo, visando buscar o desenvolvimento em todas as regiões”, disse.

Cadeia de biogás em SC

O piloto analisou o desempenho de diferentes modelos tecnológicos, incluindo uso térmico, elétrico e produção de biometano, além de arranjos individuais e coletivos. Os biodigestores testados nas propriedades demonstram viabilidade técnica consistente, especialmente quando aplicados à substituição térmica.

Já os modelos coletivos voltados à geração elétrica e ao biometano dependem de maior escala, redução de custos de infraestrutura e políticas de incentivo para se tornarem competitivos. 

As análises consideraram dados coletados nas propriedades, caracterização dos rebanhos, dimensionamento dos biodigestores, condições operacionais, parâmetros energéticos e simulações de infraestrutura, incluindo biogasodutos, centrais de recebimento, motogeradores e unidades de upgrading para biometano.

Próximos passos

O estudo indica que Santa Catarina possui base produtiva e densidade territorial favoráveis à ampliação da cadeia de biogás, especialmente nas regiões Oeste e Meio-Oeste. A consolidação dos modelos coletivos exige políticas de fomento, financiamento e estruturas regionais, além de mecanismos como garantias, subsídios a gasodutos e estímulos à compra de biometano para uso industrial e veicular.

Além das agroindústrias, foram parceiros desta etapa piloto do projeto o Sindicarne, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e Sicoob. 

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação/MB Comunicação

MB3 <mb3@mbcomunic.com.br>

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