Especialista levanta um contraponto sobre sustentabilidade e o crescimento exponencial da inteligência artificial
Partners Comunicação -
Expansão de data centers enfrenta dilema ambiental e requer adaptação de padrões globais, especialmente no consumo de energia
Em meio aos debates da COP30, especialista levanta um contraponto sobre sustentabilidade e o crescimento exponencial da inteligência artificial (IA) e da computação em nuvem. Essas discussões colocaram os data centers no centro das preocupações sobre consumo massivo de energia e recursos hídricos.
“É urgente e necessária uma intersecção entre a agenda climática global e o setor de tecnologia da informação, com foco em soluções sustentáveis para a crescente demanda por processamento de dados, especialmente nos países tropicais como o Brasil”, destaca Reinaldo Kazuo Nakamitsu, Diretor de Engenharia da Engemon, um dos nomes mais respeitados em data centers e obras de missão crítica na América Latina.
A empresa já trabalhou com centenas de projetos de data centers nos últimos 20 anos, dos mais diversos escopos, incluindo moving, ampliação, retrofit, construção, operação e manutenção. Nas últimas duas décadas, já faturaram algo em torno de R$ 1,5 bi com obras dessa natureza e preveem faturar aproximadamente R$ 5 bi até 2030. “O futuro da infraestrutura digital na América Latina depende da capacidade das empresas de adaptar normas internacionais às condições locais, especialmente climáticas. Já estão sendo pensadas soluções e iniciativas para que os data centers não consumam tanta energia”, comenta o especialista.
Segundo ele, os grandes fabricantes do mercado têm investido grandes volumes de dinheiro em P&D para essa finalidade. “A última grande solução que vem sendo implantada e gerando bons resultados no resfriamento dos equipamentos é o liquid cooling, que está reduzindo significativamente o PUE (Power Usage Effectiveness) dos novos data centers”, afirma.
Para Kazuo Nakamitsu, nesse momento de forte expansão de investimentos em data centers e infraestrutura digital na América Latina, o desafio que se impõe não é apenas tecnológico, mas também cultural e de engenharia. “O avanço digital na América Latina precisa ser sustentado por bases sólidas de engenharia e integridade. Não se trata de copiar modelos estrangeiros, e sim de reinterpretá-los com inteligência técnica e sensibilidade ao contexto local”, afirma.
Aline Rosa <aline.rosa@partners360.com.br>