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Dois projetos apresentados na COP30 simbolizam uma virada concreta na transição energética naval do Brasil

Na COP30, o Brasil apresenta dois barcos movidos a hidrogênio que ficam como herança tangível da conferência: o BotoH2, patrocinado pela Itaipu Binacional,


Em meio a milhares de negociações, discursos e anúncios de metas climáticas, a COP30 vai deixar um legado concreto para a navegação brasileira e com potencial de impacto global: embarcações que já operam, ou estão prontas para operar, com hidrogênio verde, além de um projeto de barco totalmente autossuficiente, capaz de gerar seu próprio hidrogênio a bordo. Em Belém (PA), dois protagonistas dessa virada chamam atenção: o BotoH2, patrocinado pela Itaipu Binacional, é primeira embarcação do país a unir célula de combustível a hidrogênio e painéis solares que ficará de legado para a cidade de Belém e o JAQ H1, barco que apresentou sua hotelaria movida a hidrogênio verde e vai percorrer as  principais capitais do país. 

O BotoH2, de 9,5 metros de comprimento, permanecerá em Belém após a COP30 e será incorporado às Unidades de Valorização de Resíduos Sólidos (UVRs) em implantação na cidade para facilitar a coleta de recicláveis nas ilhas e com isso reduzir a dependência de barcos a diesel em mau estado, ainda comuns na região. O programa prevê também reforma de galpões, fornecimento de equipamentos (esteiras, prensas, caminhões-baú) e assessoria em gestão às cooperativas de catadores, com impacto direto na renda, na organização e nas condições de trabalho desses profissionais.

Já o JAQ H1, primeiro barco da empresa JAQ Apoio Marítimo, tem 36 metros de comprimento, cerca de 400 m² de área útil, auditório para 50 pessoas e estrutura de embarcação oceânica, ele foi 100% patrocinado pela iniciativa privada e nasce com vocação nacional: após a COP30, deverá percorrer diversas capitais brasileiras para apresentar o sistema da  célula de hidrogênio verde. Na primeira fase, apresentada em Belém, toda a hotelaria do barco, com iluminação, climatização e sistemas internos, já está preparada para operar com hidrogênio verde. Na segunda etapa, em dezembro, em Fortaleza, será instalado o motor da MAN com sistema de propulsão dual fuel,  capaz de utilizar 20% de hidrogênio na mistura, o que reduz em até 80% a emissão de CO2 da embarcação. Após isso, o barco atracará no Porto de Suape, em Pernambuco, para o abastecimento do hidrogênio. 

A terceira fase, prevista para 2027,  a empresa irá apresentar uma nova embarcação JAQ H2 de cerca de 50 metros, capaz de gerar seu próprio hidrogênio a bordo. Através da dessalinização da água do mar por meio de um eletrolisador que quebra as moléculas de hidrogênio e oxigênio, para armazenar o hidrogênio e tornar viável a autossuficiência energética com emissão zero. 

A missão das duas unidades será cruzar os principais biomas brasileiros, combinando pesquisa científica, educação ambiental e trabalhos portuários. Graças ao uso de hidrojatos, o JAQ H2 consegue navegar em áreas de menor profundidade, o que permite alcançar comunidades ribeirinhas e ampliar o alcance das ações de sensibilização climática.

O projeto JAQ H1 é financiado 100% pela iniciativa privada e reúne parceiros que contribuem com expertise e tecnologia. É o caso do Itaipu Parquetec  que forneceu know-how e suporte técnico no comissionamento do sistema e da GWM, que trouxe a tecnologia dos equipamentos, enquanto a MAN passa a atuar na etapa de propulsão, com a instalação de dois motores dual fuel.

“Na COP há muito debate e isso é fundamental. Mas, desde o início, nossa intenção foi ir além do discurso e mostrar soluções concretas”, afirma Ernani Paciornik, idealizador do projeto JAQ e presidente do Grupo Náutica. “O BotoH2 fica como legado direto para Belém para apoiar os catadores e ajudar a cuidar dos rios da cidade. O JAQ H1 vai rodar o país como barco que vai apresentar o sistema da célula de hidrogênio nas principais capitais do Brasil. São dois projetos brasileiros que provam, na prática, que já é possível navegar com muito menos impacto.”

“Estamos dando a nossa contribuição ao planeta com embarcações que qualquer pessoa pode visitar, entrar, fazer perguntas e entender como funcionam. Quando um estudante pisa a bordo e vê um barco silencioso, sem fumaça, movido por uma tecnologia que pode usar energia limpa, ele percebe que o futuro não é promessa, é realidade. Esse é o legado que queremos deixar da COP30”, finaliza o executivo. 

Amanda <redacao3@rotascomunicacao.com.br>

 

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