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COP 30 representa um marco histórico para o Brasil e para o setor de energia

Entre os inúmeros temas que estarão em debate, a energia renovável desponta como a grande protagonista. E há boas razões para isso.


Por Gustavo Ayala, CEO do Grupo Bolt
 

A COP 30, realizada agora em novembro no Belém (PA), representa um marco histórico para o Brasil e para o setor de energia. Pela primeira vez, o país será palco do principal fórum mundial sobre mudanças climáticas, em um momento em que a transição energética deixou de ser uma pauta de futuro para se tornar uma necessidade urgente do presente.

Entre os inúmeros temas que estarão em debate, a energia renovável desponta como a grande protagonista. E há boas razões para isso. O mundo finalmente compreende que o investimento em fontes limpas e sustentáveis não é apenas uma resposta ambiental, mas uma estratégia essencial para a manutenção da própria sociedade como a conhecemos.

Investir em energia limpa é investir na sustentabilidade dos negócios

A humanidade vive um ponto de inflexão. As mudanças climáticas estão impactando diretamente a produção de alimentos, a segurança hídrica e a saúde pública. Os eventos climáticos extremos como as secas prolongadas, enchentes devastadoras e ondas de calor se tornaram parte do cotidiano global.

Diante desse cenário, o investimento em energias renováveis surge como um pilar de estabilidade. Ao reduzir emissões de gases de efeito estufa, diminuímos a pressão sobre os ecossistemas e garantimos condições mínimas de previsibilidade para a economia e para o bem-estar social.

Mas não é só uma questão ambiental. É também econômica e social. A transição energética é um vetor de desenvolvimento, gerando emprego, renda e inovação tecnológica. Cada nova planta solar, cada parque eólico e cada projeto de biogás ou hidrogênio verde representam não apenas uma contribuição à descarbonização, mas também um movimento de prosperidade regional.

O Brasil é um exemplo concreto de que essa transição é possível

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou recentemente que o Brasil “vai de cabeça erguida” para a COP30, e ele tem razão! Hoje, cerca de 90% da nossa matriz elétrica é formada por fontes renováveis, um índice incomparável entre as grandes economias do mundo.

O país é líder em energia renovável dentro do G20 e já superou a meta de gerar 84% da eletricidade a partir de fontes limpas até 2030. Além disso, está entre os apenas 22 países que cumprem o compromisso assumido na COP28 de triplicar a capacidade global de geração de energia renovável até o fim da década.

Agora, o governo federal se prepara para a COP30 com sete planos estratégicos, voltados à expansão das redes elétricas, aos combustíveis sustentáveis, ao acesso universal à energia e a um planejamento voltado para uma transição justa e inclusiva. Iniciativas que reforçam o protagonismo brasileiro em um debate que é, ao mesmo tempo, ambiental, econômico e social.

Além disso, o governo federal anunciou sete planos estratégicos que levará à COP30, com foco na expansão das redes elétricas, combustíveis sustentáveis, acesso universal à energia e planejamento para uma transição justa e inclusiva. Esses planos reforçam o protagonismo brasileiro em um debate que é, ao mesmo tempo, ambiental, econômico e social.

Temos sol, vento, água, biomassa e, principalmente, competência técnica para transformar esses recursos em energia limpa e acessível. O desafio agora é garantir que o investimento público e privado avance na mesma velocidade da oportunidade.

Um novo ciclo de oportunidades

O setor vive um momento de crescimento, impulsionado por três forças convergentes: a urgência climática, o avanço tecnológico e a demanda crescente por energia limpa e previsível.

O Brasil tem condições únicas de liderar esse novo ciclo global. A transição energética abre espaço para modelos inovadores de negócio, como a geração distribuída, a energia por assinatura e os créditos de carbono, que democratizam o acesso à energia e aproximam o consumidor final desse novo paradigma de consumo sustentável.

Empresas que compreenderem a dimensão desse movimento sairão na frente. Investir em renováveis é também investir no futuro que já começou, além de ser uma escolha estratégica, já que reduz riscos, atrai capital verde e auxilia o fomento à inovação.

Da COP30 em Belém para o mundo

A COP30 será a oportunidade do Brasil mostrar ao mundo que é possível crescer e, ao mesmo tempo, descarbonizar. Isso porque reunimos os recursos, o know-how e o compromisso necessários para liderar a transição energética global.

Mas, acima de tudo, a COP30 será um momento de virada cultural. Um ponto em que governos, empresas e sociedade precisarão agir com coerência entre discurso e prática. Acredito que a energia renovável é o motor que moverá a próxima década e que o Brasil está no caminho para ser o epicentro dessa transformação.

Gustavo Ayala é CEO do Grupo Bolt. Atua na liderança de estratégias inovadoras voltadas à transformação do setor energético, com ênfase em soluções sustentáveis, uso inteligente de dados e eficiência no consumo. À frente da companhia , impulsiona o desenvolvimento de tecnologias que otimizam o uso de recursos renováveis, consolidando a empresa como referência em transição energética no Brasil.

Mariana <mariana.corneta@fsb.com.br>

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