A corrida global por fontes de energia limpa tem se intensificado
Dam Press comunicação -
Mas junto dela cresce um dilema que desafia governos, empresas e especialistas: como avançar na transição energética sem comprometer o equilíbrio ambiental
A corrida global por fontes de energia limpa tem se intensificado, mas junto dela cresce um dilema que desafia governos, empresas e especialistas: como avançar na transição energética sem comprometer o equilíbrio ambiental?
Com o início da COP30, o tema assume papel importante no debate climático. O Brasil, que combina uma das matrizes energéticas mais renováveis do mundo com vasta biodiversidade, está no epicentro dessa discussão, especialmente quando se trata da geração hidrelétrica, ainda responsável por grande parte da energia do país.
Transição energética e impacto ambiental
A expansão de fontes renováveis, como solar, eólica e hidrelétrica, é fundamental para reduzir as emissões de carbono. No entanto, cada uma delas traz desafios ambientais que precisam ser cuidadosamente administrados. “Toda forma de geração de energia causa algum tipo de impacto. O que precisamos buscar é o equilíbrio entre eficiência energética e preservação ambiental”, explica Cleliton de Lima Dalben, técnico em manutenção mecânica de usinas hidrelétricas. Segundo ele, a sustentabilidade do setor depende tanto da tecnologia quanto da responsabilidade operacional.
O especialista afirma que, no caso das hidrelétricas, avanços em manutenção e monitoramento têm contribuído para reduzir impactos e aumentar a eficiência dos sistemas. “Hoje trabalhamos com equipamentos e processos mais modernos, que permitem otimizar o uso da água, evitar desperdícios e manter o funcionamento seguro das turbinas com menor interferência ambiental”, destaca.
Embora as energias renováveis sejam vistas como soluções essenciais, sua implantação exige planejamento territorial e respeito às áreas de preservação. A instalação de parques solares e eólicos, por exemplo, pode afetar rotas de fauna e comunidades locais; já as hidrelétricas demandam um controle rigoroso sobre o uso da água e os ecossistemas aquáticos.
Para Lima, a tecnologia e a gestão ambiental precisam caminhar juntas. “Não adianta gerar energia limpa se o processo causa danos que não podem ser revertidos. O setor precisa investir em inovação, mas também em educação ambiental e diálogo com as comunidades que vivem próximas às usinas”, reforça.
O papel do Brasil e da COP30
Com mais de 80% da matriz elétrica brasileira baseada em fontes renováveis, o país chega à COP30 em posição estratégica para liderar as discussões sobre transição energética justa e sustentável. O desafio é garantir que o avanço tecnológico venha acompanhado de preservação, transparência e governança ambiental.
“A COP30 é uma oportunidade para mostrar que o Brasil pode ser exemplo de conciliação entre geração de energia limpa e proteção ambiental. Temos o conhecimento técnico e os recursos naturais, o que falta é manter o compromisso com uma política energética realmente sustentável”, conclui Cleliton de Lima Dalben.
Mariana Seman <mariana@dampresscomunicacao.com>