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O setor de energia vive um momento de transformação que exige novas competências e estratégias de gestão de pessoas

Empresas enfrentam dificuldade para manter profissionais qualificados e equilibrar remuneração em meio à digitalização e à chegada da inteligência


O setor de energia vive um momento de transformação que exige novas competências e estratégias de gestão de pessoas. É o que revela pesquisa da FESA Group, realizada neste ano com 17 empresas do setor elétrico, que identificou entre os principais desafios de RH a retenção de talentos e a competitividade em remuneração — cada um representando 25% das preocupações das organizações, ou seja, metade das prioridades do setor.

O levantamento aponta ainda um turnover médio anual de 16,65%, com índices mais altos nas áreas técnicas e de projetos. Mais da metade das saídas (55,5%) foram voluntárias, indicando insatisfação ou busca por melhores oportunidades. A saúde mental desponta como a principal causa de absenteísmo, seguida por faltas e atrasos, evidenciando desafios no bem-estar e no clima organizacional.

Entre os aprendizados mais relevantes dos últimos dois anos, 56,2% dos entrevistados destacam cultura e engajamento, sinalizando uma virada de foco: fortalecer valores e vínculos internos tornou-se tão importante quanto adotar novas ferramentas digitais. Em seguida, aparecem os programas de retenção de longo prazo (21,9%) e a digitalização com uso de inteligência artificial (17,2%).

“O setor de energia está no centro da transição tecnológica e, ao mesmo tempo, precisa manter pessoas qualificadas e engajadas. O desafio é unir inovação e uma cultura organizacional sólida para sustentar o crescimento, além de investir no desenvolvimento de lideranças e na motivação dos times”, afirma Débora Celeti, Associate & Partner na FESA Group, responsável por conduzir processos de recrutamento e seleção para o setor de energia.

Os dados reforçam essa percepção: liderança e engajamento aparecem no topo das prioridades, com 48,5% das empresas planejando investir no desenvolvimento de líderes e no fortalecimento da motivação das equipes. A agenda também inclui políticas de retenção (20,3%), novas tecnologias de gestão (18,8%) e diversidade e inclusão (6,2%).

O estudo identificou ainda fatores estruturais que agravam a rotatividade, como a escassez de profissionais qualificados, a ausência de políticas de desenvolvimento e o desalinhamento entre expectativas de carreira e proposta de valor das empresas. Entre as recomendações da FESA estão investir em formação e desenvolvimento interno, fortalecer a liderança e revisar a proposta de valor ao colaborador, com foco em engajamento, flexibilidade e reconhecimento.

Quando o olhar se volta para o futuro, inteligência artificial e automação lideram as tendências (31,2%), seguidas de atração e retenção de talentos (21,9%) e planejamento sucessório (18,8%) — reforçando a necessidade de equilibrar transformação digital e gestão humana no novo cenário do setor energético.

Jean Corrêa  <jean.correa@fsb.com.br>

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