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Brasil avança na produção de Biometano e busca ampliar participação no cenário global

UTGR de Jambeiro traduz na prática o progresso com usina pioneira e 100% autossustentável


Em um cenário cada vez mais marcado pela emergência climática, a aproximação da COP30, que será realizada em Belém (PA), coloca o Brasil no epicentro do debate global sobre transição energética. E uma das fontes mais promissoras dessa transformação surge de um recurso até então pouco valorizado: o resíduo.

Na contramão dos modelos tradicionais e altamente poluentes, uma usina localizada em Jambeiro, no interior de São Paulo tem se destacado no setor energético e ambiental. A Unidade de Tratamento e Gestão de Resíduos (UTGR), divisão do Grupo Multilixo dedicado à destinação de resíduos e energia renovável, é um case real de que é possível transformar resíduos em energia limpa, escalável e de alto impacto.

Operando sem qualquer dependência de energia externa, a planta, que completou dois anos de operação em maio, gera sua própria eletricidade através de um gerador de 1,2 MW e produz mais de 10 milhões de metros cúbicos de biometano por ano, abastecendo indústrias da região de São José dos Campos e contribuindo para a redução de cerca de 170 mil toneladas anuais de CO2.

A aposta no biometano não é isolada. Segundo a Associação Brasileira de Biogás (ABiogás), o país deve saltar da atual produção de 1 milhão para 7 milhões de m³/dia até 2029, colocando o Brasil na rota dos grandes players globais. Para se ter uma ideia, o número de usinas em operação no país triplicou em apenas dois anos, passando de 6, em 2022, para 20 unidades em 2024 — e a tendência é fechar a década com 90 plantas ativas, consolidando a posição nacional no mercado global.

Em 2024, a usina da UTGR alcançou uma expressiva produção de biometano, com previsão de aumento de 20% para este ano.

Biometano na COP30: protagonismo brasileiro na transição energética

“Estamos vivendo um momento chave. A COP30 vai colocar o Brasil em evidência, e o biometano é uma das maiores vitrines que temos para mostrar como a correta gestão de resíduos pode ser uma solução de energia limpa e de descarbonização real”, afirma Lucas Urias, Diretor de Estratégia e Inovação do Grupo Multilixo

De acordo com o executivo, o modelo implementado na UTGR não apenas entrega energia limpa, mas também serve como prova de conceito para um futuro em que cidades, indústrias e até a mobilidade urbana podem ser abastecidas de forma sustentável. “A nossa própria frota de caminhões, que opera com biometano produzido na UTGR, é um exemplo claro de como concretizar a economia circular. O potencial do biometano no Brasil é capaz de suprir até 80% das frotas pesadas de veículos, além de atender demandas industriais e de geração de energia”, complementa Urias.

Dados que impressionam:

  • Primeira usina 100% autossustentável do Brasil;
  • Capacidade de produção: 30 mil m³/dia de biometano;
  • Mais de 10 milhões de m³/ano — equivalente ao consumo energético de milhares de residências;
  • Geração de mais de 170 mil toneladas de Créditos de Carbono por ano;
  • Fornecimento direto para indústrias do Vale do Paraíba e abastecimento da frota própria.
     

Energia limpa, desenvolvimento local e impacto global

Além de ser uma alternativa eficiente para descarbonização industrial, o biometano da UTGR promove desenvolvimento regional, reduz a dependência de combustíveis fósseis e reforça o papel do Brasil na liderança da transição energética.

Às vésperas da COP30, iniciativas como a da UTGR mostram que é possível acelerar a descarbonização de setores intensivos, como transporte, indústria e logística, aliando geração de valor, sustentabilidade e inovação.

Giovanna Montagner | Pine PR

giovanna.montagner@pine.br.com

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