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ABGD e IEE/USP realizam o seminário: Universalizando o Acesso à Energia Elétrica na Amazônia Legal

Segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), há cerca de 1 milhão de pessoas sem acesso à energia na região do Norte


A Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) realizou, no dia 20 de outubro de 2025, em parceria com o Instituto de Energia e Ambiente da USP (IEE/USP), o seminário “Universalizando o Acesso à Energia Elétrica na Amazônia Legal: Desafios e Soluções para Sistemas Isolados”. O evento reuniu representantes do setor público e privado.

O encontro teve como objetivo debater soluções integradas para eliminar o maior déficit energético do país, a pobreza energética que afeta comunidades rurais e isoladas da Amazônia Legal. Segundo o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), cerca de 1 milhão de pessoas ainda vivem sem acesso à energia elétrica na região Norte.

Embora o Brasil tenha mais de 99% de acesso à eletricidade, de acordo com o Ministério de Minas e Energia, um desafio crucial persiste em comunidades amazônicas, onde milhões ainda dependem do diesel para geração de energia — o maior déficit energético nacional. São quase 200 mil famílias vivendo com energia do século XIX, distantes das soluções tecnológicas limpas e modernas existentes.

“A ABGD acredita no potencial das soluções locais, no empreendedorismo regional e na força dos ribeirinhos, povos tradicionais, quilombolas e extrativistas que protegem a Amazônia. A descentralização da energia é vista como um caminho para ampliar o acesso, reduzir desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, fontes renováveis de energia podem transformar realidades locais, fornecendo energia limpa e confiável para escolas, postos de saúde e comunidades inteiras”, afirmou Carlos Evangelista, presidente da ABGD, durante o evento.

Atualmente, muitas dessas comunidades possuem geradores a diesel bem precários e de baixa confiabilidade, deixando as comunidades sem energia por um tempo. Tal exclusão energética acarreta um custo oculto, socioeconómico e ambiental, além da precariedade da qualidade da energia, que é intermitente e limitada pela baixa manutenção e alto custo operacional ampliados pela complexa logística regional.

O programa Luz para Todos (LpT) — Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME) — tem uma meta de universalização até 2028, que atualmente é focada em fornecer Sistemas Fotovoltaicos Individuais Off-Grid com baterias, os chamados SIGFIs.

Já nos Sistemas Isolados (SISOL), que atendem cidades de pequeno e médio porte, mais de 90% da energia vem de termelétricas movidas a combustíveis fósseis, sendo que cerca de 70% delas utilizam diesel. Essas termelétricas são responsáveis por 84% das emissões de gases de efeito estufa (GEE) do SISOL. Além disso, a geração de energia nesses sistemas gerou um prejuízo econômico significativo em 2024, com os 175 Sistemas do SISOL consumindo mais de R$ 11 bilhões em subsídios. Esses subsídios são repassados aos consumidores por meio de encargos cobrados na conta de energia elétrica, que é paga por todos os brasileiros.

No acesso à energia em comunidades isoladas, Aurélio Souza, conselheiro da ABGD e especialista no tema, com quase 30 anos de experiência na região Norte, afirma que a implantação de minirredes híbridas com solar e baterias (MIGDI) em áreas com maior densidade populacional e, potencialmente, com maior consumo elétrico, aumenta a possibilidade de usos produtivos da energia. Assim, impulsionando o desenvolvimento sustentável da bioeconomia regional. Isso ocorre porque minirredes fornecem mais potência que os sistemas individuais e maior disponibilidade energética para equipamentos de maior consumo.

Para democratizar o acesso à energia, é fundamental assimilar os aprendizados do passado, como as ações realizadas pelo Projeto Saúde e Alegria (PSA) na formação de eletricistas, ao testar modelos de gerenciamento de ativos de energia comunitária e promover discussões como as realizadas no IEE/USP, dentre outras ações estruturadas e interligadas.

A energia limpa e descentralizada vai além de uma solução técnica; é um direito fundamental e um caminho para a justiça climática e social, compromisso da ABGD. Ao garantir melhores condições para comunidades tradicionais extrativistas e quilombolas e para os povos originários, promovemos a prosperidade e a proteção da Amazônia.

SP4 Comunicação Corporativa – Agência de Comunicação da ABGD

Ana Carolina Acocella  – ana.acocella@sp4com.com.br

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