Mesmo com avanços na reciclagem, o plástico continua sendo um grande desafio ambiental. Anualmente, mais de 260 milhões de toneladas do material são descartadas no mundo, e a reciclagem ainda não atingiu níveis ideais, inclusive no Brasil.

Nesse cenário, iniciativas que buscam criar versões sustentáveis e biodegradáveis vêm ganhando cada vez mais atenção. O mercado de bioplásticos deve crescer 20% ao ano até 2030, e os investimentos no setor estão projetados para saltar de US$ 16 bilhões para US$ 45 bilhões.

Bioplásticos inovam ao redor do planeta

O uso de plásticos convencionais gera diversos impactos ambientais, tornando urgente a busca por alternativas mais sustentáveis. Dessa forma, formatos biodegradáveis se destacam por se decompor naturalmente, reduzindo poluição e resíduos acumulados.

Na Unesp, pesquisadores desenvolveram um bioplástico comestível e antimicrobiano feito de gelatina, argila e óleo essencial de pimenta-preta. Além de resistente, o material prolonga a vida útil de alimentos e pode ser aplicado em produtos sensíveis à contaminação, como carnes.

Outra iniciativa vem da Lactips, empresa francesa que transforma proteínas do leite em pelotas capazes de gerar plásticos biodegradáveis e solúveis em água. Esses grânulos podem ser moldados em filmes e embalagens que protegem os alimentos.

A Xampla, startup vinculada à Universidade de Cambridge, produz embalagens naturais e veganas a partir de proteínas vegetais. Seus materiais são comestíveis, biodegradáveis e compatíveis com compostagem, transformando-se em fertilizante ao final da vida útil.

A empresa também criou microcápsulas vegetais para proteger vitaminas em alimentos e bebidas, ampliando o potencial de aplicação dos bioplásticos desde embalagens até produtos enriquecidos com nutrientes.

Essas tecnologias mostram que plásticos biodegradáveis podem conciliar sustentabilidade, funcionalidade e segurança, oferecendo alternativas reais ao plástico convencional.

Práticas ESG impulsionam o uso consciente

Segundo o portal Mundo do Plástico, as práticas ESG são fundamentais para gerir o uso de plásticos de forma eficiente e estão diretamente relacionadas à ISO 9001, norma que orienta a gestão da qualidade em produtos e serviços.

No setor de plásticos biodegradáveis, a norma permite controlar cada etapa da produção. Desde a escolha de matérias-primas sustentáveis até a eficiência dos processos, é possível reduzir desperdícios e impactos ambientais.

Por meio da abordagem de processos, as empresas podem mapear fornecedores, fortalecer a cadeia produtiva e implementar políticas de governança que reforcem iniciativas ESG de forma prática e mensurável. Entre os pilares principais estão:

• Ambiental: Controle de recursos naturais, redução do consumo de energia e prevenção de poluição;
• Social: Melhoria da segurança e saúde ocupacional, valorização da diversidade e proteção dos direitos humanos;
• Governança: Estrutura ética e transparente, compliance regulatório, gestão de riscos e relações responsáveis com stakeholders.

Com isso, a adoção de plásticos biodegradáveis permite unir qualidade, inovação e compromisso ESG, garantindo benefícios concretos e mensuráveis.

Alcindo Batista <alcindo.batista@searchonedigital.com.br>