Práticas sustentáveis não são apenas responsáveis. Elas também se tornaram parte da estratégia de negócios das empresas. Um estudo recente da Morgan Stanley revelou que 88% das empresas, em nível global, já enxergam a sustentabilidade como um fator decisivo para a geração de valor no longo prazo.

No Brasil, esse movimento também vem ganhando força. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 48% das indústrias adotaram iniciativas voltadas ao uso de energia limpa em 2024. O número representa um salto de 14 pontos percentuais em relação a 2023, quando 34% das empresas declararam investir em projetos de energia hídrica, eólica, solar, biomassa ou hidrogênio de baixo carbono.

Em Minas Gerais, a unidade industrial da Orguel e da Mecan, em Vespasiano, é exemplo desse movimento. A fábrica alia tecnologia de ponta a responsabilidade socioambiental, consolidando-se como modelo de produção sustentável.

A fábrica conta uma usina fotovoltaica formada por 1.900 módulos, capaz de gerar cerca de 150 mil kWh por mês (1.100 kWp). Essa estrutura garante autossuficiência energética e marcou a transição definitiva da unidade para um modelo baseado em energia limpa e renovável, reduzindo significativamente a pegada de carbono.

Outro diferencial é o sistema de reaproveitamento de água, que assegura o uso racional dos recursos hídricos e contribui para a economia circular. A unidade também preserva uma reserva ecológica interna de aproximadamente 80 mil metros quadrados, área destinada à conservação da biodiversidade e ao equilíbrio ambiental.

“Entendemos que inovação e sustentabilidade caminham juntas. Investimos em soluções que garantem eficiência produtiva e, ao mesmo tempo, respeitam o meio ambiente. Essa é a indústria do futuro: tecnológica e responsável”, enfatiza Sérgio Guerra, CEO da Orguel e Mecan, que também destaca que a frota das empresas opera com etanol, biocombustível menos poluentes que outros de origem fóssil.

Indústria moderna e sustentável

Atualmente, cerca de 80% do parque fabril de Vespasiano já opera de forma automatizada ou robotizada. Paralelamente, mais de 25 projetos de inovação estão em andamento, somando R$ 20 milhões em investimentos. Desde 2018, mais de 100 iniciativas já foram concluídas, incorporando tecnologias como inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, impressão 3D e modelagem BIM.

“Processos automatizados e robotizados garantem maior precisão, rapidez e reduzem o desperdício de matéria-prima. Por isso, também estão diretamente ligados à sustentabilidade. Na prática, máquinas inteligentes trabalham lado a lado com pessoas, otimizando processos, criando novas funções e ampliando a qualificação profissional”, afirma Sérgio Guerra.

Dermeval Milanez <dermeval.milanez@linkcomunicacao.com.br>