Acelerador da Transição Industrial vai apoiar três projetos de hidrogênio verde
Infraroi -
Acelerador da Transição Industrial apoiará projetos liderados pelas empresas Stegra, Green Eergy Park e Grupo KWPar - abrangendo setores-chave como ferro,
O Acelerador da Transição Industrial (ITA, na sigla em inglês), iniciativa global multissetorial para catalisar a descarbonização nos setores da indústria e transporte, vai apoiar três projetos de hidrogênio verde para abastecimento de produções de ferro, aço e produtos químicos. Os projetos selecionados pelo ITA são liderados por Stegra, Green Energy Park e Grupo KWPar, e receberão apoio dedicado para identificar barreiras e soluções de política, demanda e financiamento para ajudá-los a atingir as decisões finais de investimento (FID, sigla em inglês).
Com isso, sobe para 15 o total de projetos apoiados pelo ITA no Brasil, representando uma oportunidade de investimento de mais de US$ 23 bilhões. Nesta nova rodada, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil (MDIC) participou na seleção dos projetos de hidrogênio verde escolhidos. Não foram revelados mais detalhes sobre as iniciativas das empresas selecionadas.
ITA destaca potencial de projetos sustentáveis no Brasil
O ITA tem grande interesse no Brasil por conta do país integrar o que a entidade chama de “cinturão industrial solar”, bloco formado por países com alta disponibilidade de energia renovável e condições favoráveis à indústria limpa. De acordo com o relatório “Indústria Limpa: Tendências de Transformação” de 2025, elaborado pela Mission Possible Partnership (MPP) e o ITA, o Brasil já consegui US$ 6 bilhões de investimento e tem até US$ 55 bilhões em oportunidades de investimentos anunciados.
O relatório destaca que o Brasil se sobressai com o maior número de projetos verdes identificados na América do Sul e possui o 10º maior portfólio de projetos de indústria limpa do mundo. No total, o Brasil possui 23 projetos de indústria limpa de escala comercial, sendo quatro já financiados ou em operação e 19 anunciados e aguardando investimento, em segmentos como químicos, cimento, alumínio e aviação.
O país é líder dentro de um grupo de economias emergentes e em desenvolvimento (EMDEs), que, em conjunto, respondem por 25% do financiamento já garantido e 50% do potencial de investimento em projetos de indústria limpa. Ao todo, o relatório analisou cerca de 700 projetos de indústria limpa em escala comercial em 69 países.
O apoio do ITA no Brasil inclui ainda projetos anunciados de outras empresas como Fortescue, European Energy, Acelen, Votorantim Cimentos, Mizu Cimentos, consórcio Eco Fusion, Alcoa, Solatio, Green Energy Park, Atlas Agro, e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) e Gerdau – todos com o potencial de contribuir para a descarbonização da indústria pesada e do transporte de longa distância, que, juntos, são responsáveis por quase um terço das emissões globais.
Ambiente regulatório e agenda da COP30
O ITA faz parceria com a Plataforma Brasil de Clima e Transformação Ecológica (BIP) para financiar projetos alinhados com o Plano de Transição Ecológica e a estratégia de Nova Indústria Brasil do país. Além disso, o Brasil está estruturando US$ 3,4 bilhões em incentivos fiscais para hidrogênio verde, que devem começar em 2028 por meio de leilões competitivos.
Com o Brasil sediando a COP30 em Belém (PA), o País tem a chance de solidificar sua liderança na transição da indústria limpa e atrair um investimento ainda maior. “Há potencial para expandir parcerias e ampliar o impacto das inovações desenvolvidas em cada projeto, mas isso exige engajamento multissetorial, agilidade regulatória e investimento contínuo”, disse Marc Moutinho, responsável pelo programa do ITA no Brasil.