Eletrobras promove uma série de ações de manutenção preditiva e preventiva
FSB Comunicação -
Entre as ações está a criação de um sistema para monitorar temperatura e umidade nas salas dos conversores
A Eletrobras promove uma série de ações de manutenção preditiva e preventiva, com destaque para inovações de baixo custo, voltadas à melhoria da segurança e confiabilidade operacional do sistema de corrente contínua (HVDC) que transmite parte da energia gerada pela Usina de Itaipu ao mercado brasileiro. As atividades, iniciadas em 2023, já demandaram R$ 400 mil e abrangem as estações conversoras do Bipolo 2 do sistema, nas subestações Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP).
As ações ganham mais relevância devido ao desligamento do Bipolo 1, que passa por amplo processo de modernização, com a substituição das válvulas conversoras e seus sistemas de resfriamento, sistemas de proteção e controle, buchas de parede, seccionadoras, instrumentos de medição e sistemas auxiliares. Os trabalhos começaram em janeiro de 2024 e serão concluídos em 2026, contando com operação assistida até 2029. Em dezembro do ano passado, entrou em operação a primeira unidade modernizada: o conversor 4 de Foz do Iguaçu.
“O HVDC de Itaipu está em funcionamento há cerca de 40 anos, sendo o primeiro da América Latina. Nosso objetivo é assegurar a disponibilidade de seus componentes, essenciais para o atendimento ao Sistema Interligado Nacional (SIN)”, afirma o diretor de Operação e Manutenção da Eletrobras Operação Sudeste, Francisco Arteiro.
Uma das frentes de ação consiste em aprimorar o monitoramento das condições ambientais nas salas de válvulas das duas subestações, como forma de prevenir alterações que causem a indisponibilidade dos ativos. Técnicos da manutenção da Eletrobras desenvolveram um sistema baseado em internet das coisas (IoT) para acompanhar em tempo real as medidas de temperatura e umidade nesses locais.
Ele utiliza a própria rede wi-fi das instalações para transmitir os dados, acessados por meio de uma aplicação web. A opção pelo wi-fi evitou o custo de instalação de uma rede dedicada nos ambientes monitorados. Os terminais IoT são de baixo custo e foram adquiridos no mercado. Já as caixas que abrigam o hardware são confeccionadas por impressão 3D.
O software que dá suporte ao sistema, também criado pela equipe da Eletrobras, é aberto e pode ser customizado. Ele disponibiliza num dashboard os últimos 500 registros de cada sensor. As leituras ocorrem a cada 3 segundos, mas o sistema detecta e envia alertas de mudanças abruptas caso elas ocorram em menor tempo. Há estudos para replicar a solução em outros ativos, como a Usina de Tucuruí (PA) e o sistema de transmissão das hidrelétricas do rio Madeira (IE Madeira).
Outra inovação implantada pelo time de operação e manutenção da Eletrobras consistiu na aplicação de fita isolante líquida nas fibras ópticas que se conectam aos conversores 7 e 8 de Foz do Iguaçu. A medida foi definida após a constatação de que o polímero que envolve as fibras se degrada com o tempo, perdendo a isolação elétrica, o que pode torná-lo inflamável.
Ensaios realizados no Laboratório de Alta Tensão da Eletrobras constataram que a fita isolante líquida aumenta a isolação elétrica e a suportabilidade à diferença de potencial nas fibras ópticas. O uso do material para esta finalidade é uma novidade no setor elétrico.
As manutenções preventivas nos conversores do HVDC de Itaipu contemplaram também, entre outras ações, a troca de mais de 64 mil capacitores, instalação de manta de borracha nas fibras ópticas próximas dos capacitores das válvulas conversoras e vulcanização a temperatura ambiente (RTV) nas canaletas das fibras ópticas dos conversores do bipolo 2 e buchas de parede e do by pass breaker dos conversores 5 e 7 de Foz do Iguaçu.
Os técnicos da Eletrobras realizaram ainda inspeções termográficas e medições acústicas nos equipamentos dos bipolos, análise em laboratório do óleo isolante de transformadores e avaliações sobre os níveis de segurança de temperatura e umidade nas salas dos conversores.
Lucas Vettorazzo Rodrigues Barros <lucas.vettorazzo@fsb.com.br>