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Energia solar deixa de ser uma alternativa futurista para se tornar o pilar promissor

Na construção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável.


* Por Rodrigo Bourscheidt, CEO e fundador da Energy+

Enquanto o mundo encara a realidade cada vez mais evidente das mudanças climáticas, cresce a urgência de acelerar a transição energética. E, nesse cenário, a energia solar deixou de ser uma alternativa futurista para se tornar o pilar promissor na construção de um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Com sua capacidade de reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa, a fonte solar não apenas ajuda a mitigar o aquecimento global, mas também reposiciona o papel do consumidor, que passa a ser parte ativa da solução.

A energia solar é, antes de tudo, abundante, limpa e cada vez mais acessível. No Brasil, o crescimento exponencial da geração distribuída tem transformado telhados residenciais, comércios, indústrias e áreas rurais em verdadeiras usinas de produção energética. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), já são mais de 3,71 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados no país, com 41,48 GW de potência operacional. Isso significa menos demanda sobre as usinas térmicas, que são mais caras e poluentes, e uma importante contribuição para a descarbonização da matriz energética.

O impacto positivo da vai além da redução de CO2. Ao diminuir a dependência de combustíveis fósseis, a tecnologia  também contribui para a melhoria da qualidade do ar, preserva  de recursos hídricos, já que sua operação não exige grandes volumes de água, e fortalece a resiliência energética em períodos de escassez hídrica, cada vez mais frequentes em um cenário de mudanças climáticas.

Mais do que uma questão ambiental, investir em energia solar é uma decisão estratégica. Governos, empresas e consumidores que adotam essa fonte renovável posicionam-se como protagonistas de uma economia de baixo carbono, um requisito cada vez mais valorizado em cadeias produtivas globais e também pelos investidores. A perspectiva da COP30 em Belém reforça esse movimento: será cada vez mais cobrado dos países e setores produtivos um plano claro de ação climática, com metas tangíveis de redução de emissões e responsabilidade ambiental.

É nesse contexto que a energia solar se destaca como um catalisador da transformação. Ao contrário de outras tecnologias mais complexas ou distantes da realidade da maioria da população, ela já está disponível, em funcionamento e com resultados mensuráveis. O desafio, agora, é garantir que seu avanço seja contínuo e inclusivo, com acesso ampliado para populações de baixa renda, investimentos em inovação e políticas públicas que favoreçam a transição energética de forma justa. E ela não será bem-sucedida sem uma transformação energética em larga escala. A energia solar, com sua capacidade de democratização e impacto direto nas emissões, tem um papel central nesse processo. A urgência climática não permite soluções parciais. É preciso agir com ambição, colaboração e, principalmente, com responsabilidade sobre o tipo de futuro que queremos deixar para as próximas gerações.

* Rodrigo Bourscheidt é formado em Administração e Negócios pela Faculdade Sul Brasil. Atuou em equipes comerciais e estratégicas de empresas como AmBev, Grupo Embratel (Embratel, Claro e Net) e Grupo L’oreal, antes de se dedicar ao empreendedorismo. Em 2019 fundou a Energy+, rede de tecnologia em energias renováveis que oferece soluções voltadas para a geração de energia distribuída, onde atua como CEO. 

Daiana Napoleão <daiana@markable.com.br>

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