A indústria brasileira iniciou o segundo semestre de 2025 ainda sem recuperar a confiança
Confederação Nacional da Indústria (CNI) -
Apesar das oscilações ao longo do primeiro semestre, o índice de confiança está abaixo da linha de 50 pontos para a maioria dos setores desde dezembro
A indústria brasileira iniciou o segundo semestre de 2025 ainda sem recuperar a confiança. Segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) - Resultados Setoriais, divulgado nesta terça-feira (22) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 21 dos 29 setores industriais analisados registraram queda na confiança em julho.
Os dados ainda não consideram os efeitos do tarifaço. “Foi um grande recuo generalizado, mas ainda não reflete completamente a opinião dos empresários industriais sobre o anúncio de aumento das tarifas de importação do governo americano, pois a pesquisa foi realizada nos primeiros dias de julho”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo. Para o especialista, a redução na confiança está diretamente ligada ao último aumento da taxa Selic.
A queda foi mais acentuada na região Norte, onde o índice passou de 53 pontos, em junho, para 50 pontos em julho, indicando uma transição da confiança para a neutralidade. Agora, apenas as indústrias do Nordeste permanecem confiantes. Empresários do Sudeste, Sul e Centro-Oeste seguem com falta de confiança.
Três segmentos migraram da confiança para a falta de confiança: perfumaria, limpeza e higiene pessoal; produtos diversos; e produtos de borracha. Apenas o setor de manutenção e reparação passou da falta de confiança para a confiança. No total, 23 setores industriais estão sem confiança, enquanto apenas seis permanecem confiantes.
O índice também caiu entre empresas de todos os portes. A maior queda foi registrada nas médias empresas (-1,3 ponto), seguidas pelas grandes (-1,1 ponto) e pequenas (-0,7 ponto). O ICEI varia de 0 a 100 pontos e valores abaixo de 50 indicam falta de confiança.
A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 10 de julho com 1.788 empresas industriais, sendo 724 pequenas, 652 médias e 412 grandes.
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