·  Por Claudio Castro

 O Brasil vive um momento decisivo na indústria automotiva. A recente regulamentação governamental sobre o IPI Verde para veículos sustentáveis, baseada no conteúdo local e tecnológico, representa mais do que um incentivo fiscal. É um marco estratégico para o futuro da mobilidade nacional. É um passo para que o Brasil lidere a transformação da mobilidade por meio de seus profissionais, experientes em soluções ligadas aos desafios técnicos e sociais do país. E é, sobretudo, um convite para que a próxima geração torne essa visão realidade.

Nesse cenário transformador a SAE BRASIL, como “Casa do Conhecimento da Mobilidade Brasileira”, tem assumido papel fundamental na preparação de profissionais interessados em moldar esse novo cenário. A regulamentação do IPI valoriza não apenas os veículos sustentáveis e seguros, mas também o conteúdo tecnológico nacional. Esse direcionamento encontra eco nas ações desenvolvidas pela SAE BRASIL em 2025, intensamente focadas na qualificação de profissionais especializados em mobilidade sustentável.

Atividades de impacto educacional como os programas criados pela instituição por meio de competições estudantis desafiam jovens universitários a projetar veículos com fontes energéticas sustentáveis, e a desenvolver competências técnicas essenciais como a automação da mobilidade e a prática em engenharia automotiva. Essas iniciativas são reconhecidas pelos professores como um incentivo de valor na formação e direcionamento vocacional dos alunos para a mobilidade sustentável de que tanto precisamos.

Acreditamos que a sinergia entre debates, alinhamentos, formação e incentivos não é coincidência, mas sim uma estratégia. Não por acaso vimos nos simpósios técnicos, seminários e congresso realizados a cada ano a inspiração para garantir a atualização de profissionais, a inovação e o fomento da mobilidade brasileira sustentável.

Essa sinergia gera um ciclo virtuoso. Incentivos fiscais motivam a indústria a investir em tecnologia nacional, a formação de profissionais capacitados para desenvolver essas tecnologias aumenta, o mercado recebe produtos mais competitivos e sustentáveis, e a sociedade se beneficia com uma mobilidade mais limpa e eficaz e empregos qualificados.

A convergência do caminho entre políticas públicas de incentivo à indústria, pesquisa e desenvolvimento, e instituições interessadas no avanço da nação, aponta para um futuro promissor. O Brasil tem a oportunidade única de se posicionar como protagonista na revolução da mobilidade sustentável para o Sul Global, combinando incentivos econômicos inteligentes com profissionais técnicos de excelência.

Como em todos os momentos de transformação, riscos existem. Viver em uma sociedade global complexa e desigual implica na necessidade de explicitar de forma clara e lógica soluções locais, com dados e fatos que mostrem benefícios e desvantagens dos caminhos tecnológicos a serem seguidos. O Brasil tem desafios a vencer no aperfeiçoamento de argumentação com os pares externos sobre a tendência local, para redimensionar o peso social nas tecnologias que quer desenvolver.

 No aspecto ambiental e social, o futuro da mobilidade sustentável está sendo construído hoje, nos centros de pesquisa, nas salas de aula, nas competições estudantis, no fomento da inovação e da tecnologia e em cada espaço em que se pensa nas gerações vindouras.

Em nossa visão, esse futuro promete mais do que ser limpo e eficiente, precisa ser socialmente sustentável quanto aos anseios das pessoas por uma melhor qualidade de vida, contando com uma grande contribuição dos profissionais brasileiros. Esse é o papel estratégico da SAE BRASIL no propósito da capacitação de profissionais para impulsionar a indústria automotiva nacional rumo à sustentabilidade e inovação.

· Claudio Castro é presidente do Conselho Executivo da SAE BRASIL e diretor executivo de P&D da Schaeffler para a América Latina

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Susete Davi – sdavi.2011@gmail.com