Cummins, Komatsu e a Vale desenvolvem motores híbridos etanol-diesel para caminhões de grande porte
Infraroi -
Fabricante de motores testa nova célula para hibridizar motores a diesel de caminhões Komatsu com etanol.
O projeto conjunto da fabricante de motores Cummins, da Komatsu e da mineradora brasileira Vale para desenvolver motores híbridos etanol-diesel para caminhões de grande porte deu mais um passo importante.
A Cummins anunciou o desenvolvimento de uma nova célula de teste de etanol para implementar em motores já existentes em caminhões Komatsu. O retrofit destes motores lhes permitirá usar até 70% de etanol, reduzindo nesta mesma proporção as emissões de gases de efeito estufa.
De acordo com a imprensa internacional, caminhões Komatsu entre 230 e 290 toneladas poderão ter seus motores alterados para receber o implemento Cummins, a partir daí se tornando os primeiros caminhões mineradores híbridos a etanol do mundo.
Os implementos entrarão em fase de testes em uma planta da Komatsu assim que forem entregues pela Cummins. O passo seguinte será a aplicação real em minas da Vale, que já assumiu compromisso de redução de suas emissões em 33% até 2030. A mineradora anunciou, em 2020, investimento entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões em suas iniciativas de descarbonização.
Motor híbrido
A novidade pode se encaixar bem nos planos do governo federal para um novo ciclo industrial no Brasil. Uma das linhas do programa NIB (Nova Indústria Brasil) é exatamente a descarbonização e transição energética.
Com fábricas no Brasil, a Cummins vem aparecendo em eventos do setor com soluções de adaptação de caminhões rodoviários, apostando na hibridização a etanol de seus motores. A estrutura produtiva do setor de açúcar e álcool no Brasil é a base a partir da qual a empresa planeja esta trajetória tecnológica.
Já a Komatsu, que também tem fábrica no Brasil, pode auxiliar o esforço com suas capacidades técnicas e logísticas instaladas em Suzano (SP), dado que o projeto prevê o retrofit de motores existentes com o implemento híbrido a etanol.
Finalmente, a presença da Vale nesse projeto parece indicar que o Brasil tomará uma posição na transição energética, aproveitando-se das vantagens comparativas nacionais ligadas à produção de etanol de cana e de milho.