Planta brasileira da Hanesbrands passa por processo de diagnóstico e implementação de melhorias em seus sistemas industriais
Weber Shandwick -
Multinacional conta com o suporte do SENAI-SP, parceira do PotencializEE, para modernizar seus sistemas, além de reduzir consumo de energia e emissões
A unidade brasileira da Hanesbrands, multinacional do setor têxtil, deu um importante passo rumo à sustentabilidade e à inovação com o suporte do PotencializEE (Programa Investimentos Transformadores de Eficiência Energética na Indústria), e com a assessoria técnica de consultores do SENAI-SP (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo), parceiros do programa. A planta brasileira da Hanesbrands, localizada em Cotia (interior de São Paulo), passou por um processo de diagnóstico e implementação de melhorias em seus sistemas industriais, com foco na eficiência energética e na redução de emissões de CO2.
O projeto identificou e colocou em prática três frentes principais de otimização: o sistema de ar comprimido, a climatização de setores produtivos e o reaproveitamento de energia térmica na tinturaria.
Eficiência com impacto ambiental positivo
A primeira etapa foi a substituição de um sistema complexo e pouco eficiente de compressores de ar por uma única máquina de alta performance, capaz de suprir toda a demanda da fábrica. Com isso, além de reduzir o consumo de energia elétrica, a empresa passou a recuperar o calor gerado no processo de compressão para pré-aquecer a água utilizada na caldeira. O consultor explica que 70% da energia utilizada torna-se perda térmica, que é inerente à tecnologia, sendo que somente 30% vira ar comprimido.
“A energia dissipada em forma de calor está sendo usada para a reposição de água da caldeira. A cada 6 °C que conseguimos elevar na temperatura da água, obtemos uma economia de aproximadamente 1% no consumo de combustível da caldeira”, explica Josiel Rodrigues Godinho, consultor do SENAI-SP.
Ele afirma que o resultado foi expressivo: “Além da redução no uso de gás natural e das emissões de CO2 equivalentes, as medidas adotadas proporcionarão uma redução de 22% no consumo de energia - um ganho significativo para a indústria”, conclui.
Qualidade e competitividade no processo produtivo
Outro destaque será a possibilidade de modernização do sistema de climatização em setores com cerca de 80 teares, utilizados na fabricação de meias de alta compressão. O controle rigoroso de temperatura e umidade é essencial para garantir a integridade dos fios e a qualidade do produto.
Com a instalação de uma bomba de calor, no futuro, o calor dissipado nos sistemas de climatização passará a ser recuperado para aquecer a água usada na tinturaria – etapa crítica para a fixação de pigmentos nos tecidos. “Conseguimos tornar esse sistema mais moderno, auxiliando na fabricação de produtos medicinais”, afirma Godinho.
Resultados expressivos e continuidade estratégica
Além das melhorias já implementadas, a Hanesbrands avalia novos investimentos para expandir as ações de eficiência energética em outras áreas da unidade. O projeto segue em andamento com apoio do SENAI-SP.
“Mesmo sendo uma indústria com equipamentos novos e bem conservados, conseguimos identificar oportunidades significativas de ganho energético. Isso mostra que eficiência e inovação caminham juntas, independentemente do ponto de partida”, destaca Godinho.
A iniciativa reforça o compromisso da Hanesbrands com práticas sustentáveis e competitividade industrial. A unidade de Cotia é a única do grupo Hanesbrands no Brasil e, com essas ações, ganha ainda mais relevância estratégica no fornecimento de produtos de alto valor agregado para o mercado global.
Para Mônica Zanini, gerente-geral da Hanesbrands, a parceria da empresa com o PotencializEE trouxe um olhar mais estratégico para a inovação, ampliando a visão sobre melhorias a serem implementadas internamente no setor de energia da empresa.
“Como resultado dessa parceria, foi desenvolvido o projeto Energy Recovery, que recupera o calor gerado pelo compressor de ar para aquecer a água utilizada na alimentação da caldeira. Isso é eficiência em ambos os lados, pois utilizamos o compressor de ar para gerar calor e aquecer a água que vai para caldeira. Isso diminui o custo, traz menor consumo de energia, reduz a emissão de gases, melhora o processo e o otimiza em termos de tempo. É um ganha-ganha para todo mundo, para empresa e para o planeta. É o que faz a gente ser uma empresa sustentável”, afirma a gerente-geral.
Christiane Marques Ferreira (cferreira@webershandwick.com.br)