A importância da rastreabilidade do aço para a cadeia de reciclagem
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Abeaço e Central de Custódia mostram como o sistema de rastreabilidade ajuda em etapas importantes da economia circular
A rastreabilidade das embalagens metálicas, como a lata de aço, é hoje um dos pilares mais importantes para garantir a efetividade da reciclagem no Brasil. É o que afirma a Associação Brasileira de Embalagem de Aço (Abeaço), com base nos dados do Relatório Anual da Central de Custódia, que analisou o desempenho da logística reversa no país, divulgado em 2023.
De acordo com o levantamento, foram recuperadas mais de 706 mil toneladas de embalagens pós-consumo no Brasil no período. Desse total, 15,89% corresponderam a embalagens metálicas, como latas de aço e alumínio. Apesar do volume significativo, o relatório alerta para a importância de um sistema que assegure a rastreabilidade das operações, evitando fraudes e garantindo que os materiais estejam, de fato, sendo reciclados.
Rastreabilidade é a capacidade de acompanhar o percurso completo de um produto ou material, desde a sua origem até o destino final. No caso da logística reversa, significa saber exatamente de onde veio e para onde foi cada quilo de material reciclável, e esse processo é feito por meio de notas fiscais eletrônicas e sistemas que registram todas as transações, permitindo verificar se os resíduos foram coletados corretamente, comercializados de forma legal e, principalmente, se chegaram à indústria recicladora.
“A lata de aço é 100% e infinitamente reciclável. Mas para que esse caminho aconteça de forma efetiva, é fundamental que haja controle desde o ponto de descarte até a indústria recicladora. Sem a devida rastreabilidade, o sistema pode perder credibilidade e gerar investimentos indevidos. É um risco que afeta toda a cadeia e compromete metas ambientais”, afirma Thais Fagury, presidente executiva da ABEAÇO.
Outro ponto de atenção é que, embora o Brasil conte com centenas de cooperativas de catadores, grande parte dos materiais ainda passa por intermediários antes de chegar à indústria, e isso não apenas reduz os ganhos para os catadores, como também dificulta o controle de origem e destino dos resíduos.
“A rastreabilidade é uma ferramenta também de justiça social, já que valoriza e formaliza o trabalho dos elos mais vulneráveis da cadeia da reciclagem”, finaliza a executiva.
Giovanna Felzener (giovanna.felzener@pressaporter.com.br)