Principais tendências para a indústria de mineração apresentadas no Relatório Brazil Minning 2023
M Verissimo Comunicação -
Com mais de 100 projetos para o setor de mineração desde 2011, Maria Albuquerque destacou as principais tendências de demanda da indústria no Brasil
O Relatório Brazil Minning 2023, lançado no último trimestre do ano, traz a visão de profissionais, autoridades governamentais e protagonistas do setor de mineração sobre as recentes mudanças, projeções e tendências no Brasil.
Maria Lins Albuquerque, fundadora e CEO da Synergia Socioambiental, é uma das executivas que compartilhou sua visão do mercado da mineração com a Global Business Reports (GBR), agência de notícias, pesquisas e relatórios globais que ajuda empresas dos setores de petróleo e gás, mineração e energia, entre outras, a entenderem e expandirem seus mercados a partir de dados, análises e informações atualizadas.
Com mais de 100 projetos para o setor de mineração desde 2011, Maria Albuquerque destacou as principais tendências de demanda da indústria no Brasil, a importância de empresas mineradoras considerarem os investimentos socioambientais em seus planejamentos e ações e, ainda, o desenvolvimento da cultura ESG na mineração brasileira.
Segundo ela, é notório o aumento na demanda por serviços socioambientais após os acidentes com barragens em Mariana e Brumadinho, pois ambos os eventos causaram um impacto ambiental extremamente grave nas comunidades vizinhas. Como consequência, a legislação federal passou a exigir que as empresas mineradoras elaborassem planos de contingência mais rigorosos para falhas em barragens.
Explica ainda que, para atender à crescente demanda, foi preciso dividir a oferta de serviços em três fases: prevenção, resposta a emergências e remediação. Como os projetos de remediação tendem a ser de longo prazo, Maria comenta que em 2022 e 2023 ainda atua em projetos relacionados a esses incidentes. A executiva observa uma mudança na mentalidade das empresas mineradoras, que não veem mais os critérios ESG apenas como um requisito para obter licenças de mineração, mas agora os consideram objetivos-chave para a sustentabilidade de seus negócios.
Segundo ela, as empresas mineradoras planejam seus investimentos sociais antes da fase de licenciamento. Assim, ela recomenda que as empresas devem definir os investimentos de acordo com a realidade e dinâmica social das comunidades locais, ou seja, considerando os custos e o retorno social sobre o investimento.
"Água e carbono social são duas questões de crescente preocupação para a indústria de mineração. O carbono social consiste em quantificar as ações tomadas por empresas para enfrentar danos sociais ou preservar uma área específica ou a cultura de comunidades locais. Assim, é possível converter projetos de preservação cultural em créditos de carbono social", explica a executiva.
As regulamentações ambientais no Brasil estão cada vez mais focadas na proteção do meio ambiente e na preservação de comunidades tradicionais e fontes de água. A maioria das empresas mineradoras antecipou essa tendência e está evitando o uso de barragens de rejeitos.
Por outro lado, a discussão sobre o quadro regulatório foi reacendida devido à recente mudança de governo no Brasil e ao debate público. Nesse contexto, as empresas mineradoras precisam se adaptar ao contexto político e adotar uma abordagem mais abrangente para a conservação e reparação econômica das comunidades locais e do meio ambiente.
Além de Maria Lins Albuquerque, o Relatório Minning Brazil 2023 traz outras visões de especialistas, além de dados quantitativos do setor. Para ler a íntegra da entrevista, acesse https://www.synergiaconsultoria.com.br/fique-por-dentro/relatorio-brazil-mining-2023/
Milka Verissimo <milka@mverissimocomunicacao.com>