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Veja os investimentos anunciados pelas montadoras até a primeira quinzena outubro

Entre os aportes, Volkswagen mira eletrificação e BYD pretende ampliar complexo na Bahia


Vitor Matsubara

Apesar dos incentivos concedidos pelo governo na tentativa de alavancar as vendas de carros novos, a indústria automotiva não deve fechar 2023 com muitos motivos para celebrar.

Segundo projeções da Anfavea, a projeção é de que2,3 milhões de veículos sejam produzidos até o último dia de dezembro de 2023. Caso esse volume se concretize, o setor deve encerrar o ano com desempenho similar ao de 2022, o que iria contra as projeções anteriores da própria associação.

Esse momento desfavorável se reflete nos investimentos realizados pela indústria neste ano. Ao contrário de 2022, quando alguns aportes expressivos foram anunciados, as empresas foram mais comedidas.

Veja a seguir os investimentos anunciados pelas montadoras até a primeira quinzena outubro.

Stellantis: R$ 2,5 bilhões (até 2025)

Apesar dos rumores de que reduziria a produção e até poderia encerrar as atividades da fábrica de Porto Real (RJ), a Stellantis sempre ressaltou a importância da planta herdada do grupo PSA após a fusão com a FCA para sua estratégia comercial na América do Sul.

Prova disso foi o anúncio de R$ 2,5 bilhões até 2025, revelado em setembro na presença de autoridades do Rio de Janeiro. A Stellantis diz que a quantia será investida no desenvolvimento de novos produtos e adequação da unidade de pesquisa e desenvolvimento. 

Do montante total, R$ 330 milhões devem ser aplicados no desenvolvimento de uma variante da plataforma CMP, que atualmente é a base do Citroën C3.

Além do hatch, ela servirá ao SUV C3 Aircross (que estreia até o fim de 2023) e de um terceiro produto ainda não revelado. Especula-se que o modelo em questão será um SUV cupê.

Não está descartada a produção de modelos baseados nas plataformas Bio-Hybrid, apresentadas em 2023 e que contemplam projetos de veículos híbridos leves, híbridos plug-in, híbridos e elétricos.

Volkswagen: R$ 5,4 bilhões (até 2026)

A fabricante revelou investimento de € 1 bilhão (ou aproximadamente R$ 5,4 bilhões) no Brasil até 2026.

O foco deste novo aporte está na eletrificação, uma vez que a VW está em desvantagem competitiva no Brasil frente a alguns concorrentes, como Toyota e Stellantis.

Essa estratégia já foi iniciada em 2023 com o lançamento de dois modelos puramente elétricos no Brasil ainda neste ano: tanto o ID.4 como a ID.Buzz (que ainda será lançada oficialmente) podem ser adquiridos na modalidade de assinatura.

A fabricante promete ter 15 veículos elétricos ou híbridos no país até 2025. A meta é crescer 40% no Brasil até 2027, e a VW projeta que o mercado da América do Sul crescerá 11% a cada ano até 2030.

Renault: R$ 1,1 bilhão (até 2025)

Como continuidade ao ciclo anterior de R$ 1,1 bilhão finalizado em 2022, a Renault anunciou o investimento de mais R$ 2 bilhões até 2025.

O montante será aplicado na fábrica de São José dos Pinhais (PR), onde serão produzidas a nova plataforma CMF-B, que estreará no SUV Kardian, e de um novo motor 1.0 turbo, que equipará alguns dos futuros lançamentos da marca no país.

BYD: R$ 3 bilhões 

A BYD está em ascensão no mundo inteiro, inclusive no Brasil. Após expandir sua gama de produtos, a empresa investirá R$ 3 bilhões no complexo de Camaçari (BA), que foi negociado pela Ford junto ao Governo da Bahia.

Dentro do complexo, a BYD manterá três plantas. Uma delas estará dedicada à produção de chassis para ônibus e caminhões elétricos, enquanto a segunda terá foco na fabricação de automóveis híbridos e elétricos. Já a terceira se dedicará ao processamento de lítio e ferro fosfato para o mercado externo.

Os modelos DolphinYuan Plus e Song Plus serão os primeiros automóveis fabricados no Brasil. O volume inicial deve ser de 150 mil veículos por ano, com expectativa de dobrar a produção em 2025. Para tanto, a BYD já prometeu realizar um novo investimento, de quantia ainda não revelada, e que também servirá ao centro de pesquisa e desenvolvimento a ser feito em Salvador (BA)

A promessa é de gerar cerca de 5 mil postos de trabalho. O início das operações está previsto para o segundo semestre de 2024. 

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