A frota de veículos elétricos comerciais leves deve chegar a 11 milhões de unidades no Brasil até 2040, de acordo com um levantamento da McKinsey. O número corresponde a mais de 20% do total de veículos em circulação e um mercado de nadas menos que R$ 338 bilhões.

“Estimamos que os veículos elétricos respondam por 55% das vendas em 2040”, afirma Daniele Nadalin, gerente de Engajamento da McKinsey & Company. 

A pesquisa identificou que o brasileiro se mostra aberto a tecnologias de mobilidade que minimizem o impacto ambiental dos deslocamentos. Segundo Daniele, 44% dos entrevistados buscam uma alternativa sustentável para seus trajetos. A média mundial é de 33%.

Gargalos para eletrificação 

Entre os gargalos para a eletrificação, a gerente cita a falta de conhecimento das pessoas sobre o funcionamento dos veículos elétricos. Os motoristas ainda têm muitas dúvidas sobre os custos inerentes aos modelos de novas propulsões, vida útil das baterias e infraestrutura para carregamento.

“Mesmo capitais como São Paulo e Rio de Janeiro não têm a infraestrutura de recarga necessária para atender a uma frota elétrica, principalmente, se considerarmos veículos de uso intensivo”, alerta.

Descarbonização do setor automotivo e participação do governo

Ricardo Guggisberg, presidente do Instituto Brasileiro de Mobilidade Sustentável (IBMS), defende que a eletrificação da frota brasileira já se consolidou como o principal caminho para a descarbonização da indústria automotiva.

“A eletromobilidade já é realidade, tanto que, em 2022, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves elétricos tiveram alta de 195% em relação ao ano anterior, com mais de 100 mil veículos eletrificados na frota circulante. Esse crescimento deve se manter acelerado pela próxima década, tanto pela chegada de novos modelos quanto pela melhoria da infraestrutura das cidades”, pontua.

Segundo Guggisberg, essa consolidação será o motor para a primeira edição do Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos (C-MOVE), que acontece em Brasília (DF), nos dias 7 e 8 de março.

“Temos que envolver o governo na discussão de novas políticas públicas acerca do tema. Reunimos especialistas em suas áreas para desenhar o projeto de uma mobilidade limpa, sustentável e moderna”, conclui.