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Pablo Di Si assume um novo desafio: a posição de CEO do grupo VW na América do Norte

Executivo tem o desafio de elevar o market share da companhia na América do Norte e avisa que voltará


Giovanna Riato, AB

Foram quase cinco anos à frente da Volkswagen Brasil e América do Sul, agora o argentino Pablo Di Si começa a fazer as malas para assumir um novo desafio: a posição de CEO do grupo na América do Norte. Por lá, ele tem a missão de elevar a participação de mercado da companhia, que atualmente é de apenas 2,5% nos Estados Unidos.

O executivo de 53 anos falou a respeito durante um almoço de despedida com jornalistas na terça-feira, 26. Na verdade, foi um encontro de “até logo”, como ele mesmo disse:

“Quando tudo isso acabar, volto para o Brasil. A minha casa é aqui”, disse, detalhando os planos pessoais para um futuro um pouco mais distante. 

Legado de transformação cultural

Di Si avalia que o maior legado de sua gestão foi ter conduzido a transformação cultural da Volkswagen na região. Nos últimos cinco anos, ele conta que as equipes internas da companhia melhoraram em comunicação e em autonomia para conduzir projetos, além de defender os interesses regionais nas negociações com a matriz. 

Durante a gestão dele, amadureceu também a busca por diversidade e inclusão na Volkswagen, que inclui até um compromisso financeiro assumido recentemente.

Do lado de fora, as mudanças também apareceram: Di Si manteve diálogo estreito com a imprensa e com outros segmentos. Durante a pandemia, de alguma forma tornou-se um porta-voz dos desafios do setor automotivo.

Mais recentemente, assumiu sem receio a posição de defensor do etanol como caminho essencial para a descarbonização da mobilidade no Brasil. E, para não ficar só no discurso, fechou 26 parcerias entre a Volkswagen com produtores e outras organizações do segmento.

Além do gogó, o bolso

Mas nem só de networking foi feita a gestão de Di Si. A companhia realizou sua renovação de portfólio, com o lançamento de 20 novos modelos, incluindo utilitários esportivos que faziam tanta falta na gama da marca, como o T-Cross e o Nivus, projeto local que chegou ao mercado europeu.

Em 2021, confirmou a volta da companhia à lucratividade na América Latina. Mesmo com os altos e baixos gerados pela pandemia, encerrou um ciclo de investimentos de R$ 7 bilhões da empresa na região em 2020 e anunciou um novo pacote, da mesma proporção, que vai até 2026. Dessa vez, foco está em descarbonização, no lançamento de uma nova família de carros de entrada e na criação de novos negócios digitais.

Depois dos EUA, futebol, vela e conselhos de administração

O executivo admite ainda saber pouco sobre o desafio que vai encontrar nos Estados Unidos. “Até agora, não fiz nenhuma reunião com o time da região”, conta. Mas como qualquer bom planejador, ele já enxerga além: depois de cumprir seu papel na América do Norte, pretende se aposentar no Brasil. Quer dizer, vai deixar a rotina puxada de executivo de lado para assumir posição no conselho de administração de algumas empresas.

“Já estou em dois conselhos nos Estados Unidos, de uma empresa do setor agro e outra de infraestrutura, com autorização da Volkswagen, claro”. Segundo ele, a atividade tem rendido grandes aprendizados e novos pontos de vista que ele aproveita no dia a dia da montadora. Com isso, nesse futuro não muito distante, pretende abrir espaço na agenda para duas atividades: jogar futebol e velejar.

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