É possível construir um carro completamente de materiais recicláveis? A resposta da Renault é sim. Pelo menos em teoria. Na semana passada, a montadora apresentou ao mundo o seu inovador carro-conceito “Scénic Vision” movido a hidrogênio e feito de materiais reciclados, como garrafas de leite.

Baseado em conceitos de ecodesign e economia circular, mais de 70% do veículo é feito de material já reciclado e 95% composto por materiais recicláveis, que podem contribuir para a conservação de recursos. O piso do SUV é composto por resíduos de plástico de diversos produtos, como garrafas de leite e tubos. Em todo veículo, 30% do plástico é de origem biológica. As ferragens são feitas de carbono reciclado da indústria aeronáutica.

O powertrain é híbrido elétrico e a hidrogênio visa reduzir o tempo de inatividade relacionado à recarga de energia, com a promessa de diminuir a pegada de carbono. O carro conceito é zero emissão em produção e em uso, com uma pegada de carbono 75% menor do que um veículo elétrico a bateria convencional.

Outro conceito inovador do carro é a inclusão. A ausência de pilar entre as portas e o piso plano, por exemplo, facilita o acesso de pessoas com mobilidade reduzida.

Carro da Renault incorpora conceito ESG

Já o design externo traz estilo futurista. Segundo o vice-presidente da Renault Brand e Design, Gilles Vidal, as formas e o estilo são parecidos com um novo modelo familiar que será comercializado em 2024. Enquanto o design interior é um estudo para projetos futuros da marca.

A proposta surgiu após a Renault perceber que apenas os compromissos da companhia com a agenda ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa) não eram suficientes, eles precisavam ser levados para os veículos.

Por isso, o Scénic incorpora três pilares importantes do plano estratégico Renautution: meio ambiente, segurança e inclusão. “O carro brange os desafios do clima, conservação de recursos, segurança e saúde do usuário e acessibilidade. Abre um novo capítulo no desenvolvimento de nossos veículos, pensado desde o design até o fim da vida útil, de forma ecossistêmica”, disse o Vice-presidente de sustentabilidade da Renault, Cléa Martinet.