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Produção nacional de motos deve alcançar a casa de 1,29 milhão de unidades em 2022

Com novo impacto da Covid-19 e cenário macroeconômico instável, fábricas deverão montar somente 1,29 milhão de unidades


Mário Curcio, para AB

A produção nacional de motos em 2022 deve alcançar a casa de 1,29 milhão de unidades e com isso terá um pequeno crescimento de 7,9% na comparação com 2021. A estimativa foi divulgada na quinta-feira, 20, pela Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes do setor de duas rodas. A projeção contida decorre das incertezas para 2022.

“Existem algumas variáveis que podem impactar o setor, como o aumento dos casos de Ômicron e da gripe H3N2. Temos também as instabilidades do cenário macroeconômico, que vão desde o abastecimento e reorganização das cadeias produtivas, a alta nas taxas de juros, do frete e outras medidas que podem impactar negativamente a demanda”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian.

O ano de 2021 terminou com 1.195.149 motocicletas fabricadas. Este foi o volume mais alto desde 2015. Na comparação com 2020 houve alta de 6,4%. A produção de dezembro foi impactada pelas férias coletivas e registrou somente 76,3 mil motos, uma queda de 32,9% na comparação com novembro.

Como consequência dessa queda na produção no fim do ano e da procura ainda elevada por motos para serviços de entrega ou transporte individual, os estoques nas fábricas e concessionárias estão baixos e as filas de espera por alguns modelos com cilindrada até 160 cc persistem desde a metade de 2020.

“Ainda há uma déficit de cerca de 100 mil motos no mercado”, afirma o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian. E esse problema na oferta permanecerá por algum tempo: Fermanian também admite que a produção do setor voltou a ser afetada em janeiro de 2022 como consequência da terceira onda de contágio da Covid-19.

Vendas no atacado crescem 22,4%

Com a produção menor por causa das férias coletivas, as fábricas repassaram às concessionárias em dezembro somente 79,7 mil motos, um total 25,2% menor que o de novembro. Já o acumulado do ano somou 1,14 milhão de unidades, resultando em aumento de 22,4% na comparação com 2020. Vale dizer que este menor repasse em dezembro terá reflexo negativo nos licenciamentos de janeiro, que costumam ser bons para o setor de duas rodas. 
Exportações ficam abaixo das 55 mil unidades

Em dezembro o Brasil exportou 3.283 motos, anotando pequena alta de 1,1% sobre novembro. No acumulado do ano os embarques somaram 53,5 mil unidades, indicando alta de 58,4% sobre 2020. Mas também é verdade que o total vendido ao exterior ficou abaixo da última revisão de projeções (divulgada em novembro), quando a Abraciclo acreditava em 55 mil unidades.

O maior mercado externo ainda é a Argentina, que comprou do Brasil 16,1 mil motos, 28,7% do total exportado em 2021. O segundo maior destino foi a Colômbia, com 12,5 mil motos e 22,4% dos embarques. O terceiro lugar ficou para os Estados Unidos, com 11,6 mil unidades e uma fatia de 20,8% das vendas externas. Para 2022 a estimativa é de mais um ano fraco para o comércio exterior, com 54 mil unidades exportadas. 

Emplacamentos crescerão somente 6,4%

As novas projeções da Abraciclo preveem 1,23 milhão de motos emplacadas e leve alta de 6,3% sobre o ano passado. Marcos Fermanian recorda que essa estimativa é conservadora porque cerca de 80% das vendas do setor são feitas a prazo (por CDC – Crédito Direto ao Consumidor –  ou consórcio). E tanto a inflação e como a alta nas taxas de juros comprometem muito a renda dos compradores de motos de baixa cilindrada, as mais vendidas do País.

Em dezembro foram emplacadas 112,6 mil motocicletas. Este foi o segundo melhor mês do ano para o segmento e também teve boa média diária de vendas, próxima a 5 mil unidades. No acumulado do ano os licenciamentos alcançaram 1,16 milhão de unidades, o melhor número desde 2015. A alta anotada sobre 2020 foi de 26,4%. 

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