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Honda vai abrir PDV nas suas fábricas de automóveis de Sumaré e Itirapina

Montadora alega crise do setor e transferência de toda a produção de Sumaré para Itirapina


A Honda vai abrir um Programa de Demissão Voluntária (PDV) nas suas fábricas de automóveis de Sumaré e Itirapina, ambas no interior paulista. As duas unidades têm hoje cerca de 3 mil trabalhadores.

Além do cenário de incertezas causado pela escassez de semicondutores e pelas baixas vendas no mercado interno, a montadora também atribui a decisão à conclusão do seu processo de transferir toda sua produção da fábrica de Sumaré para Itirapina, que teve início em 2019 e deve ser finalizado em dezembro deste ano.

“Tendo em vista a necessidade da empresa de se adaptar a esse novo ambiente de negócios, impactado pela pandemia da Covid-19, e o momento de transferência de colaboradores da unidade de Sumaré para Itirapina, a Honda Automóveis está realizando um programa de demissões voluntárias. O objetivo é oferecer condições para uma transição segura àqueles que contribuíram com a empresa ao longo de suas carreiras”, informa o comunicado oficial da Honda.

Por enquanto a montadora não está trabalhando com nenhuma meta de adesão ao PDV, que está oferecendo um plano de 12 salários adicionais, vale-alimentação de R$ 250 mensais por seis meses, um valor equivalente a 12 meses de plano de saúde e três meses de um programa de orientação profissional.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, o PDV não seria necessário e não tem a ver com a crise ou a transferência da produção. “A empresa está aproveitando para fazer uma reestruturação para reduzir salários, pois a média salarial em Sumaré é de R$ 5 mil, enquanto em Itirapina é muito menos", disse Sidelino Orsi Junior, presidente do sindicato, à Agência Estado.

 A fábrica de Sumaré, onde eram montados Civic, City e Fit, ficará com a produção de motores, o desenvolvimento de veículos, o treinamento de funcionários, o centro de peças e a sede administrativa. A unidade de Itirapina, que fabricava WR-V, HR-V e Fit, vai concentrar toda a produção de automóveis ao final do processo de transferência.

Inaugurada em março de 2019, a fábrica de Itirapina ficou três anos fechada depois de consumir um investimento de R$ 1 bilhão. Na época, a Honda queria aumentar a produção no Brasil para atender a alta procura por seus carros, porém não conseguia dar conta só com a unidade de Sumaré, por isso construiu uma segunda fábrica. Mas o mercado recuou e tornou-se insuficiente para a nova planta com capacidade de 120 mil unidades/ano. Assim, a montadora tomou a difícil decisão de manter uma fábrica nova fechada, pois não havia mercado suficiente para justificar sua abertura, ao mesmo tempo em que se apertou em Sumaré sem conseguir atender a todos os pedidos.

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