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Anfavea revisa as projeções do setor de caminhões

Novas projeções preveem cenário levemente pior ou melhor que estimativa mais recente, feita em julho


As dificuldades com o abastecimento de componentes levaram a Anfavea a revisar as projeções do setor de caminhões. Em vez das 122 mil unidades estimadas há três meses, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores prevê agora dois cenários.

Um é mais conservador, para 120 mil veículos. O outro, otimista, acredita em até 125 mil. Dessa forma, a alta sobre 2020 ficará entre 34% e 39%. As informações foram divulgadas pela entidade durante entrevista coletiva realizada na quarta-feira, 6.

“Fizemos os novos estudos levando em conta essas limitações, mas a indústria tentará puxar ao máximo para o melhor cenário destes dois”, afirma o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, referindo-se a possíveis problemas com abastecimento de peças.

O executivo recorda que o que costuma ditar uma projeção é a capacidade dos mercados interno e externo de absorver a produção, mas as novas estimativas levaram em conta possíveis limitações na cadeia de abastecimento neste último trimestre.

As vendas permanecem aquecidas. De acordo com os dados da Anfavea foram emplacados em setembro 11,6 mil caminhões. O resultado indica queda de 10,2% na comparação com agosto, sobretudo por causa do feriado da Independência, mas a entidade ressalta que este foi o melhor setembro desde 2013.

As vendas acumuladas já atingiram 95,3 mil caminhões, indicando crescimento de 51,8% sobre iguais meses do ano passado. “É o melhor acumulado para os nove meses desde 2014”, ressalta o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini. Os caminhões pesados (com Capacidade Máxima de Tração, CMT, acima de 45 toneladas) permanecem como os mais vendidos. Responderam por 48,9 mil emplacamentos no período  e acumulam alta de 55,6%. O segmento com menor alta no ano até agora foi o de caminhões médios (com Peso Bruto Total, PBT, de 10 a 15 toneladas). São 8,1 mil unidades emplacadas, 36,4% a mais sobre os mesmos nove meses do ano passado. 

O crescimento entre os diferentes segmentos de caminhões ficou mais uniforme em 2021 com a ajuda do comércio eletrônico. Antes da pandemia as altas se concentravam nos pesados e semipesados (com CMT abaixo de 45 toneladas), puxados pelo agronegócio.

Produção acumulada é a melhor desde 2013

A produção de setembro somou 13,8 mil caminhões, com pequena queda de 7,7% na comparação com agosto, mas foi o melhor setembro para a produção desde 2013, de acordo com a Anfavea. O acumulado do ano atingiu 118,3 mil veículos, o maior nível para o período também desde 2013. A comparação com iguais meses de 2020 indica alta de 103,7%.

Dentro das novas projeções, a Anfavea prevê a produção de 173 mil a 175 mil veículos pesados (caminhões e ônibus juntos), indicando alta entre 58% e 60% sobre a produção de 2020. A projeção anterior era de 156 mil pesados.

Exportações crescem mais de 90%

A venda externa de caminhões em setembro somou 1.976 unidades, resultando em pequena queda de 4,4% na comparação com agosto, mas no acumulado do ano foram enviadas ao mercado externo 16,6 mil unidades. A alta sobre 2020 é de 91,5%.

A estimativa atualizada pela Anfavea prevê o embarque de 25,2 mil a 26,1 mil veículos pesados, resultando em crescimento de 45% a 50% sobre 2020. Em julho os fabricantes haviam previsto 24 mil caminhões e ônibus exportados.  

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