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Setor de ônibus tem mau desempenho por causa da pandemia

Montadoras preveem queda de até 14% e no máximo 13 mil unidades emplacadas


O mau desempenho do setor de ônibus por causa da pandemia e as dificuldades com a cadeia de abastecimento de peças levaram os fabricantes a revisar para baixo as projeções do segmento. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou na quarta-feira, 6, dois cenários possíveis, ambos ruins.

Em vez de 16 mil unidades e alta de 15% como havia previsto em julho, a associação estima agora de 12 mil a 13 mil emplacamentos, o que resultará em queda entre 7% e 14% na comparação com o ano anterior.

Setembro foi o mais fraco de todos os meses de 2021 para os ônibus, com 854 unidades vendidas e queda de 33,1% na comparação com agosto. Também foi o pior resultado para o mês desde 2016. O acumulado do ano teve 10,9 mil unidades e pequena alta de 9,7% sobre iguais meses de 2020.

“Esse resultado já era esperado porque o setor de ônibus permanece como o mais atingido pela pandemia. Embora haja algum crescimento sobre 2020, o segmento ficou estagnado na comparação com anos anteriores como 2018 e 2019”, afirma o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini.

De acordo com o executivo, 21% dos modelos emplacados em setembro eram do Caminho da Escola. “Houve uma nova licitação para esse programa no meio do ano e a produção já teve início, mas as entregas só devem ocorrer a partir de novembro e dezembro”, recorda Saltini.

Produção acumulada ficou abaixo de 15 mil unidades

As montadoras produziram em setembro 1,2 mil ônibus. O número é 20,7% menor que o de agosto. No acumulado do ano foram fabricados somente 14,6 mil veículos. Na comparação com iguais meses de 2020 houve pequena alta de 4,9%, puxada pelos ônibus urbanos. Eles somaram 12,6 mil unidades e acumulam alta de 10,2%. Já os modelos rodoviários totalizaram 1,9 mil unidades, 20,2% a menos pela comparação com iguais meses do ano passado.

Exportações continuam ruins como em 2020  

Em setembro o Brasil enviou apenas 247 ônibus ao exterior. O número foi 35,5% mais baixo que o de agosto. O mercado externo enfrenta as mesmas dificuldades do interno como consequência da Covid-19 porque caíram os investimentos em renovação de frota e turismo. De janeiro a setembro o Brasil exportou apenas 2,8 mil ônibus. O volume é apenas 1,2% mais alto pela comparação interanual.

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