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General Motors prorroga a suspensão dos contratos de trabalho da fábrica de São Caetano do Sul

Medida, também adotada na fábrica de Joinville, manterá a produção parada até o fim de agosto


BRUNO DE OLIVEIRA, AB

A General Motors vai prorrogar a suspensão dos contratos de trabalho do quadro da fábrica de São Caetano do Sul (SP) por mais 30 dias a partir de 26 de julho, prazo de vencimento do primeiro acordo firmado com os trabalhadores com base na Medida Provisória 1.045, que autoriza a suspensão por um prazo de 120 dias.

A montadora adotou em junho a medida que envolveu cerca de 400 funcionários da unidade. Caso a medida seja de fato tomada, como confirmou à Automotive Business Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do sindicato local dos metalúrgicos, a volta às atividades na fábrica deverá ocorrer depois de 26 de agosto.

"A montadora informou que por causa da falta de componentes ficará mais difícil retomar às atividades antes desta data", disse o presidente do sindicato na sexta-feira, 23. Se retomada no final de agosto, a fábrica completará cerca de dois meses de paralisação das linhas de montagem de São Caetano do Sul, mais do que as seis semanas originalmente previstas.

De acordo com o representante dos trabalhadores, a montadora alegou, novamente, desabastecimento de componentes para postergar o retorno das atividades produtivas. A unidade também estaria sendo preparada para a produção da picape Chevrolet Montana, que deverá ser lançada no mercado brasileiro em 2022. Ali também são produzidos os modelos Tracker, Joy, Joy Plus e Spin.

Medida semelhante será adotada na fábrica de Joinville (SC), onde são produzidos os motores que equipam a oferta GM no país. Segundo Rodolfo de Ramos, presidente do sindicato dos metalúrgicos daquele município, a entidade fora informada da medida na quinta-feira, 22.

Na fábrica de Gravataí (RS), onde é produzido o Chevrolet Onix, o prazo de retorno das atividades segue mantido pela montadora para ocorrer em 16 de agosto, de acordo com Edson Dorneles, diretor jurídico do sindicato local. Parada desde março, a unidade gaúcha deve completar cinco meses e meio de suspensão, o que tem provocado apreensão nos trabalhadores locais.

A MP 1.045 institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas emergenciais no âmbito das relações de trabalho em função da pandemia de Covid-19, como por exemplo o pagamento parcial dos salários por parte das montadoras, com o Governo Federal dividindo o pagamento via Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Levantamento da consultoria Auto Forecast Solutions (AFS), dos Estados Unidos, apontou que há oito fabricantes com 14 fábricas afetadas de alguma maneira pela escassez de chips desde março, que já levaram a reduções ou paralisações das linhas de 41 modelos, com perdas somadas até agora de quase 200 mil unidades que deixaram de ser produzidas.

Somando todas as paradas ou cadência reduzida, a AFS estima perda equivalente a 270 dias de operações. Procurada, a GM não se manifestou até o fechamento da reportagem.

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