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Europa Precisa Achar Um Novo Caminho

Com evidências das alterações climáticas, tornando-se mais claras do que nunca, os países europeus devem pensar cuidadosamente antes de permitir o fracking em seu território


Europa Precisa Achar Um Novo Caminho

Com evidências das alterações climáticas, tornando-se mais claras do que nunca, os países europeus devem pensar cuidadosamente antes de permitir o fracking em seu território. O Hydraulic fracturing  ou fracking – processo de perfuração e injeção de fluido para o solo a alta pressão a fim de fraturar rochas  de xisto para liberar gás natural no interior – oferece benefícios abundantes não convencionais de petróleo  e gás e menores emissões de carbono do que outros combustíveis, como o petróleo e gás, porém não é uma solução sustentável devido aos seus altos custos ambientais e sua potencial contribuição para a mudança climática. Além disso, as promessas econômicas de curto prazo que o fracking oferece também estão elevando a procura por fontes mais renováveis de energia, como a energia eólica e solar.
Embora o gás natural passou a ser visto como uma forma ideal de energia limpa, o gás metano não queimado que escapa durante o processo de fracking pode poluir o meio ambiente muito mais do que as fontes convencionais de energia, como o carvão e o petróleo. De acordo com estudos realizados no Colorado, nos Estados Unidos, três por cento ou mais de gás natural podem vazar durante o processo de perfuração de gás de xisto. Este gás é 80 vezes mais tóxico para o meio ambiente do que o carvão.
Agora o fracking está chegando a Europa. Em 2011, a França declarou sua moratória sobre fracking. O Governo alemão fez o mesmo logo após a eleição de 2013 enquanto se aguarda uma avaliação do risco ambiental. No entanto, nos últimos dias, Berlim anunciou que está pronta para cancelar a proibição da extração de óleo, fracking, no início de 2015, principalmente para reduzir a dependência do país das importações de gás da Rússia. Infelizmente, esta decisão não é uma solução sustentável. O alívio temporário da geopolítica não deve ser conseguido à custa, a longo prazo, da degradação ambiental. Para colocar a economia e o nosso mundo em um caminho para a sustentabilidade, os governos e as empresas precisam se concentrar em fazer o bem real, para a sociedade e não apenas fazer menos mal, como parece ser o caso com fracking.
Na Europa o fracking  proporcionaria benefícios econômicos de curto prazo, na melhor das hipóteses, e o que está claro é que  sociedades desenvolvidas não podem continuar a consumir como fazem agora, se quisermos garantir a sustentabilidade do nosso mundo para as gerações futuras. A Europa precisa encontrar uma nova maneira de pensar.







Brasil X fracking
por redação

No Brasil a Agência Nacional de Petróleo (ANP) realizou no final de 2013 uma licitação para exploração de gás em diversos estados brasileiros, inclusive com o uso do polêmico método de fracking que é considerado um dos processos de produção de energia mais agressivos, ambientalmente, e está proibido em vários países do mundo. Ele consiste de uma fórmula contendo 609 componentes químicos (alguns deles radioativos) que são injetados no subsolo, sob a pressão de 5 mil atmosferas para fazer o metano se desprender do solo. Antes da injeção desse coquetel químico são realizadas violentas explosões no subsolo para quebrar as rochas sedimentares.
Alguns ambientalistas e o próprio Greenpeace condena o uso do método em solo brasileiro, segundo os ambientalistas Zuleica Nycz e Ivo Pugnaloni. Eles afirmam "é um método devastador para o solo, ar, as águas superficiais, as subterrâneas, também afetará a segurança dos grupos indígenas e das unidades de conservação, ameaçando igualmente e de forma devastadora toda a economia baseada nas atividades agroindustriais no Estado do Paraná". O leilão da ANP envolverá áreas de 169 mil quilômetros quadrados no Oeste do Paraná, a região mais rica do Estado em termos de agricultura, avicultura e suinocultura. "Uma armadilha está sendo preparada para explodir nesta área, que é maior do que o Rio de Janeiro e Pernambuco juntos", advertiram os ambientalistas.
Este método de exploração de gás e petróleo já é proibido por lei na França, na Bulgária, na Irlanda, na Irlanda do Norte e está sendo questionado em praticamente todos os países da Europa e outros continentes como é o caso da Inglaterra, Romênia, Holanda, Espanha, Canadá, Costa Rica e Estados Unidos. Segundo os ambientalistas no caso do Paraná, haveria mais um fator agravante: a área visada para a exploração, fica situada bem próxima do Aquífero Guarani, um dos maiores reservatórios subterrâneos de água doce do mundo.
No início do mês de junho o juiz da 1ª Vara Federal de Cascavel, Leonardo Cacau Santos La Bradbury, determinou a suspensão imediata e por tempo indeterminado da 12ª Rodada de Licitações realizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) para a exploração de gás de folhelho, também chamado de gás de xisto, na Bacia do Rio Paraná, em novembro de 2013. A decisão atende ao pedido do Ministério Público Federal (MPF-PR), que alerta sobre os riscos na modalidade "fracking" (fraturamento hidráulico) e ainda conforme determinação do magistrado, a licitação somente poderá ser retomada, depois de realizados estudos técnicos-ambientais que demonstrem a viabilidade, ou não, do uso da técnica assim como os impactos causados.


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