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Crise Econômica Não Afeta O Segmento De Filtros

Empresas do setor obtiveram crescimento em 2011 e fazem planos de expansão para 2012


Ao que tudo indica, o fantasma da crise econômica, que tem assombrado os países da zona do euro e os Estados Unidos, não espantou o desenvolvimento das empresas brasileiras. Apesar das más notícias provindas do mercado internacional, os empresários brasileiros continuam otimistas. Pelo menos é isso o que afirmam os economistas e algumas pesquisas financeiras.
De acordo com um estudo recente realizado pela Regus, o indicador brasileiro de confiança registrou 146 pontos, o que significa uma alta de sete pontos percentuais na comparação com a pesquisa realizada no primeiro semestre de 2011.
Ainda segundo o relatório, 68% dos entrevistados disseram que houve crescimento da receita e 61% declararam que foram nos lucros.
Os especialistas da área também apontam uma situação favorável para a economia brasileira. O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, por exemplo, acredita que o Brasil conseguiu a estabilidade macroeconômica e espantou o fantasma da vulnerabilidade externa. "O Brasil se encontra em uma posição mais sólida. Ele possui uma desenvoltura maior para lidar com as crises externas. O sistema econômico brasileiro é bem regulado e desenvolvido em diversos aspectos", explicou o economista em palestra sobre o tema.

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Apesar de apresentar um pouco de receio em relação aos efeitos da crise, o diretor comercial da Tecfil, Ricardo Pessoa, concorda com o economista. "Qualquer desequilíbrio econômico em mercados de importâncias relevantes, como Europa e EUA, podem potencialmente afetar o sistema global, porém o mercado interno do Brasil está sólido, como bem se comportou na crise americana do Sub-prime, mostrando maturidade econômica", ressalta.
O diretor de operações diesel da Delphi para a América do Sul, Luiz Monegatto, concorda com Ricardo e faz uma ressalva que é importante estar preparado para imprevistos repentinos. "O mercado interno brasileiro de veículos está bastante aquecido, mostrando recordes mensais de Crise Econômica Não Afeta  O Segmento De Filtrosvendas que, de certa forma, protegem o país de uma crise mundial. Mas ainda há estoques e alterações a curto prazo dos programas das montadoras para reduzir o estoque. Parece um equilíbrio ‘instável’. A cada momento pode haver novidades importantes e necessidades de reajuste de planos".
Segundo a diretora da IBBL, Patrícia Cortez Müller Gazzola, o setor de filtros da empresa não sentiu os efeitos da crise pelo fato de não depender de países estrangeiros em seus negócios. "Países europeus e os EUA não afetaram no segmento de filtros e purificadores de água da IBBL, visto que nossas exportações para esse segmento estão voltadas para outros mercados", declara.
O diretor do Europa, Antônio Carlos Camargo, afirma que a empresa não foi afetada pela crise, mas está em alerta em relação aos possíveis efeitos da mesma. "A crise não afeta a empresa diretamente, mas sabemos que influencia o mercado brasileiro como um todo e nos mantemos alertas à eventuais mudanças no cenário econômico", diz.
O marketing manager da 3M também revela que não sofreu os efeitos da crise. "Não temos dependência de venda para o mercado externo. Nosso ponto central é o mercado brasileiro", afirma.

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O segmento de filtros apresentou resultados positivos em 2011, demonstrando que o setor não sofreu os efeitos do caos econômico que tomou conta dos países da zona do Euro. A IBBL, por exemplo, conseguiu, mesmo em meio a crise, expandir a sua capacidade produtiva e aumentar o seu faturamento. "Foi um ano extremamente positivo em vários aspectos. Concluímos a expansão de nossa capacidade produtiva no início do segundo semestre de 2011. Ampliamos nosso mix com o lançamento de produto na linha de filtros e flexibilizamos nossa distribuição no mercado com a inclusão de novos canais de vendas. Para o segmento de filtros a empresa vem apresentando resultados bastante positivos. Identificamos um crescimento acima de 55% em faturamento, analisando o período de janeiro a setembro de 2011 em comparação com o mesmo período do ano anterior", afirma Patrícia.
A Delphi foi outra empresa do segmento de filtros que conseguiu expandir o negócio mesmo em meio a crise. "Ao longo do ano, a Delphi realizou importantes mudanças em algumas de suas fábricas. Em Itabirito (MG), a capacidade de produção para sistemas da divisão de Arquitetura Eletro/Eletrônica foi ampliada para atender à demanda de um de nossos principais clientes, gerando ainda mais empregos para a região. A empresa inaugurou oficialmente mais uma fábrica também em Minas Gerais. Localizada na cidade de Conceição dos Ouros, a unidade é a planta satélite da fábrica em Paraisópolis e é responsável pela montagem de sistemas de distribuição elétrica, os chamados ‘chicotes elétricos’. Em Jaguariúna (SP), a empresa trabalhou na expansão de sua fábrica, aumentando, assim, a capacidade produtiva anual de compressores de 1,4 milhão para 2 milhões de unidades", comemora Luiz.
A Tecfil revela que a crise não afetou o empreendimento e que conseguiu elevar o faturamento, além de aumentar a sua capacidade produtiva e logística. "Considerando o período de janeiro a setembro, conseguimos um crescimento em relação ao mesmo período de 2010 na ordem de 12% em faturamento e 6% em unidades vendidas, ou seja, estamos alcançando bons resultados ao longo de 2011. Investimos em treinamento, construindo em nossa sede um Centro de Treinamento Prático para Reparadores e Aplicadores, equipado com todo o maquinário de uma troca de óleo. Os treinamentos são gratuitos e possuem certificação. Tivemos também grandes investimentos nas nossas fábricas para ampliar nossa capacidade de produção e logística", informa Ricardo.
Crise Econômica Não Afeta  O Segmento De FiltrosO Europa também apresentou bons resultados no decorrer de 2011. "Podemos avaliar o ano positivo, no qual iremos registrar crescimento acima da média do mercado e do PIB (Produto Interno Bruto) do País, principalmente devido aos investimentos realizados e o sucesso obtido com o lançamento da linha de purificadores da linha Da Vinci. Os números ainda não estão fechados, mas devemos crescer acima de 10%", comemora Antônio.
Apesar do crescimento e dos resultados favoráveis, as empresas revelam que as alterações cambiais comprometeram as estratégias dos empreendimentos. "Obviamente para a operação de exportação a taxa cambial não foi uma aliada, mas com uma política voltada para um atendimento de excelência, conseguimos garantir um bom posicionamento nos mercados internacionais em que atuamos", comenta Ricardo.
A 3M Purification sentiu os efeitos da crise, mas, ainda assim, manteve a sua estratégia. "Foi um ano difícil uma vez que havíamos previsto uma situação econômica mundial mais estável, mas mesmo assim conseguimos atingir o nosso plano de vendas. Não precisamos mudar a nossa estratégia uma vez que a grande maioria dos produtos vendidos pela 3M do Brasil é manufaturada em nossa planta de Mairinque", conta Alvaro P. Simoes Jr., marketing manager da empresa.
A desvalorização do dólar não mudou a estratégia traçada pela IBBL, porém, tem sido um dos grandes desafios da empresa. "Mantivemos a mesma estratégia já planejada anteriormente, apesar da contínua desvalorização do dólar em relação ao real, que atingiu 9%, considerando a média do primeiro semestre deste ano se comparada com a média do mesmo período de 2010. Compensar esta queda com aumento da produtividade no curto prazo tem sido um enorme desafio, principalmente para os produtos de maior valor agregado, como os purificadores de água", lamenta Patrícia.
O Europa confessa que precisou mudar sua estratégia, mas que esse fato não afetou o consumidor. "Pelo fato de alguns produtos terem componentes importados, as margens desses produtos foram reduzidas, sem repasse ao consumidor final", revela Antônio.
Para a Latina 2011 foi um ano estável, apesar da crise. "Fizemos alguns lançamentos de produtos com ótimas perspectivas de mercado como no caso da linha VITA (novos Purificadores de Água). Nossas expectativas ficaram ligeiramente abaixo do esperado, mas não sofremos nenhum grande impacto econômico", diz Paulo Coli, vice-presidente da empresa.

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Empolgadas com os resultados favoráveis de 2011, as empresas do segmento de filtro demonstram boas expectativas para 2012. O Europa, por exemplo, espera crescer ainda mais no próximo ano. "Em 2012, devemos manter a liderança do mercado e esperamos dobrar o crescimento obtido em 2011, graças às novas estratégias que estão em fase de implantação", afirma o diretor da empresa, que também comenta sobre os investimentos futuros. "Seguiremos com investimentos na ampliação da capacidade produtiva, lançamento de novos produtos, e na continuidade da expansão e fortalecimento da rede de distribuidores autorizados", informa Antônio.
A meta da IBBL para 2012 é dar continuidade ao trabalho realizado no decorrer de 2011. "Nossos esforços estão concentrados em dar continuidade a esse desenvolvimento e pretendemos manter um crescimento também em dois dígitos. Com a ampliação da capacidade produtiva, desenvolvemos um novo ambiente de trabalho, mais moderno e produtivo", explica Patrícia.
De acordo com a diretora da IBBL, os investimentos para o próximo ano complementarão o trabalho desenvolvido até o momento. "Em 2012 daremos
sequência na reestruturação da empresa e manteremos os investimentos na qualificação profissional. Outro foco também serão os esforços voltados para a consolidação da marca junto aos consumidores. Estudamos também o lançamento de produto que atenda às necessidades de design e tecnologia", informa.
As expectativas de crescimento da Tecfil são semelhantes aos vetores de 2011, porém, a empresa espera ampliar seus investimentos. "Continuaremos investindo alto em capacidade de produção e desenvolvimento tecnológico", declara Ricardo Pessoa.
A Delphi demonstra otimismo para o ano que se inicia: "O ano de 2012 tem tudo para ser um ótimo ano e vamos trabalhar fortemente para que isso aconteça. Por isso, nosso objetivo é oferecer o melhor para nossos clientes com produtos e serviços de qualidade. Para 2012, vamos manter nosso investimento anual de US$ 40 milhões para a região da América do Sul – foco: desenvolvimento de novas tecnologias, gestão da qualidade e aumento de capacidade para atender à crescente demanda. Além disso, estreitar laços com oficinas e distribuidores é sempre parte de nossas prioridades. Assim, pretendemos dar continuidade à realização de campanhas agressivas de incentivo e treinamentos para todos os elos da cadeia, visando sempre estimular o mercado a trabalhar com nossa marca", diz Luiz.


Patrícia acredita que a tendência para o mercado do segmento de purificadores de água é manter o mesmo ritmo. "O mercado interno continuará sendo o suporte para o crescimento do setor uma vez que não esperamos alterações significativas, principalmente nas exportações diante da perspectiva de manter o real valorizado. Por outro lado, e pela mesma razão, as importações deverão continuar crescendo e aumentando a participação no mercado interno", afirma a diretora da IBBL.
Mesmo apostando na estabilidade do setor, Patrícia confessa que a IBBL está precavida."Apesar de um cenário favorável no país e das condições também favoráveis ao consumo (baixo nível de desemprego, aumento da massa salarial), nos preparamos para situações em que possam surgir maiores dificuldades, por exemplo, que possam ser impostas pela valorização cambial. Hoje buscamos aumentar nosso mix de produtos, com o objetivo em consolidar a categoria no país", diz. Crise Econômica Não Afeta  O Segmento De Filtros
Antônio discorda de Patrícia e aposta em uma movimentação no segmento de filtros de água. "O mercado de purificadores segue em crescimento com a entrada de novos players, incluindo empresas multinacionais. É um setor que tem campo para o desenvolvimento de novas tecnologias e que atrai o consumidor tanto pela conscientização acerca da importância do consumo de água de qualidade, quanto por contar com produtos que não agridem a natureza, ao contrário da preocupação com os garrafões e garrafas pet", explica o diretor.
Para acompanhar as exigências do mercado, o Europa tem investido pesado em seus produtos "Estamos nos preparando através de investimentos contínuos em novas tecnologias, capacidade produtiva, rede de distribuição, e na certificação dos nossos produtos por organismos nacionais e internacionais de qualidade", comenta Antônio.
Para o segmento de filtros automotivos, as tendências são favoráveis. "Há um cenário bastante otimista, pela razão direta do crescimento da frota de veículos no mercado brasileiro, aliado a isso, encontramos um ambiente positivo na economia do Brasil, apontando perspectivas interessantes do ponto de vista macroeconômico", afirma Ricardo. 
Segundo o diretor da Tecfil, a empresa está preparada para as tendências do mercado. "Estamos nos preparando através de constantes desenvolvimentos em modelos de gestão, que tragam competitividade e eficiência para a empresa, inserindo nesse conceito todas as área da empresa", declara.   
Já o diretor da Delphi acredita que as tendências para o setor de filtros automotivos estão relacionadas à segurança e a preservação ambiental. "Dentro da Delphi, todas as inovações fazem parte das três megatendências que direcionam o desenvolvimento tecnológico da empresa e atendem as tendências do mercado: Safe, Green e Connected – tecnologias que promovem a segurança, o respeito ao meio ambiente e a conectividade. Além disso, regionalmente, pensamos em soluções locais para que possamos atender às necessidades de nossos clientes e, claro, dos consumidores finais. O mercado precisa pensar, antes de tudo, na sustentabilidade de seus negócios. Quem não tiver criatividade e faltar com inovações, com certeza ficará para trás", afirma Luiz.

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