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Os desafios das águas pluviais

Água é vida. Sem comida é possível sobreviver algum tempo. Sem água, não. Mas que magia envolve essa notável composição de H2O que ocupa ¾ do planeta?


Os desafios das águas pluviais
Foto: Divulgação Ecocasa  -  Cisterna Pronta

Água doce, água salgada, água de rio, água de mar... Há uma água que nos surpreende em determinados momentos, controlável ou às vezes incontrolável, a água pluvial. E vez ou outra acontecem tragédias. Estudos e mais estudos são feitos por especialistas tentando dominá-la e, em muitos casos, é possível, utilizando tecnologia e equipamentos adequados.As cidades antigas são as que mais sofrem, por não terem sido construídas com infraestrutura para captação de águas, na época inexistente. E até hoje os problemas persistem, sendo de difícil solução.

Na verdade, falar de águas pluviais representa um dos maiores desafios para a humanidade, desde que o mundo é mundo. Aqui procuramos apresentar modernos conceitos, conhecimentos e metodologia hoje utilizados por diversos setores que buscam controlar e dar encaminhamento a essa fonte de água, na medida do possível. As águas pluviais não são potáveis, pois até a sua chegada ao solo estiveram em contato com diversos poluentes existentes na atmosfera. A recomendação é utilizar filtros que as tornem utilizáveis, retirando elementos como folhas, galhos, penas, restos e fezes de animais, entre outros resíduos prejudicais à saúde. Há inúmeras empresas especializadas e altamente qualificadas em filtros que trabalham no País, prestando eficiente contribuição para quem busca soluções e controles que podem e são utilizados diante dessa realidade, previsível ou não.

O sistema de filtragem de água pluvial pode ser instalado em indústrias, condomínios, clubes, ginásios esportivos, rodoviárias e outros locais públicos ou privados, mas é essencial que seja alvo de estudos e as instalações sejam realizadas por empresa especializada na área. Para a EcoCasa Tecnologias Ambientais, estabelecida em Limeira, São Paulo, a falta de planejamento na ocupação do solo, em especial em áreas alagadas e margens de rios, faz com que as populações que ali residem sofram os efeitos das tragédias geradas pelas enchentes. Um plano urbano de gerenciamento de águas bem elaborado contribui para minorar os efeitos das inundações e para que se tenha água para usos onde a água potável não seja imprescindível, permitindo que possa ser utilizada apenas para uso humano, diz Márcio Pereira, diretor executivo da empresa.

Ele explica que os sistemas de contenção e aproveitamento da água da chuva são compostos basicamente por três itens: cisterna (reservatório), filtros de água e sistema de bombeamento.

Os desafios das águas pluviais
Foto: Divulgação Reuságua - Sérgio Kochen, sócio diretor da Reuságua Inovação e Meio Ambiente

Para Sérgio Kochen, sócio diretor da Reuságua Inovação e Meio Ambiente, “a cada dia que passa a sociedade acaba por exigir mais itens de sustentabilidade em novas edificações. O aproveitamento de água de chuva, que é nossa especialidade, vem sendo cada vez mais procurado pelos construtores. A escassez de água no mundo é uma realidade e o aproveitamento de água de chuva é uma solução barata e eficaz”. Para ele, o aproveitamento de água de chuva é algo que requer um equipamento padrão, que pouco variaria de região para região, mudando talvez em cada caso a pluviosidade local e a área de contribuição e de área de utilização.


Os desafios das águas pluviais
Foto: Divulgação Reuságua 


A engenheira Sibylle Muller, CEO do Grupo AcquaBrasilis, de São Paulo, afirma que seria fundamental classificar as regiões em função do seu índice pluviométrico. “Há regiões em que chove muito e regiões onde chove tão pouco que não se justifica o aproveitamento das águas de chuva. Tendo em vista a variação dos volumes de água de chuva aproveitáveis em cada tipo de empreendimento, e do índice pluviométrico local, seria recomendável consultar um especialista par ajustar os tamanhos de filtros e tipo e potências de bombas do sistema. Existem sistemas de filtragem simples em que há a separação física das impurezas, e a remoção das impurezas retidas é feita manualmente. Outros sistemas já são mais sofisticados e incluem automação para limpeza. A adequação de cada um deles deve ser analisada em projeto e está ligada à disposição do usuário querer arcar com um custo inicial maior para poder ter uma limpeza automática com custo inicial menor, com a limpeza manual periódica”. Quanto a tipos de filtros, ela explica: “se forem bem dimensionados, todos podem ser aplicados. O que muda é a qualidade do controle do processo e de manutenção. Os filtros do tipo peneira tem que ser limpos constantemente para assegurar a passagem de partículas pelos seus vazios. Nos filtros de cartucho tem que haver troca periódica do meio filtrante e os filtros com meio filtrante de areia, pedra e carvão devem ser retrolavados, o que pode ser feito de modo automático, quando o meio filtrante atinge um certo grau de impurezas.

Alguns equipamentos utilizados no Brasil são nacionais, sendo alguns fabricados sob licença”. Márcio orienta que cada região do país tem um perfil próprio para os índices pluviométrico, determinando que cada projeto tenha isso como parâmetro para dimensionar as necessidades. Há locais que já possuem legislação que obriga a implantação desses sistemas e indicam o direcionamento adequado para a técnica construtiva, podendo proporcionar o retorno do investimento de forma rápida e segura para o usuário e para a coletividade. Os filtros de água de chuva tem como conceito de filtração o de peneira estática, que é uma malha filtrante de diferentes medidas que irá separar os sólidos carregados com as chuvas e os enviará para a cisterna.
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Foto: Divulgação Ecocasa Filtro Smart Rain - SR1500

Apenas a água filtrada pode ser armazenada por longos períodos sem que haja degradação. Os mais eficientes são os que não se desgastam e não tenham função de autolimpeza. Márcio comenta que a água canalizada desde o telhado passa pelas telas dos filtros que separam as partículas sólidas ou maiores que 0,25mm (malha filtrante da linha Smart Rain), enviando a sujeira separada para a galeria pluvial e água filtrada para a cisterna. Os filtros Smart Rain da Global Ecosolutions não possuem itens que se desgastam e requerem manutenção esporádica entre duas e três vezes ao ano. No início dos anos 2000, quando os projetos começaram a ser implantados no Brasil, os filtros eram importados da Europa, mas hoje a empresa desenvolveu alta tecnologia e produz na fábrica de Limeira, São Paulo, os filtros da marca Smart Rain para todos os tamanhos de projetos. “O nosso mercado ainda está em estágio inicial, embora as leis e normas que regem o assunto estejam se expandindo. A crise hídrica de 2014/2015 trouxe outra consciência para o uso da água”, ressalta Márcio.
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Foto: Divulgação Ecocasa Márcio Pereira, diretor executivo da EcoCasa

“E isso tem incentivado outros projetos. Os produtos Smart Rain que fabricamos são feitos de polímeros e aço inox, materiais de altíssima resistência e durabilidade, garantindo aos produtos alta eficiência e durabilidade. Os produtos não são substituídos e não possuem partes consumíveis, não gerando descarte”. A Global Ecosolutions é detentora das marcas ECOCASA – Tecnologias Ambientais, da linha de filtros de água de chuva Smart Rain e da linha de produtos Cisterna Pronta. “Somos a principal empresa do setor no Brasil, com desenvolvimento continuado de novas tecnologias, garantindo a inovação necessária a esse mercado, que embora emergente, já tem grande relevância na prestação de recursos hídricos, especialmente em áreas urbanas. A Cisterna Pronta é um desenvolvimento exclusivo, sendo a única cisterna para água de chuva existente no país que já vem equipada de fábrica com os filtros de água necessários. Os sistemas de bombeamento e automação podem ser enterrados, sem a necessidade de obras civis e ainda possuem múltiplos volumes que variam de 5 a 60m³”. São Paulo e Paraná são os estados que mais utilizam filtros, mas está havendo grande demanda em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Bahia. A contribuição da iniciativa privada é total, no desenvolvimento de projetos e no uso de tecnologias.
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Foto: Divulgação Ecocasa  - Cisterna Pronta 50.000 Litros

Início na Europa

A cultura do aproveitamento de água de chuva começou na Europa e se espalhou pelo mundo, à medida que a água vai se tornando um tema crítico em cada região do planeta. O Brasil já realizou fóruns e cursos, mas precisa reativar os debates com maior ênfase, pois a água de reúso está em discussão permanente e a água de chuva, como fonte não potável, é parte fundamental de pesquisas, estudos e discussões. Sibylle, da AcquaBrasilis, diz que em São Paulo e em algumas outras cidades existem legislações que obrigam a inserção de sistemas de aproveitamento de águas de chuva em novos empreendimentos, a partir de certa metragem de área construída, o que tem contribuído para elevar o conhecimento e o estágio cultural de quem milita no setor, profissionais e empresas, sobre o assunto. Outros fatos que tem ajudado muito a desenvolver o setor são as certificações ambientais para empreendimentos, como LEED e AQUA, mas ainda há muito o que fazer no País, dependendo do interesse da iniciativa privada e das autoridades ligadas ao meio ambiente e saúde. O Grupo AcquaBrasilis produz filtros peneira com estrutura em material plástico e telas com aberturas muito pequenos, conforme a especificação. Os sistemas de cartucho tem carcaça em material plástico e material filtrante, geralmente em polipropileno. Já os filtros de material filtrante como areia, pedra e carvão, geralmente tem sua estrutura em aço inoxidável ou fibra de vidro. Em caso de substituição, os filtros são descartados. O Grupo orgulha-se em afirmar que foi pioneiro no desenvolvimento de sistemas de tratamento de água de chuva para aproveitamento em fins não potáveis. “Iniciamos com sistemas em aço inox automatizados e atualmente apresentamos ao mercado também opções mais econômicas com cartuchos montados na forma de skid. O maior mercado de filtros ainda é o estado de São Paulo, não só pelo grande volume de obras espalhadas por todo o estado, como também em função da legislação em vigor”, diz Sibylle. A iniciativa privada é o berço de todas as grande soluções do mercado, por deter a maioria dos especialistas em plena pesquisa, visando otimizar suas linhas de produção com conceitos e tecnologias que apresentem ao mercado soluções para o aproveitamento de águas de chuva. A água potável como a conhecemos tende a se tornar um objeto precioso, cada vez mais raro, o que justifica todo o empenho de empresas nacionais e internacionais em buscar a melhor solução para a otimização de um destino adequado para as águas pluviais.

Cliente abriu o caminho

A AcquaBrasilis há longos anos já atuava no mercado de uso racional de água, com o conceito de reúso de águas cinzas e de esgoto tratadas, quando surgiu a necessidade de apresentar uma solução para um cliente que estava em processo de certificação LEED e precisava de um projeto e um sistema de aproveitamento de chuva, já na fase de obras. A partir da concretização dessa obra com sucesso, desenvolveram-se novos conceitos e surgiram soluções para um mercado crescente e necessitado de inovações tecnológicas. A maior concentração das ações está realmente nas áreas urbanas, especialmente em função da legislação que impõe a implementação em projetos de envergadura que redundem em aproveitamento de água de chuva em fins não potáveis.

Como princípio, a água de chuva deve percorrer seu caminho natural até rios, lagos e mares. Modernamente, instituiu-se a política de construir piscinões que podem ajudar a reduzir o acúmulo de água no momento da chuva, evitando alagamentos. Além de evitar acúmulo de água em localidades delicadas das cidades, eles podem contribuir para evitar que um grande número de resíduos sólidos cheguem às galerias, causando entupimentos e, portanto, alagamentos à montante. A AcquaBrasilis fornece um sistema separador de sólidos que pode ser instalado em poços chamados de visita, por onde passam as águas de chuva e que retém os sólidos grosseiros, reduzindo a possibilidade de entupimento de tubulações e galerias, com consequente redução de enchentes. Se não bastasse, existe o grande perigo que representam as inúmeras doenças que águas poluídas podem trazer para as populações afetadas, oriundas da proliferação de doenças surgidas de animais mortos, como a conhecida leptospirose, surgida da urina dos ratos. A empresa, porém, já detém avançado projeto, onde inclui filtros e sistemas de desinfecção. O custo-benefício de todas as ações possíveis de serem implantadas, depende muito da região, do índice pluviométrico e do valor regional cobrado pelo metro cúbico de água potável, substituído por águas de chuva.
Os desafios das águas pluviais
Foto: Divulgação Acqua Brasilis - Sibylle Muller, CEO do Grupo AcquaBrasilis

Há regiões do Brasil que, embora tenham escassez de água, tem um preço baixo de água potável, o que representa, neste caso, benefício apenas ambiental e não financeiro. Internacionalmente, a Alemanha tem uma boa cultura de aproveitamento de águas pluviais, mas pouco se sabe de estatísticas dos trabalhos que realiza. Modernamente, a TI – Tecnologia da Informação tem sido forte aliada nos procedimentos realizados pelas empresas. Ela é utilizada para os mais diversos controles, como medições de nível, pH e parâmetros de qualidade que poderiam ser transmitidos online para o controlador do sistema. Um dos grandes desafios naturais é a impossibilidade de se saber com exatidão e antecedência o volume real que a região receberá de índice pluviométrico, utilizando-se como base os registros pluviométricos históricos, que combinados com o tamanho das áreas de captação podem dar uma boa estimativa do volume de águas para uma determinada época do ano. Outro desafio é administrar as grandes enchentes. Principalmente, a tarefa de evitar a presença de resíduos sólidos (lixo) que acabam entrando nas tubulações e galerias, entupindo-as e agravando as enchentes. Paralelamente, a retenção de resíduos na entrada da água das tubulações reduz o assoreamento de rios e corpos d´água, onde são lançadas as chuvas.

Com menor assoreamento, esses corpos tem maior profundidade e podem receber volumes de chuvas maiores, reduzindo a probabilidade dos rios transbordarem, o que também causa enchentes. A construção de reservatórios como os piscinões é cada vez mais importante para a retenção da água durante a chuva e liberação contínua após a chuva, sem causar ou reduzir a onda de enchente. Em São Paulo, temos a chamada “Lei das Piscininhas”, que obriga os empreendimentos grandes a terem reservatórios de retenção dentro do seu terreno, com o mesmo princípio dos piscinões: armazenar água durante a chuva e liberá-la após cerca de duas horas, reduzindo a probabilidade de enchentes.
O tratamento que pode ser dado às águas pluviais para impedir a degradação do meio ambiente, baseia-se em determinados parâmetros:
• criar áreas onde a chuva pode infiltrar (áreas permeáveis com redução de impermeabilização do meio urbano);
• aumentar áreas verdes e evitar desmatamentos, inclusive de matas ciliares;
• criar caminhos ou canais preferenciais para a chuva poder escoar;
• criar piscinões ou piscininhas; • evitar, quando possível, construções à beira de rios e lagos para que estes possam expandir, extravasar, no caso de aumento de volume com a chuva;
• evitar que nova inundação volte a acontecer, por meio das ações indicadas nos itens anteriores.

A AcquaBrasil oferece consultorias, projetos e dispositivos visando redução de inundações, explica Sybelle. Ela reconhece que muitas obras estão sendo feitas pela administração pública. Mas para reduzir drasticamente as enchentes seriam necessárias muitas outras como piscinões, e dotar a população de maior conscientização social para não jogar lixo em locais e vias públicas, evitando que seja levado pelas água para os corpos receptores. O melhor caminho para isso seria o desenvolvimento de um plano conjunto de médio e longo prazo, onde a iniciativa privada poderia colaborar com a administração pública, passando conhecimento, tecnologia e equipamentos. O benefício social seria enorme, visto que a eliminação ou redução de enchentes atenderia as necessidades da população, principalmente, de baixa renda que sempre sofre com alagamentos de suas casas e tem problemas para ir ao trabalho, quando os veículos de transporte não conseguem passar por áreas alagadas.

O modelo ideal para o Brasil seria uma legislação justa, onde a iniciativa privada recebe pelos serviços prestados e o governo controla e determina a diretriz a seguir. Finalmente, explica Sybelle, cabe dizer que a água potável em nossos dias é preferencialmente oriunda de fontes superficiais como lagos e rios ou de fontes profundas. Nosso padrão de potabilidade exige o atendimento a uma série de parâmetros. Em água coletada em manancial profundo há pouca ou nenhuma influência direta da chuva na qualidade da água. No caso de mananciais superficiais, a chuva pode arrastar resíduos e microorganismos das margens, bem como receber impurezas dos que frequentam esses mananciais para lazer ou trabalho, implicando maior cuidado nas estações de tratamento de água (ETAS). Para o Brasil e para todas as cidades brasileiras os desafios são enormes. Nenhuma está imune a esse problema das águas pluviais, em menor ou maior escala. Mas, como vimos nesta matéria, temos inúmeras empresas capacitadas que podem enfrentar qualquer tipo de problema. Basta ele ser apresentado. A solução virá, certamente.

Contato das empresas
AcquaBrasilis: www.acquabrasilis.com.br
EcoCasa: www.ecocasa.com.br
Reuságua: www.reusagua.com.br

 

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