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Vidro é 100% reciclável infinito e se transforma em novo produto sem perder qualidade ou pureza

Copos, garrafas, potes, janelas, espelhos, lentes de óculos, telas de celulares, para-brisas de carros são exemplos de produtos que utilizam vidro. A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu este ano o Ano Internacional do Vidro


Vidro é 100% reciclável infinito e se transforma em novo produto sem perder qualidade ou pureza

Copos, garrafas, potes, janelas, espelhos, lentes de óculos, telas de celulares, para-brisas de carros são exemplos de produtos que utilizam vidro. A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu este ano o Ano Internacional do Vidro. 2022 celebrará sua importância tecnológica, cultural, científica, econômica e sustentável ao longo do desenvolvimento da sociedade em eventos e projetos que serão realizados por todo o mundo. Entre elas, destaca-se que o vidro conserva a temperatura, o sabor, o odor, a cor e a durabilidade de alimentos e bebidas. Além disso, produtos dentro do vidro precisam de menos conservantes e estabilizantes. 
O vidro é o único material 100% reciclável. Essa vantagem possibilita reaproveitá-lo infinitas vezes e transformá-lo em novo produto sem perder sua qualidade ou pureza. Independentemente da quantidade de vidro reciclado, pode-se gerar o mesmo montante reaproveitado. Entretanto, no mercado de reciclagem, o vidro é considerado um “patinho feio” por seu baixo valor de revenda e ser difícil de se trabalhar. O desinteresse de cooperativas e sucateiros acumula vidros em bares e restaurantes e seu descarte acaba indo, infelizmente, para o lixo comum.

Comércio 
Mesmo com o avanço da coleta seletiva e da conscientização da população sobre a importância da reciclagem, o vidro perde pontos na sustentabilidade. “O vidro é um material difícil de se trabalhar e de baixo valor de mercado. Há um desinteresse de cooperativas e sucateiros, gerando acúmulo de vidro em bares e restaurantes, uma frustração para os cidadãos com consciência ambiental e, por fim, seu descarte é feito na coleta de lixo comum” – alerta Eduardo Bernhardt, consultor ambiental da Recicloteca.
Comercialmente para a reciclagem, segundo ele, o vidro é uma espécie de “patinho feio”, ao lado do poliestireno expandido, do isopor e da embalagem multicamada TetraPak, todos com baixo valor de revenda. “Os primeiros andares da cadeia da reciclagem sofrem como negócio. Os valores são os mais baixos e a fragilidade econômica atrapalha muito a absorção de materiais de baixo valor” – conta Bernhardt. 

Volumes
As vantagens de reutilizar o vidro para a sociedade. “A reciclagem do vidro diminui a poluição ambiental, preserva o meio ambiente, alivia a sobrecarrega de lixões e aterros sanitários, reduz vetores de doenças e gera empregos para os catadores” – elenca Quintin Testa, diretor-geral da Verallia na América do Sul. 
Conforme números do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), existem hoje cerca de 800 mil catadores no País. E de acordo com dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2021, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), que traz indicadores atualizados da influência da pandemia da Covid-19 na geração, coleta e destinação dos resíduos, o Brasil gera mais de 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano. Do total coletado, apenas 3% foram reciclados. O vidro, que está dentro desta estatística, pode ser reciclado infinitamente. Calcula-se que perto de 50% das embalagens de vidro produzidas no Brasil são de material reciclado. 

Ciclo do vidro
“A reciclagem do vidro economiza matéria-prima, diminuindo os impactos ambientais para extraí-la da natureza, e também energia, porque consome menos eletricidade e combustíveis, comparando os dois processos, via matéria-prima virgem ou recuperada por coleta seletiva” – explica Bernhardt. 
Segundo ele, embora com menor participação na composição dos resíduos sólidos urbanos, toda redução de descarte de materiais como rejeito aumenta a vida útil dos aterros sanitários, o que significa menores custos para gerenciar os resíduos ao longo dos anos.

Na natureza
O vidro é um material inerte e de muito baixo impacto ambiental comparado ao plástico, por exemplo. “O vidro demora muito tempo para se desmanchar e sua decomposição não resulta em contaminação ambiental. Há, no entanto, riscos quando o vidro se quebra, porque os cacos podem ferir pessoas e animais” –menciona Bernhardt. 
Quando descartado de modo incorreto na natureza, pode contaminar e ser potencialmente perigoso à vida marinha e provocar acidentes ambientais, além de contribuir com a poluição. “A cada vidro descartado de forma incorreta, são gerados altos gastos para as prefeituras e seus moradores, com custos de coleta e aterramento, o que é frustrante para um produto infinitamente reciclável como é o vidro. A reciclagem diminui o volume de lixo nos aterros, que geram gastos às prefeituras” – esclarece Testa.

Vidro é 100% reciclável infinito e se transforma em novo produto sem perder qualidade ou pureza

Cacos
O vidro não precisa estar intacto para ser reciclado. “Apenas com a utilização de cacos para a produção de novas embalagens já são reduzidos o consumo de energia no processo de fusão, a extração de recursos naturais e a emissão de CO2” – relata Testa. A Verallia tem o objetivo mundial de reduzir a emissão de carbono em 46% até 2030. 
O propósito “Reimaginar o vidro para um futuro sustentável” é uma estratégia da Companhia estruturada em três pilares: aumentar a circularidade das embalagens de vidro, reduzir as emissões de Dióxido de Carbono (CO2) e garantir um ambiente de trabalho seguro e inclusivo para todos. “Cada 10% de cacos adicionados no processo diminui 5% as emissões de CO2 e reduz o consumo de energia do forno em 2,5% no processo de fabricação” – enfatiza o diretor-geral da empresa.
Em 2021, as plantas da empresa no mundo usaram 55% de cacos de vidro externos reciclados na sua produção. “Aumentar o índice de cacos de vidro externos em nossa produção é um dos principais objetivos para fortalecer a circularidade das embalagens de vidro. 
O uso do caco reduz o consumo de matériasprimas e energia para a fusão. Nossa meta atual é atingir 59% até 2025 e 66% até 2030 globalmente” – afirma Testa.

Incentivo à coleta
A Verallia incentiva a coleta de vidro para reciclagem por meio do projeto Vidro Vira Vidro. A princípio, serão instalados 200 contêineres de Pontos de Entrega Voluntária (PEV), no eixo São Paulo – Campinas – Mogi das Cruzes e no Rio Grande do Sul, devido à posição estratégica próxima de suas fábricas.
Com o projeto piloto, a empresa estima conseguir cerca de 4 mil toneladas de cacos de vidro por ano. Seu objetivo final é coletar 25 mil toneladas por ano adicionais ao volume captado das fontes tradicionais. Essa iniciativa ajuda na sua meta global de ampliar o uso de cacos em sua produção no mundo de 55%, usados hoje, para 66% até 2030. 
Os contêineres possuem tecnologia que auxilia na limpeza do coletor, propiciando uma rota organizada e otimizada. O projeto prevê disponibilizá-los em locais públicos e privados, como postos de gasolina, supermercados e condomínios.

Etapas
Da fusão de componentes inorgânicos em altas temperaturas resulta uma massa que resfria rápido até virar um sólido.
A reciclagem do vidro é feita em quatro etapas: 
• Na separação, o vidro é separado por tipo, espessura e classificação;
• Na limpeza, são retiradas todas as impurezas da superfície do material;
• Na trituração, o vidro é reduzido a cacos submetidos a temperaturas acima dos 1.300° C que acabam por se fundir;
• No molde, uma vez fundido, o material torna-se maleável e pode ser moldado em formatos variáveis. É nesta fase que o material se transforma em um novo produto final para o consumidor.
As beneficiadoras são as empresas que fazem esse processo. Fonte: Verallia.

Transformação
Dentro da logística reversa – indústria, distribuição, varejo, consumidor, coleta e reciclagem –, as beneficiadoras são responsáveis por separar e preparar o material que chega de seus fornecedores – cooperativas, indústrias, vidraçarias, catadores, bares, restaurantes e até multinacionais. “As beneficiadoras proveem a seus clientes matéria-prima reciclada dentro da especificação para reutilização desses materiais” – salienta Testa. 
Os resíduos que podem ser reciclados vão para cooperativas, muitas vezes, com rótulos, rolhas e tampas. “Cabe à beneficiadora tratá-los e organizá-los em tamanhos específicos e cores. Cada tipo de vidro possui tratamento específico e correta destinação” – explica o diretor-geral da Verallia.

Vidro é 100% reciclável infinito e se transforma em novo produto sem perder qualidade ou pureza

Custos e ganhos
O ideal para o recuperador, conforme Bernhardt, é que o vidro possa ser separado por cores. “As embalagens precisariam chegar inteiras aos pontos de coleta e às cooperativas/sucateiros, o que é virtualmente impraticável, já que demandaria mais infraestrutura e recursos humanos para uma lucratividade menor” – aponta. 
“A saída é o incentivo por meio de subsídios ou outros mecanismos que garantam um valor mínimo para que a coleta seletiva possa atender 100% à demanda específica desse material” – enfatiza o consultor ambiental da Recicloteca. 
Segundo ele, muitas cooperativas se mantêm com auxílio externo, seja financeiro, seja de infraestrutura. “É quase imperativo que as cooperativas se restrinjam a investir tempo de trabalho e espaço de armazenamento em materiais mais valiosos que o vidro” – adverte.  
Por outro lado, está aumentando o consumo do vidro de uso único. “O que é um desperdício do seu potencial de reúso na cadeia produtiva. As garrafas Long Neck se proliferam e tomam o lugar das latas de alumínio e das garrafas retornáveis – os cascos –, muito mais interessantes para a sociedade pelo seu caráter mais sustentável” – relata Bernhardt.
Para ele, no futuro, a Long Neck pode se tornar a sacola plástica, sendo progressivamente preterida por legislações, até chegar à proibição total. “Não basta ser reciclável, é preciso ser de fato reciclado. O consumo mais equilibrado, que aproveita as qualidades de cada material, ganha de longe do aumento da carga de responsabilidade sobre a reciclagem em relação à redução dos problemas que os resíduos sólidos provocam” – alerta. 
Com educação ambiental e boa gestão, o vidro pode voltar ao patamar de embalagem mais ecológica. “Mas, para isso, deve abandonar seu emprego em uso único e ampliar seu uso como embalagem retornável” – analisa Bernhardt. 

 

Contato das empresas
Recicloteca:
www.recicloteca.org.br
Verallia: br.verallia.com

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