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Aplicação De Formas Naturais No Tratamento De Efluentes: O Uso Das Plantas Na Depuração De Pequenos Ambientes Hídricos

O Brasil é um dos maiores produtores de frutas, legumes e sementes do mundo, muito em razão de suas áreas com solo e clima propícios à produção de alimentos


Aplicação De Formas Naturais No Tratamento De Efluentes: O Uso Das Plantas Na Depuração De Pequenos Ambientes Hídricos

O Brasil é um dos maiores produtores de frutas, legumes e sementes do mundo, muito em razão de suas áreas com solo e clima propícios à produção de alimentos, onde se mantém empregado milhares de brasileiros gerando renda e benesses no que toca ao bem-estar social e o desenvolvimento econômico. Entre outras coisas, isto se dá em razão dos arrojados maquinários utilizados no plantio, colheita e pós colheita no ambiente rural. Ademais, áreas mais afastadas dos grandes centros também são adquiridas para fins recreativos ou para criação de animais, de uma forma ou de outra, esses modos refletem um modo de vida campestre.
Sabe-se que para haver vida deve haver água; não é diferente no ambiente campestre, para cultivar as roças ou alimentar os animais utiliza-se de corpos hídricos próximos as residências, tendo o processo manual ou de máquinas para o transporte deste recurso vital para a população. Nestas regiões, principalmente as de agricultura de subsistência, é comum observar a presença de riachos, barreiros, pequenas barragens ou olhos d’agua represados, sairá destes lugares toda a água consumida pelas famílias e suas respectivas formas de sobrevivência. Nessa perspectiva, é de total importância manter as águas em melhor condição possível, e através do tratamento, facilitando ao máximo sua potabilidade.
É nestes casos que formas alternativas de tratamento de água e efluentes são aplicados; algumas plantas conseguem auxiliar na depuração das águas e, desta forma, reduzir os gastos das famílias campesinas com químicos, além do mais, a relação sociedade natureza fortalece-se com estes atos diretos, dando margem à uma série de reflexões.  Dentre uma gama de plantas a mais conhecida nesse processo é o aguapé (Eichhornia crassipes), que cumpre a função ecológica de reter tóxicos da água.

Segundo Pott e Pott (2002) todas as plantas podem ser consideradas como despoluidoras, todavia, as aquáticas (vide imagens a seguir) além de despoluir, embelece a região, controlam insetos e o mau odor. A Orelha-de-Onça (Salvinia auriculata) possui grande capacidade de remover ou acumular metais pesados, todavia, após acumulação destes metais, o vegetal deve ser destinado corretamente, não podendo ser usado como adubo (Amaral; Bittrich, 2002). As Lemnáceas (Lemnaceae), Azolas (da família Salviniaceae) e os alface-d’água (Pistia stratiotes) auxiliam no controle de patógenos, insetos e reduz as algas. A Typha (taboa) e Eleocharis (cebolinha) foram testadas em ambientes hídricos e resultaram e ótimas absorções de sólidos suspensos e coliformes fecais, porém, não houve colheita posterior às absorções.
Vale ressaltar que no processo de inclusão de plantas para auxílio na depuração de pequenos corpos hídricos, deve-se evitar ao máximo a inclusão de plantas exóticas, e, caso aconteça, é necessário que se faça o monitoramento, para estas não atrapalharem as dinâmicas naturais da região. As plantas de forma natural tendem a multiplicar-se rapidamente, cabendo ao proprietário do terreno ou seus companheiros de projetos dar o suporte na manutenção dos ambientes, evitando proliferação indesejada e mantendo perenes os benefícios das plantas na depuração dos pequenos corpos hídricos. 



 


Jadson Freire da Silva e Rutt Keles Alexandre da Silva
Mestrandos (a) pelo programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA/PE.

Ana Lúcia Bezerra Candeias
Professora Doutora Orientadora no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA/PE.

 

 




Referências:
AMARAL, M. C. E.; BITTRICH, V. Laguinhos. Mini-ecossitemas para escolas e jardins. Ribeirão Preto: Ed. Holos. 2002, 89 p.
POTT, V. J.; POTT, A. Potencial de uso de plantas aquática na despoluição da água. Embrapa documentos, Campo Grande, v. 133, pg 1-29, 2002.
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