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Visão Empresarial

O TREINAMENTO DE LIDERANÇA


por Silvio Celestino

Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, é conhecido por marcar gols através da cobrança de faltas e de pênaltis. Uma habilidade admirável e conquistada através de muito empenho. Qualquer pessoa que se interesse em saber como ele consegue fazê-lo não irá surpreender-se ao vê-lo treinar essas cobranças por horas a fio todos os dias após o treinamento regular de goleiros. Michael Jordan, o maior ídolo do basquete mundial de todos os tempos, fazia um treinamento singular: filmava todas as partidas que participava e depois as assistia demoradamente e procurava responder à seguinte pergunta: “o que eu não estou fazendo?”. Ou seja, olhava as jogadas e os comportamentos bem sucedidos dos demais jogadores e que não faziam parte de seu repertório e deste modo definia o que iria incorporar em seus treinamentos diários. Apesar de ser surpreendente este método de se descobrir o que treinar, o resultado é que Michael tornou-se o mais completo jogador de basquete de seu tempo.
A vida dos esportistas em diversas modalidades são semelhantes: ao contrário do que a maioria percebe, para ser bem sucedido em sua carreira você deve ter conhecimento sobre qual é a rotina que está por trás dela. Por exemplo: para ser um jogador de tênis a pessoa deve gostar muito de “treinar tênis”, pois 99% do tempo de um tenista é treino e preparação para a partida. Um jogador de futebol a mesma coisa. Treinos e mais treinos em uma repetição sem fim.
Entretanto, quando o assunto é liderança, ocorrem idéias diametralmente opostas. Ou seja, a mesma pessoa que não considera estranho neste exato instante um atleta preparar-se para seu próximo desafio, considera desnecessário e improdutivo que um líder treine com freqüência suas habilidades de liderança. Habilidades como gestão de pessoas, feedback, follow up, motivação de equipes, descrição de propósitos, comunicação, administração do tempo e resiliência, entre outras. A lógica por trás deste pensamento: “ou você é líder ou não é”. Felizmente, os nadadores não aprendem seu esporte deste jeito – ou não teríamos competições de nadadores, mas de “sobreviventes”. Hoje em dia, é aceita a tese de que menos de 10% da população mundial não têm condições de ser líder devido a problemas psicológicos, mentais ou físicos. Todos os demais são aptos a aprenderem as competências de liderança. É evidente que do mesmo modo que se você decidisse treinar futebol todos os dias seria pouco provável que se tornasse um Robinho, caso treine liderança diariamente também é improvável que se torne um Jack Welch, mas pode a cada dia ser um líder melhor.
Não são apenas os atletas, todo ser humano aprende por repetição. Ninguém pergunta à Daiane dos Santos porque ela treina o mesmo salto todos os dias. Mas há executivos que acham desperdício de tempo participarem de treinamentos e workshops de liderança ao menos a cada 3 meses. Seu pensamento é que deveriam aprender uma única vez e para sempre. Acreditam que com isso estão economizando recursos orçamentários. Todavia, as empresas pagam todos os dias os custos por não treinarem seus executivos. Quer seja por não conseguirem extrair performance de seus times, quer seja por seus hábitos de liderança provocarem um elevado turn over, ou ainda um clima organizacional desmotivador. Em suma: baixos resultados. Se um jogador de futebol não está tendo um bom desempenho ninguém considera estranho que treine mais. Contudo, quando o líder não performa, as empresas consideram que ele não merece treinamento. Quando o jogador vai bem, as pessoas acham normal ele treinar mais e mais. Quando o líder vai bem as empresas consideram o treinamento desnecessário. Não é de admirar que enfrentem problemas à longo prazo.
O que assegura o crescimento e o futuro de uma empresa são o talento e as habilidades extras de seus profissionais, em especial seus líderes. Pois se todos fazem somente o que a empresa precisa hoje e não sabem fazer nada além, não há como a empresa abocanhar novas oportunidades por falta de visão, competência e idéias. Mas talentos e habilidades extras não surgem do nada. Eles são lapidados e desenvolvidos a partir dos treinamentos.

Visão EmpresarialSilvio Celestino é empresário e executivo de marketing especializado em treinamento de executivos. Formado em administração de empresas com pós-graduação em Marketing pela FGV-SP e certificado em Customer Experience Management (CEM+) pela ShaunSmith+Co (UK). Participou de inúmeros cursos de desenvolvimento humano nos Estados Unidos e no Brasil. Diretor da Enlevo Marketing Studio, consultor associado à LFGhisi Consulttores e Marketing Coach da Experience Innovation. Especializado em treinamento de executivos, atua como Coach e consultor em Marketing pessoal e estratégico em empresas nacionais e multinacionais, como por exemplo, Votorantim Metais, DaimlerChrysler, entre outras. Membro da International Coach Federation. Vice-Presidente da Federação Internacional de Coaches, Chapter São Paulo.



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