Publicidade

Volkswagen apresenta nova estratégia global para acelerar sua transformação em provedora de mobilidade baseada em softwares

Montadora vai se basear em três temas principais no futuro: digitalização, novos modelos de negócio e condução autônoma


REDAÇÃO AB

O plano (não por coincidência denominado Accelerate, ou acelerar) visa preparar a empresa para as mudanças que passarão a ganhar cada vez mais importância no setor automotivo, como integração do software no automóvel e a experiência digital do cliente. A empresa também pretende implantar modelos de negócio baseados em dados, além de fazer com que a condução autônoma esteja disponível para mais pessoas antes do fim de década.

“A mobilidade elétrica foi apenas o começo, a verdadeira transformação ainda está por vir; com nossa estratégia, vamos acelerar rumo ao futuro digital”, afirmou Ralf Brandstätter, CEO da empresa. “Nos próximos anos, vamos mudar a Volkswagen como nunca antes”, acrescentou. O objetivo com a nova estratégia é tornar-se a “marca mais atraente de mobilidade sustentável”, e para isso ela vai se basear em três pilares.

• Integração do software ao veículo: com os modelos elétricos da linha ID, a montadora está desenvolvendo o ecossistema digital que vai fornecer atualização de programas over the air (OTA) a cada 12 semanas, ou seja, sem necessidade do uso de cabos ou conexões, dispensando a visita até a concessionária. Segundo a VW, essas atualizações vão permitir que o veículo se mantenha atualizado durante toda a sua vida útil e até que fique cada vez melhor por conta das novas funções.

• Novos modelos de negócios baseados em dados: ao transformar o carro em uma “base de dados móvel”, será possível ofertar serviços de acordo com o perfil de cada cliente, além de comodidades, principalmente quando a condução autônoma estiver disponível. Para a Volkswagen, essa será a oportunidade de atrair novos parceiros de negócios. O mais importante é que isso vai permitir que a montadora enxugue o seu portfólio, oferecendo menos versões – mas mais equipadas – de seus automóveis. Quer usar o navegador? Basta ativá-lo usando a internet. Ouvir música? A mesma coisa. Tudo estará disponível como serviço.

• Aumentar a lucratividade: além dos € 16 bilhões reservados para investimentos em mobilidade elétrica, hibridização e digitalização até 2025, a Volkswagen precisa aumentar a sua margem operacional para 6%, ao menos, e isso será alcançado até 2023, segundo a empresa. Para isso, o plano prevê fazer com que a empresa supere as flutuações de mercado com menos turbulências, cortando seus custos fixos em 5% até 2023, aumentando a produtividade de suas fábricas em 5% ao ano, otimizando os custos com materiais em 7%. Na América do Sul e nos Estados Unidos a empresa, de acordo com o comunicado, está se esforçando para alcançar o equilíbrio ainda neste ano fiscal e pode registrar lucro, mesmo com queda de 15% nas vendas, assim como na América do Sul, com retração de 30%.

METAS OUSADAS PARA OS ELÉTRICOS

A montadora tem planos ambiciosos e quer dobrar suas vendas de carros elétricos na Europa até 2030. Assim, se antes previa ter 35% dos modelos a eletricidade vendidos no Velho Continente, agora a meta é que 70% desses automóveis sejam da marca em dez anos. Nos Estados Unidos e na China, o objetivo é igualmente ambicioso: deter mais de 50% dos elétricos comercializados no mesmo período. Mas, para concretizar essas metas, a VW vai precisar de novos modelos, e eles serão lançados – pelo menos um por ano – até 2025.

Apesar do avanço com os elétricos, os motores de combustão interna continuarão recebendo atenção por parte da empresa. "Continuaremos precisando de motores de combustão interna por algum tempo, mas eles têm que ser tão eficientes quanto possível”, afirmou Ralf Brandstätter. “É por isso que a nova geração de nossos principais produtos - que são modelos globais - também será equipada com a última geração de tecnologia híbrida plug-in, com autonomia elétrica de até 100 km", disse.

Por fim, a montadora de Wolfsburg prepara uma grande atração, que deve ser apresentada em 2026, mas já tem nome: Trinity é o modelo elétrico e com sistemasd e direção autônoma que vai reunir tudo o que a VW planeja para o futuro. "O Trinity vai se tornar uma espécie de máquina do tempo para os nossos clientes, economizando tempo e reduzindo o estresse. No entanto, essa tecnologia não deve se tornar domínio exclusivo de uma elite, por isso, estamos trabalhando para torná-la disponível para muitas pessoas", disse Brandstätter.

A ideia é vender 6 milhões de unidades do Trinity, o que vai permitir à empresa impulsionar a condução autônoma, expandindo-a mundialmente. A partir desse veículo, em 2026, a VW vai poder criar uma frota totalmente interconectada, a qual vai poder trocar informações a todo tempo, como situação do trânsito, do clima, acidentes no percurso etc.

"A Volkswagen vai passar por mudanças profundas; vamos representar não só a mobilidade elétrica climaticamente amigável, mas também experiências digitais fascinantes para o cliente, novos modelos de negócios e direção autônoma para muitas pessoas. Construímos uma base sólida para isso nos últimos anos. Agora, com o Accelerate daremos um novo impulso à digitalização", finalizou Brandstätter.

Publicidade