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Aprovação do Projeto de Lei do PL do Gás é um importante passo na retomada econômica da indústria nacional

Setor químico é o maior consumidor industrial de gás natural no País e utiliza o insumo como fonte de energia e matéria-prima


A aprovação do Projeto de Lei (PL) 6.407/2013, o PL do Gás, na Câmara dos Deputados, com 351 votos favoráveis, é um importante passo na retomada econômica da indústria nacional. No caso da indústria química, segundo o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, Ciro Marino, a aprovação do PL pode contribuir para a reconstrução de linhas produtivas que migraram para outros países devido ao elevado custo de matéria-prima e energia.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, metade do gás produzido no País é destinado à indústria. Desse montante, a química consome 25% do gás natural, o que a torna a maior consumidora do insumo - como energia e matéria-prima - entre os setores industriais. Em alguns segmentos, a energia pode chegar a 20% do total dos custos de produção, enquanto que, como matéria-prima, pode representar de 70% a 90%.

O gás natural custa às indústrias brasileiras de três a quatro vezes mais do que é pago pelas concorrentes na Europa e Estados Unidos. Como resultado desta diferença nos custos produtivos, atualmente 46% dos produtos químicos consumidos no País são importados e a ociosidade do setor no Brasil passa de 30%.

A aprovação do PL, que agora será encaminhado para apreciação no Senado Federal, oferece segurança jurídica para o programa Novo Mercado do Gás, e promoverá o desenvolvimento de um mercado aberto e livre de gás na exploração, escoamento, processamento, transporte, estocagem, comercialização, além da desverticalização de seu transporte e, por consequência, transparência nos valores cobrados pela molécula e pelo transporte. 

Para o presidente-executivo da Abiquim, que vem participando de reuniões com diferentes esferas do governo, é preciso pensar o País de forma estratégica e focar na biossegurança nacional e a aprovação do PL, sem emendas que o desvirtuem. “O Brasil importa 90% dos fertilizantes nitrogenados utilizados, e o gás natural representa mais de 70% dos custos de produção. Com um gás natural mais competitivo, o Brasil se tornaria mais atrativo para receber investimentos e poderia aumentar a produção local de fertilizantes, o que elevaria a segurança para o agronegócio local. Também passa a ser possível reconstruir cadeias que foram perdidas, durante o processo de globalização ocorrido nas três últimas décadas, caso dos farmoquímicos e dos defensivos agrícolas”, afirma Marino. 

Outro exemplo de linha produtiva, que o País perdeu por falta de competitividade, é o metanol, usado na produção do biodiesel que é misturado ao diesel mineral utilizado por veículos pesados. “O País já foi autossuficiente na produção de metanol e atualmente importa um volume equivalente à fabricação de uma planta de escala mundial. Com essa produção nacional também poderemos ter uma logística mais barata, o que beneficiará todos os setores industriais”, completa o presidente-executivo da Abiquim.

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